Frei Betto lança “Tom Vermelho do Verde”

O escritor Frei Betto participa do Sempre Um Papo para o lançamento do livro “Tom Vermelho do Verde” (Rocco), um romance histórico no qual o autor recupera a história dos indígenas Waimiri-Atroari, abordando os bastidores da construção da BR-174. Além disso, o autor também fala no bate-papo sobre seus livros “Jesus Militante: Evangelho e Projeto Político no Reino de Deus” (Editora Vozes) e “O Estranho Dia de Zacarias” (Cortez). A conversa com o jornalista Afonso Borges acontece no auditório da Cemig (avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho), amanhã, às 19h30, com entrada gratuita.
O mais novo livro de Frei Betto,“Tom Vermelho do Verde” é um romance baseado em fatos históricos, que começou a ser escrito há cinco anos. Nele, o autor recupera a história dos indígenas Waimiri-Atroari, abordando os bastidores da construção da BR-174. Muitas foram as formas de agressão sofridas, ao longo dos séculos, por esse povo. Suas terras, localizadas na região Amazônica, foram alvos de diversas invasões e, seus integrantes, encurralados, aprisionados, escravizados, queimados e assassinados.
A narrativa enfoca o drama vivido pelos Waimiri nos anos 1970, quando o governo militar brasileiro deu início à construção da rodovia BR-174. Em nome de um suposto progresso, visando os lucros que a exploração dos recursos naturais e as iniciativas agropecuárias poderiam trazer, o coronel Luiz Fontoura, um dos personagens do livro, tem como maior ambição “retalhar a selva de estradas”. Suas ideias condizem com os projetos do governo ditatorial e têm resultados catastróficos para a floresta e seus povos originários.
Ao tratar das injustiças sofridas pelos índios no passado, a obra reúne informações cruciais para uma compreensão mais profunda do Brasil de hoje. Uma leitura necessária e urgente em um momento no qual os povos indígenas são pressionados para deixar que suas terras sejam exploradas por companhias mineradoras e madeireiras que causam danos ecológicos irreparáveis.
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A partir de uma análise detalhada do Evangelho de Marcos, o livro “Jesus Militante: Evangelho e Projeto Político no Reino de Deus” busca demonstrar que Jesus não veio ao mundo para fundar uma religião, o Cristianismo, nem uma Igreja. Ao contrário, a obra defende que Jesus veio trazer uma nova proposta civilizatória: o projeto político do Reino de Deus, baseado em dois pilares – nas relações sociais, a partilha de bens; nas relações pessoais, o amor, em oposição ao reino de César.
O livro infantil “O Estranho Dia de Zacarias” acompanha o personagem Zacarias, um garoto comum que, ao acordar em uma determinada manhã, percebe que as coisas estão bem estranhas. De repente, os objetos da casa e seus próprios pertences pessoais começam a conversar com ele. “O tempo é administrável, Zacarias”, lhe fala o relógio. “Que tal me fechar enquanto se ensaboa?”, avisa o chuveiro. “Zacarias, estou muito pesada!”, alerta a mochila. E o acontecimento mais estranho ainda acontecem na escola, justamente no dia da prova de história do Brasil.
Carlos Alberto Libânio Christo, ou Frei Betto, é um frade dominicano nascido em Belo Horizonte em 1944. Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia e é reconhecido por seu trabalho em favor dos Direitos Humanos.
Frei Betto é autor de 73 livros, editados no Brasil e no exterior. Sua obra literária recebeu importantes reconhecimentos. Em 1982, seu livro de memórias “Batismo de Sangue” (Rocco) recebeu o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Seu livro “A noite em que Jesus nasceu” (Editora Vozes) ganhou o prêmio de Melhor Obra Infanto-Juvenil de 1998, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Já em 2005, o júri da CBL premiou-o mais uma vez, agora na categoria Crônicas e Contos, pela obra “Típicos Tipos – perfis literários” (Editora A Girafa).
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