FCS expõe “Cidade Imaginária”

A Fundação Clóvis Salgado (FCS) dá continuidade à série de exibições de seu acervo de Artes Visuais com a exposição “Acervo FCS – Cidade Imaginária”, que está em cartaz até o próximo dia 26, na PQNA Galeria Pedro Moraleida, localizada no Palácio das Artes. Com curadoria da Gerência de Artes Visuais da FCS, a mostra convida o público para um passeio por diferentes maneiras de se pensar e sentir o imaginário coletivo sobre a estrutura da cidade.
A exposição reúne um conjunto de dez obras em diferentes suportes imagéticos, contemplando criações de Amílcar de Castro, Ana Aun, Lorenzato, Mário Silésio, Rodrigo Arruda, Giulia Puntel, Roberto Burle Marx, Ana Amélia Diniz Carmargos e Márcia Xavier, e inclui a doação de uma obra audiovisual criada pelo artista Victor Galvão, além de uma intervenção plástica feita especialmente para a mostra, pela artista Bel Morada.
A mostra Acervo FCS – Cidade Imaginária marca uma doação inédita para o Acervo da FCS. O vídeo intitulado “um”, trabalho do artista visual mineiro Victor Galvão, passará a compor o conjunto de obras da instituição. Vencedor do Edital de Ocupação de Fotografia de 2019 com a exposição “Arquipélago”, Galvão teve seu trabalho exposto na CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais. Segundo o artista, o filme tem um tom ambíguo, e trabalha de forma simultânea com uma perspectiva pessoal e impessoal. Essa característica se dá por meio da sobreposição da paisagem vertical do hipercentro belo-horizontino com aspectos pessoais da vida do artista e do cotidiano geral, narrados por uma voz que “está sobre a cidade”.
Galvão conta o quão feliz ficou com o convite para a doação do vídeo, e ressalta a relevância da iniciativa da Fundação Clóvis Salgado de fomentar, também, a preservação de obras audiovisuais. “Isso representa um reconhecimento do meu trabalho. Mas abre precedentes para que outras instituições preservem obras audiovisuais, demonstrando a relevância da obra para o coletivo, e que ela merece ser preservada e acessada por outras pessoas na posteridade”, argumenta o artista.
A exposição também conta com uma intervenção plástica apresentada de forma inédita na série de mostras, feita exclusivamente para a exposição. A obra foi criada pela artista visual Bel Morada, que participou do Programa Arteminas – Narrativas Femininas, em 2019, fazendo parte da exposição “Efêmera”, na Galeria Aberta Amilcar de Castro. Para a mostra Acervo FCS – Cidade Imaginária, a artista usa as paredes da PQNA Galeria para reproduzir, em pintura e colagem de objetos variados, suas “casas simbólicas”, que ficarão expostas somente durante o período da mostra.
Segundo a artista, o pensamento que regeu sua criação partiu dos múltiplos olhares que compõem as formas e cores de uma cidade. Além do conceito pensado para a obra, Morada diz se identificar muito com o caráter efêmero do formato de produção em pintura mural. “Sinto que essa efemeridade na arte, e na vida como um todo, é um presente. Algo que devemos sempre usar ao nosso favor, como uma lição da mãe natureza para nós humanos”, conclui a artista.
Segundo a Gerente de Artes Visuais da FCS, Uiara Azevedo, entre as premissas de expor os bens culturais do Acervo da Fundação Clóvis Salgado, estão “a necessidade de tornar o conjunto de obras mais contemporâneo e atual, valorizando os novos artistas, as novas linguagens e possibilidades artísticas inéditas”. As curadorias das mostras que contemplam o Acervo da FCS sempre buscam interligar as obras expostas a partir de um suporte ou conceito, criando perspectivas que exploram e possibilitam diversas interpretações.
Cidade Imaginária dá continuidade à série de exposições que divulgam as obras pertencentes à FCS, adquiridas por meio de doações realizadas por artistas que já expuseram nas Galerias do Palácio das Artes. A periodicidade das mostras de acervo da FCS, praticada nas décadas de 80 e 90, foi retomada em 2013 com a aquisição de obras do Prêmio Marcantônio Vilaça, grande parceiro da instituição. Desde então, diversos artistas contemporâneos realizaram doações, fortalecendo e diversificando o acervo.
Ouça a rádio de Minas