Jovem mineira está entre os 10 finalistas do ‘Nobel do estudante’

É da Zona da Mata mineira, mais precisamente da cidade de Juiz de Fora, que Millena Xavier Martins, de 17 anos, sempre quis sonhar alto. A estudante, ativista social e também pesquisadora de Inteligência Artificial (IA) acaba de figurar no Top 10 do Global Student Prize 2024, prêmio conhecido popularmente como “Nobel estudantil“, em alusão ao Prêmio Nobel.

Pela primeira vez, a jovem compõe um grupo seleto de alunos notáveis em todo o mundo, reconhecidos por iniciativas de mudança positiva. Ela é a única brasileira selecionada pelo corpo de jurados, na lista de finalistas que foi divulgada na semana passada.

Ainda neste mês, a Global Teacher Prize, instituição organizadora da premiação, vai divulgar o grande vencedor ou vencedora, que será escolhido dentre esses dez finalistas, e receberá um prêmio de US$ 100 mil (R$ 559,2 mil).

Estudante do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (MG), também na Zona da Mata, Millena Martins foi selecionada entre mais de 11.000 indicações e inscrições provenientes de 176 países.

---

Nesta semana, o portal da Global Teacher Prize publicou a seguinte mensagem de reconhecimento aos estudantes: “Nossos finalistas deste ano influenciaram significativamente suas comunidades e além, abrangendo desde a administração ambiental até a justiça social, assistência médica, educação, empoderamento juvenil e redução da pobreza”.

Percebendo que muitos alunos não tinham apoio escolar para participar de competições de matemática quando mais nova, Millena Martins começou a dar aulas particulares para 12 colegas, o que evoluiu para uma iniciativa mais ampla chamada Prep Olimpíadas. Na época, a jovem só tinha 14 anos de idade.

Ao longo de três anos, o projeto cresceu e se tornou a maior ONG olímpica do País, impactando mais de 100 mil alunos, especialmente de áreas carentes, com mais de 20 iniciativas. 

A jovem ainda já realizou muitas pesquisas sobre autismo e desenvolveu um software que usa inteligência artificial para diagnosticar pessoas do espectro autista.

Veja quem são os demais jovens no Top 10 do Global Student Prize 2024, o Nobel estudantil

Alanna Sethi (Canadá)

Alanna Sethi é CEO e fundadora da Helping Our Planet Earth (Hope), uma organização sem fins lucrativos liderada por jovens que ela usa para disponibilizar suporte de saúde mental para jovens internacionalmente por meio de educação em saúde mental, apoio de colegas e treinamento de liderança juvenil. 

Ángela Elena Olazarán Laureano (México)

Ángela Laureano é uma figura de liderança na educação STEM em nível local, estadual, nacional e global. Ela promove a educação STEM para jovens e estudantes de toda a América Latina, e também incentiva mulheres em painéis internacionais como o InspiraMET.

Bejan Tekay (Turquia)

Com espírito inovador, Bejan levou à criação da Animal Savehicle Company, que desenvolveu circuitos baseados em sensores para detectar e afastar animais de componentes de veículos. Ele também foi cofundador do Copipest, um projeto que visa regular dosagens de pesticidas para prevenir a infertilidade e a poluição do solo.

Diva Uthkarsha (Índia)

Ela fundou o Projeto Surya, uma organização sem fins lucrativos que leva o nome de seu irmão, para dar suporte a crianças diabéticas tipo 1 de famílias de baixa renda.

Este projeto educa e equipa profissionais de saúde, realiza workshops de conscientização e arrecada fundos para suprimentos médicos essenciais.

Maha Nawaz (Emirados Árabes Unidos)

Maha Nawaz criou um projeto de prótese controlada pela mente, que já foi exibida e publicada pelo Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE). Superando desafios com sinais de EEG ruidosos e problemas de impressão 3D, ela criou com sucesso uma prótese que responde a pensamentos.

Seu trabalho em promover a cidadania global inclui a co-organização do InnovAIte Hackathon para democratizar o acesso à tecnologia de IA, promovendo a diversidade e encorajando grupos sub-representados a participar de campos STEM. 

Martina Bahiana Basgall Sequeira (Argentina)

Para ajudar a enfrentar a crise climática e remediar a falta de educação ambiental nas escolas, Martina se juntou à Escola de Educadores Ambientais – um programa oferecido pela Youth for Climate e UNICEF que busca treinar jovens agentes de mudança em várias questões ambientais.

Junto com outros dois alunos, ela organizou e facilitou workshops sobre mudanças climáticas para a comunidade estudantil.

Max Han Kai Ding (Malásia)

Max decidiu cofundar a Youths United For Earth (YUFE), uma organização sem fins lucrativos que mobiliza jovens para ações ambientais por meio de histórias e campanhas de combate.

Mikołaj Wolanin (Polônia)

Em 2019, Mikołaj lançou sua Fundação para os Direitos dos Estudantes, que já está ativa há cinco anos e realizou muito em sua missão de defender os estudantes.

A Fundação também organiza a Olimpíada Nacional de Conhecimento dos Direitos dos Alunos todos os anos, com mais de 700 alunos participando do evento mais recente. 

Rafael Stark (EUA)

Usando suas habilidades como cineasta estudante, Raphael produziu anúncios de serviço público impactantes e vídeos que foram ao ar na PBS Hawaii e em escolas locais, aumentando a conscientização sobre diferenças de fala e promovendo recursos de saúde mental. Em suas lives, ele reúne milhões de seguidores.