FCS exibe “Corta Jaca”, de Chiquinha Gonzaga

A Fundação Clóvis Salgado (FCS) celebra o mês da mulher com uma produção inédita e emocionante, que homenageia a importância feminina na arte. De forma remota, os integrantes do Coral Lírico de Minas Gerais e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais convidam a cantora Mônica Salmaso e as bailarinas Raquel Aranha, Clara Couto e Maíra Alves para o vídeo dedicado à música “Corta Jaca”, de Chiquinha Gonzaga.
O vídeo vai ao ar hoje, às 10 horas, pelas páginas da Fundação Clóvis Salgado no Instagram e no Facebook. A produção possui direção musical do maestro titular da OSMG, Silvio Viegas, e da maestrina associada ao CLMG, Lara Tanaka, além de arranjo especial feito pelo pianista do CLMG, Fred Natalino.
Mônica Salmaso, que já se apresentou ao lado da OSMG no projeto “Sinfônica Pop” em 2015, diz ter aceitado de prontidão o convite para a participação do vídeo. A cantora, uma das mais renomadas intérpretes brasileiras, confessa ter tido uma boa surpresa no momento de gravação.
“Não sabia que a canção Corta Jaca tinha uma letra, e fiquei muito feliz com essa surpresa e aprendizado. Já havia interpretado a canção vocalizando, mas é a primeira vez que a canto dessa maneira”, conta Salmaso. “É muito bonito homenagear Chiquinha Gonzaga, que foi uma pessoa muito importante na colocação da mulher no mercado. Não só como musicista, mas como mulher, Chiquinha sai da estrutura original da época, de uma dona de casa sem ambições profissionais, quebrando esse protocolo”, destaca.
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Segundo Mônica Salmaso, gravar o vídeo em meio ao distanciamento social provoca muitas reflexões. “Esse momento de pandemia trouxe, a um custo muito alto, a oportunidade de nos olharmos de frente, sem a possibilidade de fuga de nós mesmos”, destaca a cantora. Ela ressalta que o período escancarou as desigualdades sociais brasileiras. “Durante o distanciamento, me ocupei, assim como outras pessoas, em ouvir importantes vozes dos movimentos de resistência, de maiorias que são colocadas como minoria. As mulheres, grande parte da população brasileira, possuem suas conquistas constantemente ameaçadas, mas acredito que isso só provoca uma reação mais forte, pois chegamos a uma posição social que não vamos mais abrir mão. Nossa briga é para mostrar que as mulheres se unem e criam redes apoio. E isso ficou ainda mais visível durante o distanciamento”, ressalta a cantora.
O vídeo “Corta Jaca” integra o projeto “Palácio em Sua Companhia” realizado pelo governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e pela Fundação Clóvis Salgado. Para Lara Tanaka, maestrina associada ao CLMG, a interpretação da canção “Corta Jaca” passa por inúmeras nuances musicais. “Toda canção brasileira merece grande atenção, e com a música de Chiquinha Gonzaga não foi diferente. Optei que o Coro mantivesse o canto lírico, dando destaque para uma pronúncia mais rebuscada dos erres”, conta a maestrina.
Dança – O vídeo da canção “Corta Jaca” conta com a participação especial de três bailarinas: Raquel Aranha, Clara Couto e Maíra Alves. Cada participante gravou o maxixe de sua própria residência, adaptando o ambiente doméstico. Segundo Raquel Aranha, pesquisadora de danças antigas (datadas no século XIX), o projeto configurou um grande desafio: fazer propostas artísticas dentro um momento muito limitante em relação ao espaço e a tecnologia. “Pensando como uma equipe, tentamos fazer o melhor que podíamos para obter um resultado compatível com a qualidade do projeto. Isso foi muito positivo, já que ampliamos nossa capacidade de nos reinventarmos”, destaca.
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