Feira Literária debate temas da atualidade em Tiradentes

A histórica Tiradentes, cidade no Campo das Vertentes, recebe a segunda fase da Feira Literária Internacional de Tiradentes (Fliti), de 9 a 13 de abril. O evento promete ser um encontro rico em discussões literárias e reflexões sobre temas relevantes da atualidade.
Com uma programação extensa e diversificada, a Fliti reunirá escritores, pensadores e especialistas em diversas áreas para debater temas como democracia, literatura, arte e cultura. Além disso, o evento contará com apresentações musicais, exposições de arte, lançamentos de livros e oficinas literárias, oferecendo uma experiência única e enriquecedora para os participantes.
Dentre os temas que serão debatidos, destaca-se a discussão sobre a democracia brasileira, quatro décadas após a redemocratização do País. Foi em março de 1985 que o então senador José Sarney era empossado como Presidente da República, encerrando-se o ciclo de 20 anos da ditadura militar.
O tema será tratado por um painel formado pela economista da XP Investimentos e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Zeina Latif; pelo economista especialista em previdência, Fábio Gambiagi; e também pela economista e professora doutora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cristiane Schmidt.
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Segundo Cristiane Schmidt, a democracia brasileira é estável e continua viva, apesar de enfrentar desafios contínuos. No entanto, ela afirma que a democracia precisaria ser mais justa, transparente e representativa. Para isso, ela sugere mudanças no sistema político, como a eleição de ministros do Supremo Tribunal Federal e a limitação de mandatos para o poder Executivo.
Feminino e pluralidade também marcam a cena literária em Tiradentes

O evento ainda reúne múltipla programação com outros painéis que vão desde inteligência artificial (IA) à literatura infantil, de poesias coletivas às pautas de inclusão e diversidade, de cartografias ao universo das crônicas.
A edição ainda aponta obras e debates em torno do tema central “Mulheres de Prosas e Versos” que, segundo a organização, permite desabrochar artes e manifestações femininas por vários nomes da cena literária nacional e internacional. Dentre os destaques, o público vai conferir os lançamentos de livros das seguintes mulheres:
- a imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Ana Maria Machado;
- a historiadora e professora carioca, Mary Del Priore;
- a cronista, poeta e escritora Martha Medeiros;
- a cantora Zélia Duncan;
- a escritora uruguaia e finalista do prêmio Opera Prima, Alejandra González;
- a atriz, escritora e ativista cubana Teresa Cárdenas;
- as autoras indígenas Geni Núñez e Verenilda Pereira;
- a jornalista e escritora Eliana Alvez Cruz
- e a poeta Bianca Ramoneda.
As atrizes Heloísa Périssé e Maria Bopp também estarão presentes no evento. Périssé lançará o livro “Cheia de Graça”, e Bopp, roteirista e criadora do quadro cômico “Blogueirinha do Fim do Mundo”, participará de uma conversa com a escritora e podcaster Camila Fremder.
Neste ano, a feira vai preencher diversos espaços públicos de Tiradentes, como o Centro Cultural Yves Alves (CCYA), o Espaço Cultural Aimorés e o Largo das Mercês com a inclusão ainda de apresentações artísticas, exposições e vendas de publicações.
A Fliti conta com a curadoria da editora e jornalista Isa Pessoa e dos autores e ilustradores, dos ganhadores do prêmio Jabuti, Roger Mello e Daniel Kondo, além do escritor Guto Lins.
Comandando a diretoria da Fliti, Cristina Figueiredo lembra que a vocação social do evento é norteada pela busca de impactar cerca de 11.500 alunos de escolas públicas da microrregião do Campos das Vertentes – composta por 17 cidades, dentre elas, Tiradentes, São João Del-Rey, Oliveira e Carmo da Mata.
Ela explica que a proposta é promover, por meio de vouchers e empréstimos de livros, a inclusão cultural e a imersão de crianças, adolescentes e jovens ao mundo da literatura.
“Há seis anos, isso era apenas um sonho. Tiradentes, com tantos festivais renomados, ainda não tinha uma Feira Literária que seguisse os princípios que acreditamos serem essenciais: oferecer oportunidades e acesso à leitura para aqueles que mais precisam. Trabalho há 23 anos com literatura e sei o quanto isso é necessário”, lembra Cristina Figueiredo.
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