Variedades

Festa da Luz 2025: Belo Horizonte recebe instalações luminosas a partir desta quinta (14)

Entre 14 e 17 de agosto, o festival gratuito transforma o Centro de BH com arte, luz e tecnologia, destacando hip-hop, graffiti e dança de rua
Festa da Luz 2025: Belo Horizonte recebe instalações luminosas a partir desta quinta (14)
Foto: Walfried Weissmann

Entre os dias 14 e 17 de agosto, Belo Horizonte será palco da quarta e maior edição da Festa da Luz, um dos principais festivais de arte pública e tecnologia do Brasil. Com 13 instalações luminosas espalhadas pelo baixo Centro da capital, o evento terá programação totalmente gratuita.

Neste ano, o tema “Culturas Urbanas” celebra a força criativa das ruas, colocando o hip-hop, o graffiti, o funk e a dança de rua como protagonistas da cena cultural contemporânea.

“O espaço urbano é um terreno fértil para manifestações artísticas e de resistência. Ao celebrar as culturas urbanas e periféricas, a Festa da Luz reforça seu compromisso com a democratização do espaço público e com a valorização dessas expressões como tecnologias de convivência, memória e futuro. Em tempos de criminalização da cultura de rua, é urgente reconhecer sua potência e garantir sua presença na paisagem da cidade”, afirma a diretora artística e curadora do festival, Juliana Flores.

Realizada pela Casinha, Híbrido e Pública, com apoio do governo de Minas, governo federal, Museu de Artes & Ofícios e outras instituições, a festa conta com patrocínio exclusivo da Cemig, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet) e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

A diretora de Comunicação e Marketing da Cemig, Cristiana Kumaira, ressalta que a companhia segue incentivando a cultura no Estado.

“Como maior incentivadora da cultura de Minas Gerais, a Cemig está, mais uma vez, ao lado da Festa da Luz, iniciativa que, a cada edição, nos encanta com novos talentos, intervenções e tecnologias, em uma mistura de inovação e cena urbana que nos surpreende. O primeiro cenário será Belo Horizonte, com o retorno da Praça da Estação como palco. Mas outras cidades mineiras também terão, neste ano, a oportunidade de interagir com todo o brilho da Festa da Luz, em uma proposta de democratização que leva cada vez mais ações culturais para o interior do Estado”, ressaltou.

Confira a programação

Instalações

O circuito deste ano reúne artistas que exploram, de formas distintas, a relação entre arte contemporânea, arquitetura e cultura popular, criando experiências visuais e sensoriais que transformam o Centro de Belo Horizonte.

A mineira Criola, conhecida por exaltar a ancestralidade negra e o sagrado feminino, retorna ao festival com sua estética marcada por cores vibrantes e símbolos de empoderamento. Sua obra propõe um diálogo espiritual e político com o espaço urbano, fortalecendo narrativas de identidade e resistência.

A grafiteira Bolinho leva às ruas seus personagens icônicos, que abordam temas contemporâneos com leveza e humor, conquistando públicos de todas as idades. Já Francine de Paula (Dpaula), artista do interior de São Paulo radicada em Curitiba, imprime a força gráfica do hip-hop e da cultura de rua em uma instalação que valoriza a potência criativa das periferias.

O arquiteto e artista visual Rafael Cançado, o “Homem Gaiola”, apresenta mais uma de suas experiências imersivas com tecnologia LED e laser mapping, linguagem que lhe rendeu reconhecimento internacional.

Do Aglomerado da Serra, o Coletivo Levante combina arte, arquitetura e sustentabilidade para transformar espaços urbanos, incorporando um olhar comunitário e afetivo às intervenções.

O paulistano Alex Senna, conhecido pelo traço monocromático e sensível, leva à Praça da Estação uma obra inédita que investiga o afeto e a conexão humana, apresentada anteriormente no Festival Sensacional.

A dupla Mutabile Arquitetura + João Wilbert propõe um diálogo com as novas paisagens abertas no Centro após a demolição do anexo dos edifícios Sulacap e Sulamérica, explorando, por meio de duas instalações, a nova visão do Viaduto Santa Tereza a partir da avenida Afonso Pena.

Nos arcos do Viaduto Santa Tereza, o arquiteto Ricardo Bizafra instala “FOCO”, uma sequência de dez grandes arcos infláveis que formam um túnel de luz, conduzindo o olhar para o horizonte urbano. A poucos metros dali, sob o viaduto, o público se torna parte de “Reflexões”, obra de VJ Bah que capta imagens em tempo real e as projeta em painéis de LED com efeitos visuais dinâmicos.

No Museu de Artes e Ofícios, o artista italiano Carlo Bernardini apresenta Infinito Refletido, instalação que utiliza fibra óptica para desenhar no espaço formas ilusórias e mutáveis, percebidas de maneira diferente conforme o deslocamento do visitante. A iniciativa francesa Spectaculaires, em parceria com a Embaixada da França, traz ao festival a obra Dance Flower, que combina luz, cor e movimento.

A programação também recebe intervenções textuais. A escritora e pesquisadora Amara Moira explora a poeticidade do pajubá, a língua das travestis, em um letreiro inédito, enquanto o poeta Francisco Mallmann ilumina a fachada do Edifício Central com a frase “A rua é do desejo”, celebrando a fusão entre poesia e pulsação urbana.

Performances

O público também poderá acompanhar apresentações como o tradicional Duelo de MCs, no Viaduto Santa Tereza; a Velha Guarda do Soul; o Arrastão Samba D’Ouro; e o Karaokê da Bia. Além disso, haverá intervenções como o Trovão Tropical – Carrinho Projetor e o Na Régua – Cortes na Barbearia.

A programação completa da Festa da Luz pode ser conferida no circuito cultural montado no Centro de Belo Horizonte. Todas as atividades são gratuitas.

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