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Fórum de Tiradentes vai reunir área de audiovisual

Fórum de Tiradentes vai reunir área de audiovisual
Crédito: Diego Bresani

Maior novidade da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, o Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro vai reunir mais de 50 profissionais do audiovisual para revisitar, discutir e propor recomendações do setor para o novo governo. O fórum acontecerá entre os próximos dias 21 a 25 como parte da programação da mostra e resultará em documento oficial a ser elaborado e apresentado publicamente em Tiradentes.

Uma das presenças confirmadas é de Cármen Lúcia (foto), ministra do Supremo Tribunal Federal (STF). Cinco grupos de trabalho vão debater encaminhamentos estratégicos para formação, produção, difusão, distribuição e preservação, e resultados serão encaminhados ao novo Ministério da Cultura.

Ao longo dos últimos 25 anos, a Mostra de Cinema de Tiradentes consolidou-se como espaço singular de formação, promoção, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro. Um trabalho coletivo, participativo, democrático que sempre esteve à frente de seu tempo, atento às mudanças do audiovisual, seja do campo tecnológico, seja pelo lado de quem pensa, vê e faz cinema. Um ambiente de encontros, de gestação de parcerias profissionais, de inovação e tendências, de interação crítica no cinema do Brasil.

No decorrer de sua trajetória, presenciou avanços, transformações e continuidades no cinema brasileiro. A criação da Ancine, da Secretaria do Audiovisual, a implementação da Lei 12.485 e do Fundo Setorial do Audiovisual que resultou num processo de expansão e crescimento acima de vários outros setores da economia brasileira.

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A Mostra de Tiradentes foi testemunha do surgimento de uma nova geração de realizadores e instrumento que favoreceu a visão de conjunto – um panorama que, se revela fragilidades, também permite vislumbrar novos rumos. Foi pioneira ao criar a Mostra Aurora, um recorte da programação que criou oportunidades para os diretores estreantes ganharem espaço na cena audiovisual brasileira e exibiu filmes instigantes e desafiadores, de baixíssimo orçamento, precários enquanto estrutura de produção, mas com senso de provocação, deslocamento dos sentidos e das sensações, de culto ao enigma e do estranhamento. Filmes de diretores que já estrearam no formato digital e sob o impacto da internet. Filmes que se destacam em relação com seu tempo, pelo que mostram e como mostram. O cinema brasileiro feito hoje no Brasil.

Mais uma vez, a Mostra Tiradentes abre espaço para reunir pessoas de diversos segmentos do audiovisual brasileiro para o diagnóstico dos pontos críticos da atividade – fortemente afetada pela pandemia e pelo descaso do governo federal nos últimos cinco anos. A sessão de abertura terá por temas centrais as questões ligadas à nova arquitetura institucional da cultura e do audiovisual, os aspectos ligados à legislação de regulação e fomento do setor, com ênfase na Lei Paulo Gustavo e na regulamentação dos serviços de streaming

Eixos temáticos – A dinâmica dos trabalhos propõe a abordagem dos segmentos da formação, produção, distribuição, exibição e preservação do audiovisual, tendo por objetivos a identificação dos pontos críticos de cada segmento, a legislação normativa incidente e suas lacunas, além dos pontos considerados prioritários para a ação de fomento público, sempre levando em consideração focal a valorização das cadeias produtivas regionais e o reconhecimento do amplo conjunto de atores em exercício. 

Sob a coordenação de Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora-geral da Mostra Tiradentes; Mário Borgneth, cineasta, produtor e ex-secretário do Audiovisual;, Alfredo Manevy, cineasta, produtor, professor e ex-secretário executivo do Ministério da Cultura, conta ainda com a participação de mais de 50 profissionais que atuam em cinco grupos de trabalho – os GTs do Fórum de Tiradentes, coordenados por : GT Formação (Adriana Fresquet), GT Produção (Cíntia Bittar), GT Distribuição (Lia Bahia), GT Exibição/Difusão (Pedro Butcher) e GT Preservação (Hernani Heffner).

O Fórum de Tiradentes busca revisitar propositivamente a complexidade atual do audiovisual brasileiro tendo por premissas de base a valorização da descentralização, no reconhecimento do potencial das cadeias regionais de produção; a diversidade, no reconhecimento das demandas dos diversos segmentos que compõe a cadeia produtiva e na pluralidade de formatos e linguagens audiovisuais; o desenvolvimento econômico, no reconhecimento da pujança econômica do setor em meio à economia da Cultura, com seu grande potencial gerador de emprego e renda, diante das complexidades envolvidas para sua maior inserção afirmativa nos mercados nacional e global; e na democracia, reconhecendo o campo audiovisual como veículo de expressão de múltiplos protagonismos, com o objetivo de apresentar balizadores essenciais para o desenho de novas políticas públicas para o setor.

“O trabalho dos GTs será posto em discussão em plenária aberta e consolidado em documento final para encaminhamento ao novo Ministério da Cultura, dirigido pela ministra Margareth Menezes, e a órgãos e entidades representativas do setor”, completa Borgneth.

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