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FLI-BH tem início hoje com mais de 50 atrações

FLI-BH tem início hoje com mais de 50 atrações
Crédito: Thainá Nogueira

O Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH), realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, começa hoje com diversas atrações e prossegue até o próximo domingo. As atividades concentram-se no Parque Municipal Américo Renné Giannetti (avenida Afonso Pena, 1.377, Centro). As oficinas ocorrem no Parque e no Centro de Referência da Juventude (Praça da Estação, s/n, Centro) e a Mostra de Cinema, no MIS Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza).

Abordando a temática “Do Livro à Voz: Narrativas Vivas” e com curadoria da poeta Nívea Sabino e da ilustradora Marilda Castanha a terceira edição do FLI-BH apresenta ao público mineiro cinco dias de programação gratuita e diversificada. Serão ofertados ao longo da temporada mais de 50 atrações, divididas entre palestras, rodas de conversa, oficinas, saraus, narrações de histórias, exposições, espaço literário, lançamentos de livros e sessões de autógrafos com escritores e escritoras independentes, mostra de cinema e literatura, biblioteca e intervenções urbanas.

Um destaque é a participação de grandes escritores, ilustradores, críticos e especialistas nacionais e internacionais. Do Brasil, estão participando, por exemplo, o poeta e artista visual Ricardo Aleixo (BH); a contadora de histórias Édina Calegaro (SC); o ilustrador Edson Ikê (SP); o poeta e agitador cultural Sérgio Vaz (SP); o escritor, roteirista e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva (SP) e o autor de mais de cem livros infanto-juvenis Ivan Zigg (RJ). Já do exterior a programação conta com a argentina Anabella López, ilustradora e escritora; Cláudia Magnani (Itália), antropóloga e professora de literatura italiana na Fundação Torino e a artista Cláudia Manzo (Chile).

Homenagem – O FLI-BH homenageia o poeta Adão Ventura (1939-2004), mineiro nascido em Santo Antônio do Itambé, e autor do clássico “A cor da pele” – importante conjunto de poemas sobre o tema da negritude e do racismo. De acordo com a curadora e poeta Nívea Sabino, reverenciar o legado de Adão Ventura em um evento como o FLI-BH passa por um desejo realizado de propor um olhar sobre nós e, também, de sair do campo das repetições.

“A pluralidade e diversidade das produções literárias no Brasil são enormes. Porém, reverenciam-se sempre nomes corriqueiros da nossa literatura. Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, pouco se lê ou ouve falar sobre Adão Ventura. Portanto, o FLI-BH é um convite a ampliar o olhar, um convite à leitura, ao desconhecido”, explica.

Sobre a temática e todos os seus recortes, a também curadora e ilustradora Marilda Castanha destaca que o FLI-BH abarca necessidades tanto atuais como históricas. Por isso, a obra de Adão Ventura dialoga tão bem com o tema desta edição, “Do Livro à Voz: Narrativas Vivas”.

“Se voltarmos para a questão das ‘narrativas vivas’ encontramos produções do poeta, se pensarmos em memórias, tradições e dar voz a invisibilidades históricas também. Por outro lado, se considerarmos produções contemporâneas a obra de Adão Ventura também é lembrada”, relata.

“Dificilmente não se encontrará na obra de um artista negro algo que denuncie ou aponte as condições sociais das quais estamos sujeitos no mundo. Creio que Adão Ventura está vivo. A identificação que se cria ao ler a sua obra é direta: trata-se do mesmo grito de poetas negros (e negras) que assim como ele, através da arte, ofertam um revide lindo para este país. Um revide poético. Quando algo que foi escrito e dito lá atrás permanece latente e vivo no nosso tempo, é sinal de que estas narrativas estão vivas. E é preciso ter voz para gritá-las ao mundo e registrar nos livros e suportes possíveis”, salienta Nívea Sabino.

Além da homenagem ao grande poeta Adão Ventura, o FLI-BH traz como destaque em sua programação, menção honrosa a dois renomados escritores: a carioca radicada em Minas Gerais, Leda Maria Martins, e o mineiro do Vale do Rio Doce, Ailton Krenak. (Da Redação)

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