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Fundação Clóvis Salgado exibe 15 filmes de Shyamalan

A mostra “Shyamalan: Dinâmicas da Fé”, aberta na quinta-feira (28), prossegue até o dia 11 de abril
Fundação Clóvis Salgado exibe 15 filmes de Shyamalan
Crédito: M. Night Shyamalan

“O Sexto Sentido”, de M. Night Shyamalan, estreou nos cinemas há 25 anos. Desde então, o cineasta tem se tornado um dos realizadores mais divisivos de Hollywood. Mergulhar em suas produções tornou-se um empreendimento de fé. A mesma fé que Shyamalan coloca no centro de todos os seus filmes e que será objeto de reflexão para os espectadores do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes.

A mostra “Shyamalan: Dinâmicas da Fé”, aberta na quinta-feira (28), prossegue até o dia 11 de abril. São 15 filmes, desde as obras feitas por Shyamalan no final dos anos 1990 até seus longas-metragens mais recentes, “Tempo” (2021) e “Batem à Porta” (2023), além do filme “Demônio” (2010), produzido e roteirizado pelo cineasta. Todas as sessões do Cine Humberto Mauro, da Fundação Clóvis Salgado (FCS) são gratuitas e os ingressos para os filmes da mostra podem ser retirados na bilheteria do cinema, a partir de uma hora antes de cada exibição.

M. Night Shyamalan é um cineasta indiano naturalizado estadunidense e está entre os grandes nomes do cinema hollywoodiano contemporâneo. Logo no início de sua carreira, o diretor foi aclamado por público e crítica pelo longa-metragem “O Sexto Sentido”, seu segundo filme, mas passou a acumular controvérsias ao longo dos anos seguintes.

Seus filmes costumam dividir a opinião de público e crítica, com alegações de que ele se tornou refém do próprio sucesso e sempre busca por reviravoltas marcantes e finais-surpresa nas narrativas que produz, mas também defesas que ressaltam um maior distanciamento das convenções da linguagem cinematográfica, o que o teria tornado um cineasta mais autoral.

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Em meio a essas discussões, a obra de Shyamalan constitui um conjunto singular dentro da indústria do cinema: o diretor se vale de gêneros e subgêneros comumente utilizados por grandes produções, como o “filme de super-herói” e o “filme de apocalipse”. Mas, independentemente da categorização, existe algo que atravessa o cinema deste diretor e que poderá ser analisado na mostra dedicada a ele no Cine Humberto Mauro: a questão da fé.

Shyamalan: Dinâmicas da Fé” estreia justamente durante a Semana Santa, e propõe ao espectador uma revisão da filmografia do diretor à luz da fé, que, para Shyamalan, não se limita a um contexto religioso, mas é um fio condutor e uma força que permeia a essência de suas histórias. Trata-se de um elemento que desafia os personagens a confrontarem o desconhecido, destacando as complexidades da crença, em um mundo onde o extraordinário se entrelaça com o cotidiano e o natural convive na fronteira com o sobrenatural.

Em seus dramas, thrillers ou fantasias, como o primeiro filme de sua carreira, “Olhos Abertos” (1998), e os bem-sucedidos “Corpo Fechado” (2000) e “Sinais” (2002), há sempre uma oposição entre a fé e a descrença, e o ato de acreditar é geralmente visto como uma adição ao caráter, não sob uma perspectiva maniqueísta, mas em termos de humanidade e sensibilidade.

A partir, porém, do filme “A Vila” (foto), de 2004, Shyamalan começou a ganhar detratores, e o aspecto divisivo das histórias e narrativas do diretor foi consolidado com o filme seguinte, “A Dama na Água” (2006), que teve uma recepção controversa de público e crítica, mas oferece uma síntese de alguns temas recorrentes na obra do diretor. Não por acaso, os dois filmes serão exibidos em sessões especiais: “A Vila” está incluído na faixa de curadoria “Cinema e Psicanálise”, no dia 5 de abril (sexta-feira); já “A Dama na Água” ganhará uma “Sessão Comentada” no dia 2 de abril (terça-feira), com a participação do professor e pesquisador José Ricardo Miranda Jr.

“A Visita” (2015) marcou o retorno do diretor ao gênero terror, e foi seguido por “Fragmentado” (2016) e “Vidro” (2019), continuações da trilogia de filmes de “(anti)super-herói” iniciada com “Corpo Fechado”. A trilogia será exibida na íntegra e em sequência cronológica no dia 6 de abril (sábado).

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