Festival de cinema italiano começa hoje

Entre a vanguarda e o contemporâneo. É a partir dessa premissa que a edição deste ano do “Festival de Cinema Italiano no Brasil” foi pensada. Ao todo serão exibidos 16 filmes, sendo nove longas inéditos, produzidos em 2021 e 2022, e sete películas que homenageiam e destacam as atrizes mais importantes da Itália nos anos de 1950, 1960, 1970, entre elas Monica Vitti, musa de Michelangelo Antonioni. Em parceria inédita, o evento começa hoje e prossegue até o próximo dia 30 no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, e no Centro Cultural Unimed-BH Minas, no Minas Tênis Clube, ambos os equipamentos são parte integrante do Circuito Liberdade. As sessões no Cine Humberto Mauro são gratuitas com retirada de ingressos na bilheteria.
A abertura do festival será realizada hoje, às 18h30, no Cine Humberto Mauro, e contará com a exibição de “A Moça com a Valise” (foto), de 1961, filme que também integra a mostra “História Permanente do Cinema”, com Claudia Cardinale e direção de Valerio Zurlini. A sessão será comentada por Samuel Marotta, programador e curador do Centro Cultural Unimed-BH Minas, e terá mediação de Vitor Miranda, gerente do Cine Humberto Mauro. Antes da exibição do filme, o público poderá desfrutar o coquetel que celebrará a abertura da mostra e as parcerias promovidas pelo evento. “O festival é uma oportunidade para o público conhecer duas vertentes muito importantes do cinema italiano: a clássica e a contemporânea. Serão exibidos nove filmes inéditos contemporâneos, incluindo “Nostalgia”, de Mario Martone, que estreou no Festival de Cannes e foi o escolhido para representar a Itália no Oscar de 2023. Além disso, vamos exibir sete filmes clássicos, destacando as grandes musas italianas, como Monica Vitti, Sofia Loren e Claudia Cardinale”, explica Vitor Miranda.
Idealizado e curado pelo italiano Nico Rossini, da Câmara de Comércio Italiana em São Paulo e por Erica Bernardini, o projeto tem sua origem no Festival do Cinema Contemporâneo Italiano, criado em 2005, com o intuito de popularizar no Brasil as novas safras de diretores e atores italianos.
A seleção contemporânea destaca o melhor do cinema produzido na Itália nesta temporada, contemplando uma diversidade de temas e formatos. Filmes exibidos em importantes festivais pelo mundo fazem parte da mostra. “Nostalgia”, trabalho de Mario Martone, escolhido para representar a Itália no Oscar de 2023, está na programação. O filme, que tem Pierfrancesco Favino como protagonista, teve première mundial no Festival de Cannes, sendo exibido na competição oficial. Outro destaque da mostra é o longa “Seca”, de Paolo Virzì, exibido no Festival de Veneza e ganhador dos prêmios Francesco Pasinetti 2022, concedido pelos Jornalistas Cinematográficos Italianos, e Soundtrack Stars Award, onde o longa foi agraciado como a melhor trilha sonora. Além desses, também estão contemplados pela curadoria a comédia “Água e Anis”, de Corrado Ceron, que traz Stefania Sandrelli no elenco, e “Carrossel”, de Chiara Bellosi, que estreou no Festival de Berlim deste ano.
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Também fazem parte do Festival as películas “Toilet”, de Gabriele Pignotta, “Hill of Vision – a incrível história de Mario Capecchi”, de Roberto Faenza, “Comedians”, de Gabriele Salvatores, “Os Irmãos de Filippo”, de Sérgio Rubini, e “A Sombra do Dia”, de Giuseppe Piccioni.
Musas
A programação conta com uma seleção de clássicos que homenageia as grandes atrizes do cinema italiano. A mostra leva ao público mineiro os trabalhos “Pão, Amor e Fantasia” (1953), de Luigi Comencini e que tem Gina Lollobrigida em papel de destaque; “A Bela Moleira” (1955), de Mario Camerini, com Sophia Loren e “Ciúme à Italiana” (1970), de Ettore Scola, com Monica Vitti como protagonista.
“É muito importante destacar o trabalho dessas atrizes, e a importância delas para o cinema italiano e do mundo. A seleção do festival comprova que elas não são apenas belas, mas grandes atrizes que se destacam numa grande variedade de papeis”, ressalta Erica Bernardini, curadora do festival.
A mostra resgata também a obra-prima “O Conformista” (1970), de Bernardo Bertolucci, com Stefania Sandrelli. O trabalho trata ao mesmo tempo do fascínio e da degeneração que o fascismo acarreta na alma e no corpo social. “O Inocente” (1976), de Luchino Visconti, com Laura Antonelli, também faz parte do festival. Também de Visconti, “Violência e Paixão” (1974), traz a atriz Silvana Mangano no papel de uma marquesa excêntrica.
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