FCS apresenta o 24º FestCurtasBH

Com inspirações entre o fazer cinematográfico e o ato de sonhar – seja de olhos fechados ou não –, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) realiza mais uma edição do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte. O festival acontece a partir de hoje e até o próximo dia 23, celebrando o marco de maior número de filmes nacionais inscritos em uma única edição: de 2.690 inscrições recebidas por 110 países, 946 foram nacionais e abrangeram todos os estados do Brasil. Serão exibidos 148 filmes, entre mostras competitivas, paralelas e especiais, distribuídas ao longo de 46 programas.
Com acesso gratuito ao público, o 24º FestCurtasBH apresenta sessões de filmes, com destaque para exibições em película 35mm e 16mm, comentários, mesa-redonda, debates, exposição, show de abertura, além da oficina de crítica “Corpo Crítico”, que chega à 5ª edição consecutiva. O público poderá, ainda, ter acesso on-line a parte das sessões fílmicas na plataforma CineHumbertoMauroMAIS durante o período de hoje a 24 de outubro.
A programação é presencial e ocupa os espaços do Cine Humberto Mauro, Sala Juvenal Dias e Galeria Aberta Amílcar de Castro, no Palácio das Artes. A mostra conta, também, com a ocupação do Espaço Mari’Stella Tristão pela artista plástica Efe Godoy, que entrelaça seu hibridismo entre desenho, pintura, música e performance à proposta do Festival, com uma exposição individual inédita. Com abordagens que perpassam a reflexão de gênero e o onírico nas artes, as obras de Efe retratam frequentemente animais e plantas em simbiose com o humano, além de aspectos da vida cotidiana, da memória e do passar do tempo. A exposição gratuita “Para sonhar imagens de transformação” tem curadoria de Matheus Antunes e ficará em cartaz do início do festival até o dia 30 de outubro.
Mostras competitivas – O 24º FestCurtasBH conta com uma programação diversificada e estimulante que apresentará, no caso das mostras competitivas, produções recentes nacionais e internacionais, bem como uma mostra de caráter competitivo dedicada exclusivamente à produção mineira. Os filmes selecionados para as mostras competitivas serão avaliados por um júri oficial e concorrerão ao Troféu Capivara de Melhor Filme em cada categoria (Minas, Brasil e Internacional). Além dos prêmios oficiais do Júri, todos os filmes selecionados que participam de mostras competitivas e paralelas concorrem ao prêmio do júri popular, que será definido a partir de votação do público durante a mostra.
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Em uma seleção que propõe formas singulares de articular debates em torno dos filmes contemporâneos, as mostras paralelas abordam e interpelam temáticas que incidem fortemente no presente: “Gatas Reflexivas” aborda conexões fílmicas que são um convite para bailar com os pensamentos, deboches e mistérios que os diferentes corpos podem ter a capacidade de inventar e questionar. “Filmes Decoloniais?” trata sobre perspectivas decoloniais de intervenção e transformação do atual estado das coisas, ao mesmo tempo em que se interroga a própria noção e a aplicação do conceito. “Mundos em Colapso” traz narrativas distópicas ou ancoradas na realidade que apresentam a vida humana em risco. O 24º FestCutasBH também traz as já tradicionais mostras “Juventudes”, “Infantil” e “Animação”; e tem retorno da Sessão Maldita, que explora diferentes abordagens do terror, do suspense e do horror no cinema.
A temática especial da 24ª edição dedica-se à relação entre cinema e sonho. Partindo de uma concepção ampla da ideia de sonho, a abordagem das mostras não se limita a pensar a representação da experiência onírica nas imagens em movimento, e sim de considerar suas múltiplas potências, tanto estéticas quanto políticas.
O tema se desdobra em duas mostras especiais: “De olhos abertos, tem alguém que sonha” e “Soft Dreams”. Em “De olhos abertos, tem alguém que sonha”, as curadoras Kênia Freitas e Ingá Patriota optaram por aproximar “filmes que transportam consigo não necessariamente uma referência explícita, mas algo da própria matéria vertente dos sonhos”. Para tanto, as curadoras propuseram três eixos: “Encontro com antepassadas”, “Transmutar a luta” e “Onírico delírio”. Ao entrelaçar esses caminhos e filmes, elas convocam a mostra “como um ato de sonhar coletivamente, de olhos abertos, em uma sala de cinema”.
Já “Soft Dreams” conta com a curadoria de Emmanuel Lefrant, convidado internacional. Para a mostra especial, o curador francês mergulha no arquivo da Light Cone, principal distribuidora europeia de filmes experimentais e da qual Lefrant é diretor, para propor relações entre cinema e sonho, historicamente fecundas nos filmes de vanguarda. “Soft Dreams” é composta de dois programas, “Sonho, transe e alucinação” e “Sonho e narrativas”, criando uma espécie de díptico que mutuamente se aproximam e se tensionam. Os filmes serão exibidos em 35mm e 16mm.
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