“A Grande Ópera” volta repaginada aos palcos

Perto de voltar aos palcos mineiros para a sua terceira temporada, o bem-sucedido espetáculo mineiro, anteriormente conhecido como “Ópera Massacre”, foi rebatizado de “A Grande Ópera”, contando com reforços valiosos e um sentimento profundo de renovação para a 49ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, em Belo Horizonte.
Mas por que mudar se o espetáculo vinha obtendo excelentes resultados de público, crítica e repercussão? Para o autor e diretor Gustavo Des, algumas dessas mudanças não foram planejadas e precisaram acontecer para manter a mensagem principal do espetáculo e assegurar seu impacto diante dos novos públicos e dos fãs que prestigiam o espetáculo desde a sua estreia, em 2022.
Sobre o título, ele comenta: “Trocar o título da peça parecia certo em função do bloqueio quase automático de uma das palavras nas redes sociais, o que dificultava a promoção do espetáculo”. Ao explicar a alteração, revela: “O título antigo buscava antagonizar esses dois universos, o glamour que uma ópera evoca com o terror de uma experiência traumática. Apesar de metafórico, e eu o escrevi num momento de aflição profunda causada pela pandemia e pelas mensagens negligentes vindas de parte do poder público, o espetáculo não é sobre a Covid-19, mas sobre o sentimento de temor que ela provocou, da aflição dos que temem a morte e dos que passivamente a aguardam.”
Na trama, uma família problemática lida com a volta da matriarca, que foi dada como morta, num estado de vulnerabilidade extrema. O desconforto com o retorno da mãe, num momento de partilha de bens, acentua o conflito familiar e expõe os sentimentos de indiferença, ganância e estado de espera. Com generosas pitadas de absurdo e elementos sensoriais como aromas e tique-taques sombrios, o espetáculo versa sobre a efemeridade da vida, na medida em que expõe as mazelas humanas.
O espetáculo, que foi destaque ao vivo na Rede Globo, recebeu avaliação máxima do site Boca do Inferno e foi indicado como uma das maiores promessas para a Campanha do Teatro de BH pelo site Culturadoria, que apresenta outras mudanças além do título, como a chegada dos atores Artur Rogério e Janaína Starling, que trouxeram novas harmonias ao espetáculo e prometem surpreender o público. “São artistas potentes e inacreditáveis, eu mal posso esperar para que todos possam conferir o que eles têm entregado nos ensaios. Janaína é uma das atrizes mais inacreditáveis com quem já trabalhei, e Artur Rogério trouxe novas camadas para uma das personagens mais queridas do público e fãs do espetáculo”, ressalta o diretor.
Surpresa
Outras novidades também são certas, mas Gustavo Des preferiu não revelá-las para manter o efeito surpresa: “O espetáculo está repaginado, mas todas as mudanças foram conscientes e trouxeram novas perspectivas ao espetáculo. As mudanças não alteram o seu impacto, mas agora vão surpreender até aqueles que já nos assistiram por mais de uma vez”, conclui.
Além dos recém-chegados Artur Rogério e Janaína Starling, o elenco de A Grande Ópera também conta com Gabriel Oliveira, Laura Damada, Lucas Michielini, Thiago Latalisa, grandes promessas do teatro mineiro que fazem parte da formação original da peça. O paulista Tom Garcia, que também integra o espetáculo desde a sua estreia, está mais do que confirmado para esse tão aguardado retorno, no papel da matriarca Dolores Willard, peça fundamental da trama.
“A Grande Ópera” fará sua estreia na 49ª Campanha de popularização na sexta-feira (19) e sábado (20), às 20h, e no domingo (21), às 19h,o no Teatro Santo Agostinho (rua dos Aimorés, 2.679, Lourdes) e no fim de semana seguinte, dias 26, 27 e 28, no Teatro Pio XII (rua. Alvarenga Peixoto, 1.679, Santo Agostinho).
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