Dia da Felicidade: pessoas felizes aproveitam mais as oportunidades

Nesta quinta-feira, 20 de março, é comemorado o Dia Internacional da Felicidade, que neste ano é celebrado com uma boa notícia. Segundo o relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) e da World Happiness Report, o Brasil subiu oito posições no ranking da felicidade, ocupando agora a 36ª colocação. O ranking considera indicadores socioeconômicos dos países participantes, como o Produto Interno Bruto (PIB), suporte social, expectativa de vida, liberdade, generosidade e noções de corrupção.
Em Belo Horizonte, o Instituto Movimento pela Felicidade trouxe à Capital, na noite desta última quarta-feira (19), o ex-ministro da educação do Butão e referência em Felicidade Interna Bruta, Thakur Singh Powdyel. O ex-ministro, que falou para uma plateia de professores, afirmou que a educação é um processo muito complexo e que o sistema, o governo e a nação como um todo precisam estar envolvidos, uma vez que se trata do início de tudo.
“Se a educação falha, nenhuma nação pode ter sucesso. Essa é a questão central. Acho que, no nível federal, no nível estadual e no nível institucional, precisamos entender que a educação é algo essencial. Não deve ser deixada apenas para os professores ou educadores, mas deve ser um esforço nacional coletivo. É preciso investir na educação com um propósito mais profundo, com integridade e honra. E, naturalmente, as coisas estarão em ordem e com mais felicidade envolvida”, avalia.
Ainda segundo Powdyel, tudo está ligado à felicidade, inclusive o ambiente corporativo. “Acho que o mundo corporativo precisa reconhecer seu momento da verdade. Qual é o propósito das corporações? Qual é o objetivo final? É apenas o lucro? É apenas ganhar dinheiro? Ou é tornar a sociedade um lugar melhor? As empresass têm uma contribuição a fazer para construir um mundo melhor, uma sociedade melhor, para cuidar da saúde do planeta. Por que elas existem? Qual é o objetivo final? As corporações precisam se confrontar com essa verdade essencial”, pondera.
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Percepção de oportunidades
De acordo com o fundador e CEO do Instituto Movimento pela Felicidade e Bem-Estar, Benedito Nunes, pessoas felizes fazem coisas incríveis. E pessoas que não são felizes deixam as oportunidades escapar.
“Quando você não está bem com a vida, você não enxerga as oportunidades, só enxerga problemas, fica desanimado. O antônimo de felicidade não é infelicidade, é apatia. Então, quando trazemos essa abordagem da felicidade para o meio acadêmico, contagiando a todos, estamos motivando as pessoas a entender a vida de uma forma diferente. Inclusive, do ponto de vista de como elas se comportam como futuros empresários, empreendedores ou CEOs de uma grande organização”, destaca.
Nunes aponta que a felicidade é diferente do que às vezes pode parecer, pois não é um destino, a felicidade é o caminho.
“O que podemos fazer é uma leitura daquilo que nos cerca e começarmos a perceber o lado positivo das coisas que acontecem. Tudo na vida traz experiências. Então, se você passa a olhar a vida dessa maneira e não fica esperando um dia ser feliz, você pode ser feliz todos os dias, nas pequenas coisas. Como diz Guimarães Rosa, ‘felicidade acontece nas horinhas de descuido’”, reforça.
Conforme avalia o diretor-geral do Colégio Marista Dom Silvério de Belo Horizonte, Vanderlei Soela, todos, indistintamente, procuram a felicidade. “E nessa procura, na maioria das vezes, a gente se confunde e até faz o inverso. Na busca da felicidade encontramos caminhos errados, mas eu acredito que essa busca do ser humano é algo genuíno, é da essência do ser, ainda que muitas vezes de forma confusa”, afirma.
Sentido nas experiências
A orientação do diretor é organizar a vida de maneira a encontrar mais sentido nas experiências e, ao mesmo tempo, desfrutar mais desses momentos. “Então, eu acredito que a felicidade é resultado disso, de vivermos em plenitude cada experiência, em profundidade, o que o dia a dia vai oferecendo para nós”, observa.
Na avaliação de Soela, com relação ao ambiente empresarial, a questão é cuidar onde é colocado o foco. “Sempre escutava o seguinte questionamento: se usamos o dinheiro ou se o dinheiro nos usa. Aí é uma perspectiva que nós podemos escolher. E nós podemos conviver com todos esses desafios e ao mesmo tempo experimentar que a vida vale a pena, que a presença da outra pessoa vale a pena, que curtir um descanso vale a pena, a natureza e assim por diante”, considera.
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