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FCS celebra os 300 anos de Minas com “Sinfônica Pop”

FCS celebra os 300 anos de Minas com “Sinfônica Pop”
Crédito: Paulo Lacerda / Fundação Clóvis Salgado

Para celebrar os 300 anos de Minas Gerais, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) faz ecoar a voz e a relevante presença do negro na formação da identidade cultural do povo mineiro. Conhecido como um dos mais importantes difusores da cultura popular, o dono de muitos toques dos tambores mineiros, Maurício Tizumba agora conta com a parceria de novas cordas, madeiras, metais, tímpanos, teclas, batidas percussivas e, claro, muitas vozes. Nessa nova produção da FCS, são exaltadas as cores, as crenças e os ritos mineiros, levando o público ao encontro de nossa diversidade artística, cultural, religiosa e racial. O vídeo será lançado neste sábado (26), às 10 horas, no Instagram (@fcs.palaciodasartes) e no Facebook (fundacaoclovissalgado)

Pela primeira vez, o artista Maurício Tizumba se apresenta ao lado da Orquestra Sinfônica (OSMG)e do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG), por meio do aclamado programa “Sinfônica Pop”, realizado pela FCS, adaptado ao formado digital pelo projeto “Palácio em sua companhia”. Participam da produção as percursionistas convidadas Beth Livas, Danuza Menezes, Elisa de Sena e Raquel Coutinho, que fazem parte do Espaço Cultural Tambor Mineiro, projeto ligado ao congado e à percussão afro-mineira idealizado pelo próprio Tizumba.

O vídeo conta com a direção musical do maestro titular da OSMG, Silvio Viegas, e da maestrina associada ao CLMG, Lara Tanaka, a partir do arranjo da canção de Tizumba “A Criação”, feito por Fred Natalino especialmente para a ocasião.

“São 300 anos de um dos estados mais importantes de nosso país. Aqui aconteceram grandes lutas e resistências que ajudaram em nossa independência: politicamente, Minas Gerais sempre esteve à frente. Culturalmente, para a arte brasileira, possuímos inúmeros artistas que ajudaram a contribuir na construção da MPB”, ressalta Maurício Tizumba.

“Ary Barroso, Clara Nunes, João Bosco, Milton Nascimento, Skank, Jota Quest, Sérgio Pererê, Vander Lee: sempre cantando as coisas de Minas. E na minha música, como na de grades artistas mineiros, está a história afro-mineira, a resistência do Congado, o reinado negro. 300 anos fazem com que acreditemos que somos vitoriosos, que vamos viver mais e mais tempo, repassando nossa cultura e reforçando a importância da música mineira no cenário nacional”, .explica.

Produção digital – Diante do cenário de pandemia, o primeiro encontro de Tizumba com a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais foi produzido de forma prioritariamente digital, com os músicos da FCS gravando de suas casas. A filmagem externa, feita exclusivamente com um aparelho celular, captou o cantor e os percursionistas no Congo Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus (Irmandade Os Carolinos), no bairro Aparecida, na região Noroeste de Belo Horizonte.

A montagem do vídeo buscou recriar uma procissão de congado, acompanhando Tizumba e os músicos do Tambor Mineiro pelas ruas de Belo Horizonte, com todo cuidado e segurança. O vídeo também conta com imagens de pontos históricos de Minas Gerais cedidas pela Rede Minas de Televisão.

O artista celebra o convite da Fundação Clóvis Salgado para a produção, e destaca a importância da escolha da canção “A Criação” para a gravação do vídeo. “A minha expectativa com a orquestra sinfônica é grandiosa, estou certo de que faremos um lindo trabalho! Buscamos transmitir, além da força da música mineira, uma mensagem que traz a importância da natureza, das matrizes africanas, da mitologia. Quando cantamos para os Orixás, cantamos também para a água, as matas, o céu, o ar, o tempo. Através da música podemos lutar e buscar uma consciência do espaço que ocupamos e tanto nos acolhe. A escolha de A Criação serve perfeitamente ao momento: é necessário repensar como vivenciamos a nossa casa, o nosso planeta”, afirma o músico.

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