Festival de Cinema Infantil exibe 26 curtas

O Cine Santa Tereza será palco, a partir de amanhã e até o próximo domingo, do III Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo. As sessões começam às 16h30 e serão exibidos 26 curtas originários de 11 estados e de países como Canadá, Bélgica, Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos e Catar. A curadoria desta edição, composta por Diego Souza e Iakima Delamare, selecionou filmes de ficção, documentários e animações que propiciam o acesso das crianças a temas contemporâneos relevantes.
Metade dos ingressos, gratuitos, está disponível para retirada on-line no site https://www.diskingressos.com.br/, e a outra metade é distribuída na bilheteria do cinema 30 minutos antes da sessão. Mais informações no site https://cinemadebrinquedo.com.br/. A 3ª edição do festival também conta com a Oficina de Brinquedos Animados, que acontecerá nos amanhã, quinta e sexta-feira, das 15h às 16h, no Cine Santa Tereza.
O III Festival de Cinema Infantil de BH – Cinema de Brinquedo vai exibir filmes que desafiam noções fechadas sobre a infância, programando obras que convoquem brincadeiras que vão além da tela das TVs e dos smartphones e despertem o desejo das crianças de retomar o contato com a natureza após o período de clausura proporcionado pela quarentena.
Os filmes, de forma lúdica, convidam a garotada a refletir sobre o ciclo da vida e do luto, sem descartar o papel da preservação ambiental em relação à rotina humana. “Buscamos para esta edição do festival produções que valorizam a autonomia de agir e de criar das crianças, propiciando modos de fazer em associação a elas, ao invés de tomá-las apenas como elementos do filme”, destacam os curadores Diego Souza e Iakima Delamare.
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De acordo com eles, todos os filmes selecionados apresentam classificação livre e, para efeito de organização, as sessões foram elaboradas de modo que os filmes de maior apelo aos mais novos se encontrem em uma mesma sessão, enquanto obras que demandam um repertório maior de vivências das crianças, seja pelos temas abordados ou pela necessidade de acompanhar legendas, estão programadas em outras.
Em busca de pluralidade e diversidade, a programação do festival conta com filmes que abordam temáticas variadas, num universo lúdico e divertido, como indígenas, quilombolas e ambientais. Entre as produções estrangeiras, destacam-se filmes como o curta-metragem “Emsahar”, de Hassan Al-Jahni (animação, Qatar, 2021, 7’20), que conta a história de Fátima, sentada tristemente à janela com seu fiel gato enquanto ouve a tradicional bateria do mensageiro do Ramadã, Emsahar; Al Tabbab, de Khalifa Al – Mana (animação, Qatar, 2021,7’14), que fala sobre Al Tabbab, um menino e seu pai que, acompanhados de sua cabra, navegam para realizar uma oferenda para colher pérolas de um misterioso monstro marinho; “Piropiro”, de Miyoung Baek (animação, Coréia do Sul, 2022, 9’30), que conta a história de dois pássaros ‘Piropiro’ da floresta e ‘Dalle’ da floricultura da cidade; Terra Estranha (Oddland, foto), de An Vrombaut (Animação, Bélgica, 2022, 7’39), sobre um grupo de estranhos animais numa savana que se parecem com girafas sem pescoços e brincam de esconde-esconde; e “Dominó de Macaco” (Monkey Domino), de Ulf Grenzer (animação, Alemanha, 2022, 4’7), que fala sobre o encontro com o administrador do zoológico e sua filha, que consegue mudar a vida de um macaco enjaulado.
Produções nacionais – Também chamam a atenção os filmes nacionais como “Rabiola”, de Thiago Briglia (ficção, Roraima, 2021, 13’58), sobre Bernardo, um garoto brasileiro, e sobre Jeferson e Joisiris, duas crianças venezuelanas travando uma batalha no céu para ver quem derruba o papagaio de quem; “Entre Muros”, de Gleison Mota (ficção, Bahia, 2021, 15’), sobre as férias escolares de José, levado por sua mãe para ajudar nas tarefas domésticas em um condomínio de luxo; “Òpárá de Òsùn: quando tudo nasce, de Pâmela Peregrino” (animação, Bahia, 2018, 4’), que se passa no Sertão da Caatinga, onde a paisagem semiárida encobre a vida e surge a deusa da fertilidade, Òsùn, que faz brotar o verde da esperança e as águas do rio que alimenta vidas.
Outras produções nacionais que se sobressaem são “Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas”, de Pâmela Peregrino (animação, Bahia, 2021, 22’28), sobre uma criança que nasce com folhas em seu corpo e sua mãe busca a cura que a levará até Òsányìn, o Orisà das folhas; “Ibeji Ibeji”, de Victor Rodrigues (ficção, Rio de Janeiro, 2021, 19’58), que aborda a descoberta da existência da morte despertada em Omar e Taú e fala sobre a percepção de que a infância não é mais como antes com a iminente partida da avó, revelando a herança desta consciência como sentido ancestral da vida. “Meu Nome é Maalum”, de Luisa Meirelles Holanda Copetti (animação, Rio de Janeiro, 2021, 7’53), conta a história de quando Maalum vai para a escola pela primeira vez, mas seus colegas acham seu nome estranho. Seus pais, então, contam a origem de seu nome e como ele está ligado à sua ancestralidade.
Para Cardes Monção Amâncio, produtor do festival, “o cinema e suas imagens em movimento se relacionam diretamente com a alteridade e propiciam à criança maior abundância da matéria da pluralidade na construção de seu ser. E também aos adultos, uma vez que assistir filmes juntos faz parte da dinâmica familiar”. De acordo com Amâncio, “o contato com as artes é fundamental para o desenvolvimento das crianças e os adultos próximos a elas podem frequentemente estimular hábitos de leitura, idas ao teatro, curtir um festival de cinema, entre outras atividades culturais”.
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