Minas tem maior proporção de casamentos no civil e religioso do Brasil, mostra IBGE
Minas Gerais é o único estado do País onde a maioria dos casamentos são feitos tanto no civil quanto no religioso. Segundo o “Censo 2022: Nupcialidade e Família”, divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 50,1% da população mineira com dez anos ou mais vivia em união conjugal naquele ano e, desse total, 51,3% formalizaram a relação nas duas esferas.
O levantamento mostra que, embora o casamento ainda seja predominante, o perfil das famílias mineiras tem passado por mudanças. A proporção de solteiros caiu de 37,7% em 2010 para 31,7% em 2022, enquanto as pessoas que já viveram em união, mas não viviam com o parceiro no momento da pesquisa, aumentou de 14% para 18,3%. Minas também se destaca por ter sete municípios entre os 20 com maiores percentuais de solteiros no Brasil, todos acima de 40% da população.
Veja a lista dos municípios mineiros com maior percentual de solteiros no Brasil
- Presidente Kubitschek, 3° lugar nacional
- Jenipapo de Minas, 6º lugar nacional
- Serro, 9º lugar nacional
- Santo Antônio do Itambé, 10º lugar nacional
- Setubinha, 12° lugar nacional
- Cachoeira de Pajeú, 14º lugar nacional
- Catas Altas da Noruega, 16ª lugar nacional
Entre os mineiros que vivem em união conjugal, 0,9% (77,7 mil pessoas) têm cônjuges do mesmo sexo, índice inferior à média nacional (1,1%). As uniões homoafetivas no Estado têm maioria feminina: 59,9% são formadas por mulheres.
A pesquisa também revela diferenças marcantes conforme a religião. Entre os católicos, metade (50,1%) vivia em união conjugal, proporção semelhante à média estadual. Já entre os evangélicos, o índice sobe para 52,6%. O comportamento oposto aparece entre pessoas sem religião – 60,2% delas não viviam em união, e, entre as que viviam, 53% optaram pela união consensual, sem registro civil ou religioso.
O levantamento indica que a formalização das uniões aumenta conforme o avanço escolar. Em Minas, 41,8% das mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto viviam em união, percentual que chega a 58,2% entre aquelas com ensino superior completo. Entre os homens, o índice passa de 49,5% para 63,3% nos mesmos grupos.
A idade também interfere. As mulheres são maioria entre os mais jovens em união – 78% na faixa de 15 a 19 anos -, mas a partir dos 50 anos, os homens passam a predominar. Entre os casados com 80 anos ou mais, 69,6% são homens. “Isso reflete a maior expectativa de vida das mulheres. Com uma maior longevidade feminina, aumenta a proporção daquelas que nunca se uniram ou passaram a viver sem seus cônjuges, por separação ou viuvez”, explica a analista da pesquisa, Luciene Longo.
Estrutura familiar
O Censo também mostra que as configurações familiares estão se diversificando. Pela primeira vez, menos da metade das famílias mineiras é formada por casais com filhos, proporção que caiu de 50,4% em 2010 para 42% em 2022.
No mesmo período, aumentou o número de casais sem filhos (de 17,1% para 24,1%) e de famílias monoparentais, tanto femininas (de 13,1% para 14,2%) quanto masculinas (de 1,95% para 2,2%).
Outro dado que reforça a transformação dos lares mineiros é o avanço das moradias unipessoais: em 1,49 milhão de domicílios, havia apenas um morador, o que representa 19,8% do total. Em 43,7% desses casos, a pessoa responsável tinha 60 anos ou mais.
O levantamento do IBGE visitou mais de 75 milhões de domicílios e reuniu informações sobre vínculos afetivos e de convivência entre os moradores.
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