Maestro Hernán Sánchez dirigirá o CLMG

O maestro argentino Hernán Sánchez assume como regente titular do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG). Sua estreia para o público está marcada para hoje, na abertura da série Coral Lírico na Cidade, que será apresentada às 19h na Igreja São José. Sánchez já faz parte da trajetória do corpo artístico, tendo sido convidado a dirigir o CLMG durante a comemoração de 40 anos, em 2019. Após alguns concertos como convidado, com destaque para o sucesso de “Petite Messe Solennelle” e “Réquiem de Mozart” em 2022, Sánchez assume a titularidade do CLMG, Patrimônio Histórico e Cultural do Estado.
Sánchez trabalhará com o CLMG um repertório diversificado e para todos os públicos, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Natural de Buenos Aires, Hernán Sanchez Arteaga estudou no Conservatório Alberto Ginastera em Morón, onde estudou canto, guitarra e regência coral, disciplina na qual foi orientado por Roberto Saccente, Antonio Russo, Werner Pfaff e Néstor Zadoff. Estudou canto no Instituto Superior de Arte do Teatro Colón. Integrou os coros estáveis do Teatro Argentino de la Plata, Nacional de Jóvenes e Teatro Colón, como tenor.
O concerto a ser apresentado na Igreja São José tem regência do novo maestro titular e participação do pianista Fred Natalino, e objetiva mostrar toda a expertise do Corpo Artístico com repertório variado, indo desde a música barroca até a estética atual. Abrindo o programa, o CLMG interpreta a belíssima composição “Crucifixus”, do barroco italiano Antonio Lotti. Sua peça mais conhecida explora em sua abertura o tema da crucificação de Jesus através da hábil concatenação de dissonâncias em cascatas, gerando a expressão da dor e do sofrimento.
O ano de 2023 celebra os 190 anos de nascimento do compositor Johannes Brahms, um dos mais importantes criadores do romantismo musical e da história da música de concerto. Em homenagem ao compositor, CLMG interpretará a obra “Nänie”, composta a partir do poema homônimo de Friedrich Schiller. Brahms compôs essa obra em 1881, em memória de seu falecido amigo Anselm Feuerbach. “Nänie” é uma lamentação sobre a inevitabilidade da morte, cheia de beleza e doçura.
A apresentação prossegue com “Pater Noster”, de Heitor Villa-Lobos, que mostra a versatilidade composicional do gênio do modernismo brasileiro com uma obra de caráter polifônico arcaico que, no entanto, apresenta momentaneamente as harmonias típicas do compositor. Em “Choose Something Like Star”, de Randall Thompson, as harmonias doces e coloridas são centrais na construção de um clima poético, onde o eu lírico contempla as estrelas e as questiona em toda sua eternidade e distância. Já “Alleluia”, também de Randall Thompson, nas palavras de Carl Schmidt, “foi gravada em todo o mundo por cantores de todas as idades, merecendo ricamente seu lugar elevado no panteão das obras-primas corais.”
Seguindo o programa, o CLMG interpreta a peça “De profundis”, de J.A. Pamintuan. A apresentação se encerra com toda a vivacidade da música afrodescendente dos Estados Unidos com um arranjo especial de “Ride on King Jesus”.
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