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FLI-BH celebra diversidade linguística e homenageia grandes nomes da literatura em Belo Horizonte

Festival literário gratuito reúne autores do Brasil e do mundo, celebra os 90 anos de Adélia Prado e homenageia Antonieta Cunha com uma intensa programação cultural
FLI-BH celebra diversidade linguística e homenageia grandes nomes da literatura em Belo Horizonte
Foto: Thaina Nogueira

De 22 a 26 de outubro, a Fundação Nacional de Artes em Minas Gerais (Funarte-MG) será o ponto de encontro de leitores, escritores e artistas de diferentes países durante a 6ª edição do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH).

Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Periférico, o evento homenageia a editora, educadora e escritora Antonieta Cunha, referência nacional da literatura infantil e fundadora da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH.

Com o tema “Da minha língua eu vejo o mundo”, o festival propõe uma celebração às diversas línguas faladas no Brasil, reforçando a literatura como espaço de encontro e troca. A programação inclui palestras, mesas de debate, saraus, oficinas, contação de histórias, espetáculos, narrações artísticas, leitura dramática, mostra de cinema, exposição e feira de livros. Todas as atividades são gratuitas.

Entre os nomes confirmados estão:

  • Aline Abreu (SP), autora e ilustradora convidada desta edição,
  • Fereshteh Najafi (Irã),
  • Lina Meruane (Chile)
  • e os poetas Adélia Prado (MG),
  • Gabriela Mistral (Chile),
  • Lino Eustáquio (Moçambique)
  • e Ricardo Aleixo (MG).

Festival será marcado por homenagens

Além das homenagens do FLI-BH à editora Maria Antonieta Cunha e da Mostra do Livro Latino-Americano (Molla) à poeta chilena Gabriela Mistral, o festival celebra também o 90º aniversário da poeta mineira Adélia Prado com um sarau-celebração conduzido pelo ator Odilon Esteves, criador dos projetos “Espalhemos Poesia” e da palestra cênico-literária “Para abrir outras janelas”.

Neste ano, o FLI-BH comemora ainda os 50 anos do Prêmio João-de-Barro, a mais antiga e longeva premiação brasileira dedicada à criação literária para crianças e jovens, realizada desde 1974 pela PBH.

A ilustradora convidada Aline Abreu é uma das premiadas com o João-de-Barro, em 2016, pelo livro “Quase ninguém viu”.

Nesta edição, além de assinar a ilustração oficial do festival, ela participa da mesa “Literatura Infantil – Modos de Escrever e Ilustrar”, ao lado de Rubem Filho, produtor de livros infantojuvenis e adultos desde 1995, e Nelson Cruz, vencedor dos prêmios Jabuti e Biblioteca Nacional, com três indicações ao Hans Christian Andersen.

Parcerias

Pela primeira vez em Belo Horizonte, a Mostra do Livro Latino-Americano (Molla) se une ao FLI-BH, trazendo uma feira literária, narrações artísticas e mesas de debate com as autoras e pesquisadoras Lina Meruane, Sara Rojo e Clarice Filgueiras.

Outro destaque é o VI Fórum de Bibliotecas Escolares – “Biblioteca da Escola: lugar de ler e aprender”, que promove diálogos sobre literatura, educação e formação de leitores.

Como parte da política de descentralização cultural, a programação do FLI-BH se estende também aos centros culturais, ao Cine Santa Tereza e à Biblioteca Pública Infantil e Juvenil, com atividades entre 10 e 21 de outubro.

Para a secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, o festival reafirma o compromisso da Capital com a literatura. “Há dez anos de sua primeira edição, o festival dá continuidade ao propósito de ser gratuito, diverso e acessível a todas as pessoas, afirmando-se como política pública e confirmando mais uma vez a tradição literária de Belo Horizonte e de Minas, na cena nacional”, destaca.

A presidenta da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, destaca que o festival é a celebração viva da palavra em suas diversas manifestações, enquanto a diretora-presidente do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, reforça o papel do evento na valorização da produção literária mineira e na projeção do Estado no cenário nacional.

Exposição e oficinas

A exposição “Da minha língua eu vejo o mundo”, com curadoria de Carolina Fedatto e ilustrações de Maria Chiodi (vencedora do Prêmio João-de-Barro), convida o público a refletir sobre a língua como história, identidade e arte. A mostra destaca a diversidade linguística brasileira — do português com seus sotaques e gírias, às línguas indígenas, afro-brasileiras e de imigração — e fica em cartaz de 22 a 26 de outubro, na Funarte-MG.

O festival oferece 12 oficinas gratuitas voltadas a públicos de todas as idades. Entre elas, a oficina de escrita “A Jornada Digital do Escritor: como publicar e se conectar com leitores”, ministrada por Bianca Pontes, voltada para quem deseja explorar o universo da publicação digital; e “Ilustrando a poesia de Gabriela Mistral”, com Maira Chiodi, que propõe aos participantes a criação de imagens a partir da obra da autora chilena.

Para o público infantil, os destaques são “Ilustração com Dobras e Cortes de Papel”, com Bruna Lubambo, inspirada na técnica do kirigami utilizada em “A pequena rainha”, e “Corpo que risca, história que dança”, com Bárbara Flor, voltada à primeira infância e suas famílias, estimulando a criação coletiva e a troca afetiva.

Com foco na inclusão, a oficina “Tirinhas para todos”, conduzida por Ricardo Tokumoto (SP), ensina de forma prática como criar quadrinhos, mostrando que não é preciso saber desenhar para participar — basta imaginar e contar histórias.

A cerimônia de abertura está marcada para quarta-feira (22), às 18h30, na Funarte-MG, com presença de autoridades e a mesa “Uma vida dedicada aos livros, à literatura e aos leitores com Antonieta Cunha”, mediada por Daniela Chaves, com Beatriz Myrrha, Leo Cunha e Marilda Castanha.

Em sintonia com o Mês das Crianças, o festival dedica parte da programação à primeira infância, com espetáculos, contações de histórias e debates sobre cultura da infância, leitura e criação literária. Entre as atrações estão a Mostra Siricoté – 15 anos do Grupo Serelepe, o espetáculo “Mil e uma estrelas” (Cia. Pé de Moleque) e a narração “Lá no fundo da mata” (Cia. Canta Contos).

(Com informações da PBH)

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