Filmes nacionais no Cine Santa Tereza

O Cine Santa Tereza recebe, a partir de hoje e até o próximo dia 31, a mostra itinerante “A Cinemateca é Brasileira”, que busca difundir pelo Brasil a memória do cinema nacional, com títulos que perpassam diferentes momentos históricos, propostas estéticas e abordagens temáticas. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site da Sympla. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação completa do cinema pode ser consultada no Portal Belo Horizonte.
A mostra traz ao Cine Santa Tereza uma seleção de dez filmes, que demonstram a riqueza do cinema brasileiro ao longo dos mais de 120 anos de história. Dos primeiros tempos, está “São Paulo: a sinfonia da metrópole” (Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, 1929, classificação livre), que sintetiza a vocação nacional para o documentário.
O desejo de estabelecer uma indústria cinematográfica forte no Brasil, que culmina na fundação dos estúdios Atlântida e Vera Cruz, pode ser visto em “Carnaval Atlântida” (José Carlos Burle, 1952, classificação 10 anos), com a “dupla do barulho” Grande Otelo e Oscarito; e em “Jeca Tatu” (Milton Amaral, 1959, classificação 12 anos), título no qual Amácio Mazzaropi desenvolveu a figura do caipira, seu personagem mais conhecido.
“Cinco vezes favela” (Marcos Farias; Carlos Diegues; Miguel Borges; Joaquim Pedro de Andrade; Leon Hirszman, 1962, livre) e o mais conhecido filme de Glauber Rocha, “Deus e o diabo na terra do sol” (1964, classificação 14 anos), mostram a preocupação do Cinema Novo em representar a classe trabalhadora e as desigualdades sociais, enquanto o Cinema Marginal e seu “O Bandido da Luz Vermelha” (Rogério Sganzerla, 1968, classificação 16 anos) desafiam a estética e linguagem cinemanovista.
Da década de 1970, a mostra traz “Dona Flor e seus dois maridos” (Bruno Barreto, 1979, classificação 18 anos), uma adaptação da literatura de Jorge Amado, que fez números de bilheteria impressionantes. Uma das obras mais importantes da chamada retomada do cinema brasileiro, nos anos 1990, também integra a programação: o filme “Central do Brasil”, dirigido por Walter Salles, de 1998, com classificação 12 anos, que venceu o Urso de Ouro e o prêmio de melhor atriz para Fernanda Montenegro no Festival de Berlim de 1998, papel que levou ainda uma indicação ao Oscar.
Outro destaque deste mesmo período é “Cidade de Deus” (Fernando Meirelles e Katia Lund, 2002, classificação 16 anos), vencedor de dezenas de prêmios nacionais e internacionais e indicado ao Oscar em quatro categorias, é até hoje o filme brasileiro com maior número de indicações ao prêmio da Academia. Título mais recente da seleção, “Bacurau” (Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, 2019, classificação 10 anos) mistura crítica social e distopia para contar a história de um povoado nordestino que subitamente some do mapa. Sucesso de crítica e público, a obra conquistou o prêmio do júri na competição oficial do Festival de Cannes em 2019.
Ouça a rádio de Minas