FCS apresenta obra final de Mozart

A Fundação Clóvis Salgado (FCS) apresenta, por meio da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG), o “Requiem de Mozart”, uma das obras mais célebres do compositor austríaco, e também a última de sua consagrada carreira. O concerto acontece hoje, às 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os ingressos custam R$ 30,00 a inteira e R$ 15,00 a meia-entrada. A regência é do maestro convidado Hernán Sánchez, e participam da apresentação os solistas Melina Peixoto, Sylvia Klein, Lucas Damasceno e Stephen Bronk. A classificação é livre.
O “Requiem em ré menor”, ou simplesmente “Requiem de Mozart”, está entre os mais conhecidos do gênero. A obra é dividida em 14 movimentos (partes), e foi deixada incompleta devido ao falecimento do compositor, em 1791, aos 35 anos de idade. Com a saúde já deteriorada, o autor acreditava estar compondo para seu próprio funeral. As anotações que deixou sobre as partes inconclusas permitiram que Franz Süssmayr, seu discípulo e amigo, completasse a partitura, a pedido da esposa de Mozart. Mais de 200 anos depois, a obra segue sendo uma das mais admiradas composições daquele que é também considerado um dos maiores gênios da história da música.
O termo “Requiem” é usado para classificar obras litúrgicas utilizadas em cerimônias voltadas aos fiéis falecidos, costume que remonta à Idade Média. Uma das obras mais reconhecidas de Wolfgang Amadeus Mozart, a composição desta missa é repleta de incertezas e tão obscura quanto sua temática.
Há várias versões sobre como surgiu o pedido pela peça. Uma delas diz que a missa fúnebre foi encomendada por um homem desconhecido, que teria visitado Mozart utilizando uma máscara e solicitado a ele que não tentasse descobrir sua identidade. Algumas narrativas trazem até o mês da encomenda: julho de 1791. Outra versão, mais precisa historicamente, vai além, relatando que no ano de sua morte, enquanto trabalhava na ópera “A Flauta Mágica”, em Viena, e ao mesmo tempo terminava a encomenda de outra (“A Clemência de Tito”), Mozart recebeu o mesmo pedido de um visitante misterioso. Sabe-se hoje que a encomenda partiu do conde Von Walsegg, que tinha uma propriedade nos arredores de Viena. O nobre havia perdido a esposa e pretendia executar um “Requiem” em sua homenagem, dizendo que a obra era de sua autoria. Mozart começou a composição, mas uma febre reumática acabou por vitimá-lo.
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Os relatos sobre a composição do “Requiem” contam que, mesmo doente, Mozart continuou a escrever e, sentindo a morte iminente, deixou indicações verbais a seu aluno, Franz Xaver Süssmayr, de como ele deveria completá-la. Algumas versões indicam que o autor da peça ditou, no leito de morte, trechos a Süssmayr. Após a morte de Mozart, sua esposa Constanze preferiu entregar a obra a Joseph Eybler, outro aluno do marido, para que este a completasse. Eybler, depois de orquestrar alguns movimentos, sentiu-se incapaz de ir adiante, e a viúva terminou por deixar que Süssmayr se incumbisse da tarefa.
Toda esta aura de obscuridade por trás da criação do “Requiem de Mozart” apenas reforça o tema da peça, que presta uma homenagem àqueles que já se foram, e é repleta de muita beleza, espiritualidade e força. A solista Sylvia Klein destaca estes e outros atributos da composição, que a tornam tão respeitada e reconhecida: “Para mim, essa obra é absoluta dentro do repertório de música coral. É uma das minhas preferidas de cantar. É uma obra fúnebre, enigmática por toda a história em volta dela, e esplendorosa. Também penso na situação de Mozart compor estando já muito doente, e compor uma obra fúnebre. Deve ter sido catártico para ele, criar pensando na própria morte”, ressalta.
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