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Inhotim ganha coleção de arte de Bernardo Paz

Inhotim ganha coleção de arte de Bernardo Paz
Crédito: João Kehl

O Instituto Inhotim entra em um novo momento de sua história. O empresário, colecionador, mecenas e fundador do Inhotim, Bernardo Paz, transfere de forma definitiva para a instituição uma inestimável coleção composta de aproximadamente 330 obras de sua coleção de arte contemporânea nacional e internacional, incluindo todas as 23 galerias e obras permanentes do museu e a área de 140 hectares, que compreende todo o jardim botânico com mais de 4,3 mil espécies de diversos continentes.

A doação de Bernardo Paz encabeça o projeto “O Inhotim de Todos e Para Todos”, que tem como objetivo fortalecer a vocação pública da instituição, seu caráter de museu vivo e seu colecionismo ativo. Seu escopo também compreende a constituição de uma nova e moderna governança, com ampla representatividade da sociedade civil e liderada pela nova diretoria do Instituto Inhotim – Lucas Pessôa, Paula Azevedo e Julieta González – que assumiu em janeiro de 2022. A reformulação também tem como premissa institucionalizar, cada vez mais, as ações do museu, de forma a garantir sua perenidade, sustentabilidade financeira, democratização do acesso e ampliação da programação artística e socioeducativa.

“A doação e a abertura do Inhotim à sociedade é um processo que começou há muito mais tempo, quando o Bernardo decidiu generosamente abrir sua coleção privada à visitação pública, em 2006. De lá pra cá, foram quase 4 milhões de visitantes em seus 15 anos, além de mais de 800 mil crianças, adolescentes e adultos atendidos em programas socioeducativos. Portanto, apesar de ser uma instituição privada, sua atividade fim é pública”, afirma Lucas Pessôa, diretor-presidente do Inhotim. “A doação e a nova governança consolidam esse processo e reafirmam essa vocação pública do Inhotim, preparando a instituição para o futuro a partir de uma relação mais aberta e permeável com a sociedade e do fortalecimento das bases para sua sustentabilidade”, completa.

A coleção de arte contemporânea de Bernardo Paz é uma das maiores e mais importantes do hemisfério Sul, com esculturas, instalações, fotografias, vídeos, pinturas e desenhos de expoentes da cena nacional e internacional como Anri Sala, Arthur Jafa, Babette Mangolte, Chris Burden, Dan Graham, David Lamelas, Do-Ho Suh, Ernesto Neto, Mathew Barney, Nelson Leirner, Rosana Paulino, Olafur Eliasson e Yayoi Kusama. A lista reúne trabalhos inéditos da coleção de Paz, nunca expostos no Inhotim.

A doação, de caráter definitivo e irrevogável, contempla também as galerias emblemáticas de artistas como Adriana Varejão, Carlos Garaicoa, Cildo Meireles, Doug Aitken, Lygia Pape, Matthew Barney, Miguel Rio Branco, Valeska Soares, Rivane Neuenschwander, Tunga, entre outros. A transferência dessas obras e galerias, algumas com projetos arquitetônicos premiados, representam um marco para a cultura brasileira: Inhotim passa a ser a única instituição do Brasil onde a arte contemporânea internacional está em exibição permanente para o público.

“O Inhotim nasceu de um projeto de vida e foi se ampliando ao longo dos anos. A doação é um processo natural desse percurso. O Inhotim não é meu, Inhotim é de todo mundo”, afirma Bernardo Paz, fundador do instituto.

Para Julieta González, diretora artística do museu, “a doação contribui para tornar o Inhotim um museu mais ativo, com uma programação pública mais intensa, mudanças mais dinâmicas nas galerias, colaborações com outras instituições, uma integração ainda maior entre arte e natureza e com as comunidades do entorno”.

Atrelada à configuração do Inhotim, que integra arte e natureza no mesmo diapasão, a coleção de botânica de Bernardo Paz será integralmente doada e incorporada ao instituto. Ela compreende mais de 4,3 mil espécies de diversos continentes espalhadas pelos 140 hectares do Inhotim – algumas raras e ameaçadas de extinção – e uma das maiores coleções de palmeiras do mundo, além de três viveiros, laboratório de botânica e oito jardins temáticos.

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