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Festival explora relação de Minas e Luxemburgo

Festival explora relação de Minas e Luxemburgo
Crédito: Bianca Aun

O 1º Festival Brasil Luxemburgo será aberto amanhã. O público de todo o Brasil pode viajar, em primeira mão, pela história cultural e comercial das relações entre Minas e Luxemburgo pela plataforma digital (www.colonia.lu). No próximo dia 9, os mineiros de João Monlevade, símbolo da siderurgia em Minas, com grande influência luxemburguesa, terão acesso a esse percurso, por meio de um quiosque de aço instalado na Praça do Povo.

O espaço intitulado (L) aço – referência à siderurgia, ao afeto e à memória – abrigará até outubro, para visitação das 9h às 16h, uma exposição transmídia gratuita, com iPads que conectam, de maneira interativa, ao documentário “A Colônia Luxemburguesa”. O filme foi dirigido pela historiadora Dominique Santana e produzido pela Samsa Film, maior produtora cinematográfica de Luxemburgo, com mais de 50 prêmios internacionais, dentre eles, três indicações ao Oscar em 2021, Cannes e sucessos emplacados na Netflix, como a aclamada série intitulada, no Brasil, “Os segredos de Manscheid”.

O festival continua até outubro, em João Monlevade, que recebe ainda a exposição de fotografias históricas sob curadoria de Clarice Fonseca, que também assina a produção do evento. A artista plástica brasileira-luxemburguesa Joanna Scharlé expõe, na prefeitura da cidade, uma série inédita com recorte na sua produção mais recente, mesclando pintura em acrílica, nankin e telas produzidas com técnica mista. Serão no total 15 obras em diferentes formatos.

Ao lado da estrutura do quiosque (L) aço na Praça do povo, uma padaria produzirá, durante o Festival Brasil-Luxemburgo, o bolinho de carnaval – típico quitute da culinária luxemburguesa, com receita exclusiva desenvolvida pela embaixatriz Nicole Krieger. O Festival Brasil-Luxemburgo é realizado pelo Consulado Honorário de Luxemburgo em Minas Gerais, com apoio da Embaixada Luxemburguesa e da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais. O casal de embaixadores estará presente em João Monlevade para a inauguração do (L)aço no próximo dia 9.

“Nossa intenção é realizar um festival multicultural com foco na memória, na gastronomia e nas artes, que esteja pautado na histórica relação entre o Grão-Ducado de Luxemburgo e o Brasil. Nesta primeira edição vamos destacar a intrínseca relação entre Minas Gerais e Luxemburgo, passando pela história da mineração e da siderurgia e pela história dos descendentes de luxemburgueses que vivem em Minas Gerais há 100 anos. É uma celebração de todos os laços e semelhanças que ligam Luxemburgo e Brasil”, afirma Carlo Krieger, embaixador de Luxemburgo no Brasil.

De acordo com o embaixador, “a cidade de Esch-Alzete, conhecida por sua terre rouge, com alta concentração do ferro, carrega uma tradição industrial e siderúrgica como Minas. Hoje a cidade é um centro de inovação: local da universidade de Luxemburgo, dos centros de pesquisa e da sala de concertos, a Rockhal. Esta nova percepção da região como um destino turístico cultural atraente, com uma forte identidade regional e apelo internacional, vai além das fronteiras europeias. O Festival Brasil-Luxemburgo e o projeto ‘Colônia luxemburguesa’ em Minas Gerais afirmam os fortes laços entre Luxemburgo e Brasil. Ao mesmo tempo, é um lembrete de que a cultura fortalece nossos laços e nos une”, reforça.

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Documentário – A historiadora e diretora do documentário Dominique Santana, nascida em Luxemburgo, mas com raízes também brasileiras, conta que passou a infância nas terras vermelhas do sul luxemburguês. Durante as filmagens do documentário “A Colônia Luxemburguesa”, em novembro e dezembro de 2020, das oito cidades brasileiras visitadas, foi em Minas que a pesquisadora se sentiu mais em casa.

“Uma experiência incrível. Além de João Monlevade possuir uma forte influência dos colonos luxemburgueses que vieram trabalhar na siderurgia, no século XX, tudo parecia familiar: aquela terra vermelha, a cidade industrial, as casas dos engenheiros, operários, o cassino, vários símbolos da minha infância, só que com um sol maravilhoso e um céu azul que aqui não há. Era uma versão mais montanhosa, tropical e brasileira do sul do Luxemburgo”, relata.

O documentário interativo pode ser visto na íntegra ou por capítulos e poderá ser acessado do quiosque (L) aço, exclusivamente para os mineiros, somente hoje em Belo Horizonte, e a partir do próximo dia 9, em João Monlevade. Amanhã, o documentário interativo estreia e fica disponível para todo Brasil pela plataforma www.colonia.lu. Durante a navegação, o público assiste a trechos da obra construída a partir de informações e arquivos fornecidos pelo Arquivo Público Mineiro, pela ArcelorMittal, pelo Museu de Imagem e Som e pelo Centro de Audiovisual de Luxemburgo (CNA), além de filmes e fotografias cedidos pelas famílias de colonos e de moradores de João Monlevade, nos anos 50.

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