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FCS exibe mostra de 15 filmes de Blake Edwards

FCS exibe mostra de 15 filmes de Blake Edwards
Crédito: Divulgação

Homenageando a trajetória cinematográfica de um dos mestres da comédia hollywoodiana, a Fundação Clóvis Salgado (FCS), por meio do Cine Humberto Mauro, apresenta a mostra “Centenário Blake Edwards”, que exibe, a partir de hoje e até 12 de outubro, 15 filmes realizados pelo cineasta que completaria 100 anos em 2022.

Integram a programação presencial e gratuita as obras “Anáguas a Bordo” (1959), “Bonequinha de Luxo” (foto), de 1961, “Um Convidado Bem Trapalhão” (1968), “A Corrida do Século” (1965), “Vício Maldito” (1962), “Escravas do Medo” (1962), “Sementes de Tamarindo” (1974), “S.O.B. Nos Bastidores de Hollywood” (1981), “A Pantera Cor-de-Rosa” (1963), “Um Tiro no Escuro” (1964), “A Volta da Pantera Cor-de-Rosa” (1975), “A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa” (1976), “Vítor ou Vitória?” (1982), “Os Dois Indomáveis” (1971) e “Mulher Nota 10” (1979). 

Seguindo o viés temático de mostras produzidas pelo Cine Humberto Mauro em 2022 que trazem o lado humorístico de Hollywood em pauta, o cinema de Blake Edwards é marcado profundamente pela comédia – entrelaçada com o desastre. O diretor utilizava de um estilo sarcástico e controverso em seus filmes, buscando em suas tramas uma oposição à uma ordem estabelecida, alternando para a anarquia e o caos.

Roteirista, produtor e diretor de seus filmes, Edwards alcançou um patamar extremamente relevante na história da sétima arte. Marcado por sucessos estrondosos em seu cinema autoral, principalmente nos anos 1960, como a série de filmes “A Pantera Cor-de-Rosa” e o longa “Bonequinha de Luxo”, suas obras são reconhecidas até os dias atuais pelos amantes e realizadores de cinema como fonte de referência e alusões em estudos cinematográficos do campo da comédia romântica.

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Apesar de legitimado pelo lado humorístico, a obra de Blake Edwards transita por diversas vertentes do cinema. O diretor, produtor e roteirista, realizou filmes nos gêneros de drama, ação, musical, romance, faroeste e até mesmo no terror. Falecido em 2010, seu valor artístico foi reconhecido pela Academia em 2004, com o prêmio de Oscar Honorário Pelo Conjunto da Obra, em celebração a sua memorável trajetória no cinema.

A carreira do diretor foi notoriamente marcada por parcerias com grandes astros de Hollywood, principalmente, com o comediante Peter Sellers. O ator interpretou seis vezes o simbólico personagem Inspetor Clouseau na franquia “A Pantera Cor-de-Rosa”, além de ter trabalhado mais uma vez com Edwards no cômico “Um Convidado Bem Trapalhão”.

Apesar do extremo sucesso em suas obras conjuntas, a relação pessoal entre os artistas entrelaçou-se negativamente ao longo do tempo. O conturbado e longo relacionamento profissional de ambos é expressado com clareza no filme “Vida e Morte de Peter Sellers” (2004). O diretor e o ator passaram por diversas desavenças, especialmente, durante a produção polêmica e controversa da série de filmes A Pantera Cor-de-Rosa, fechando um ciclo de obras aclamadas pelo público. 

Mais uma célebre parceria da carreira de Edwards teve início a partir dos anos 1970, com sua esposa e estrela de Hollywood, Julie Andrews, atriz renomada por grandes sucessos atemporais como “Mary Poppins” (1964) e “A Noviça Rebelde” (1965). A parceria entre o casal é marcada pelos filmes “Lili, Minha Adorável Espiã” (1970), que está localizado em uma esfera do cinema notável pelo início da Nova Hollywood. O longa sofreu forte interferência dos estúdios em seu roteiro, resultando em um desagrado final de Edwards e Andrews. Após 11 anos, o casal realiza o filme “S.O.B. Nos Bastidores de Hollywood” (1981), satirizando as grandes indústrias cinematográficas norte-americanas da época. 

A programação da mostra exibe os principais sucessos da carreira de Blake Edwards, entre as inesquecíveis comédias e as parcerias com grandes astros de Hollywood. Entre os destaques, figura-se “Bonequinha de Luxo”, protagonizado pela estrela Audrey Hepburn, que se tornou um símbolo cultural feminino dos anos 60.

A mostra também exibe quatro filmes da franquia A Pantera Cor-de-Rosa, apresentando as melhores facetas da parceria entre Blake Edwards e Peter Sellers. Outros filmes em evidência na programação marcam a diversidade artística do diretor atrás das câmeras, como o terror psicológico “Escravas do Medo” e o drama “O Vício Maldito”, além do faroeste “Os Dois Indomáveis”.

Debates

A sessão comentada do programa Cinema e Psicanálise ocorrerá na próxima sexta-feira, às 19h30, com presença da psicanalista da Escola Brasileira de Psicanálise Virgínia Carvalho e exibição de “Mulher Nota 10” ,filme com forte viés psicológico e autobiográfico em sua narrativa. Já as sessões do História Permanente do Cinema, apresentam, no dia 6 de outubr), às 16h, o longa “Se Meu Apartamento Falasse”, de Billy Wilder, outro dos grandes mestres da comédia de Hollywood, com comentários do professor e crítico cinematográfico Fábio Feldman.

Os debates se encerram no dia 11de outubro, às 16h, com exibição de “Escravas do Medo”, que conta com comentários do professor e cineasta José Ricardo Miranda Júnior. As sessões comentadas são destinadas a alunos e professores das redes de ensino da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), bem como ao público em geral que manifeste o interesse na participação.

Na plataforma cinehumbertomais.com estarão disponíveis durante o período da mostra os filmes “As Três Noites de Eva” (1941), de Preston Sturges, e “Vamos à América” (1935), de Leo McCarey, obras que ironizam a situação política dos Estados Unidos da época, abordam a batalha dos sexos e fazem críticas e abordagens narrativas semelhantes ao processo de criação de Blake Edwards.

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