Minas perde o jornalista Fernando Lana

Morreu na última terça-feira (1º de junho), aos 72 anos, vítima da Covid-19, o jornalista José Fernando Lana, no Hospital São Lucas, em Belo Horizonte. O enterro foi realizado na última quarta-feira (2) em Conselheiro Lafaiete, na região Central do Estado. O jornalista deixou uma marca especial no DIÁRIO DO COMÉRCIO, onde fez carreira, exercendo as funções de repórter, editor, chefe de reportagem e editor-chefe.
Lana passou pelos principais veículos impressos do País e também atuou na televisão e importantes assessorias de imprensa. Nos últimos tempos se dedicava ao Blog do Lana, espaço que, segundo ele, se destinava “a promover uma reflexão sobre temas do cotidiano que nos atormentam, incentivando o debate de ideias e tendências nos campos da política e da economia principalmente. Trata-se de mais uma iniciativa no campo da liberdade de expressão, sem qualquer cerceamento de caráter ideológico, mantendo a ética e o respeito aos direitos individuais como premissas básicas”.
A carreira de jornalista profissional começou em 1979 no antigo Jornal de Minas. Trabalhou nas sucursais de O Globo e Folha de São Paulo, em Belo Horizonte. Atuou também na Globo Minas, TV Alterosa e Estado de Minas. Trabalhou, ainda, em assessorias de imprensa em diferentes secretarias do estado de Minas Gerais.
Aos 72 anos ele partiu deixando viúva e duas filhas.
Sobre a carreira e a figura humana de Fernando Lana, antigos e recentes companheiros fizeram questão de opinar:
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“Dedicação e compromisso são, no meu entender, as palavras que melhor definem o entendimento do jornalista Fernando Lana, de quem dolorosamente nos despedimos, de sua profissão. E foi o que ele nos ofereceu, a todos no Diário do Comércio, durante anos de convivência e de muito trabalho, sem medir esforços para fazer o que gostava e o que acreditava. Perfeccionista e rigoroso, parecia duro mas, arrisco dizer, era apenas um artifício para liderar e estimular, sabendo ensinar, sabendo apoiar e ser verdadeiro amigo de todos. Marcou sua presença, fez parte da história do Diário do Comércio, deixando saudade e inconformismo com sua partida num momento especialmente doloroso para todos nós.”
Luiz Carlos Costa, Presidente do Conselho Gestor do Diário do Comércio
“Fernando Lana foi fundamental para a consolidação do jornalismo do Diário do Comércio nas décadas de 1980 e 1990. Ele trouxe para a redação a experiência adquirida em passagens por sucursais de grandes jornais nacionais, e compartilhou-a, com generosidade, com a então jovem equipe de jornalistas do DC, numa época em que o veículo estava em transição. Particularmente, aprendi bastante com ele, tanto sobre jornalismo quanto sobre como liderar equipes. Obrigado por tudo, Lana”.
Paulo Paiva, consultor de comunicação na InPress Port Novelli, de SP
“Um dos grandes nomes da imprensa mineira nos deixa, vítima desta terrível pandemia. Lamento profundamente a morte do jornalista Fernando Lana. Com brilhantes passagens em assessorias de comunicação e em veículos como Diário do Comércio, O Globo, Folha de S.Paulo, Rede Globo, TV Alterosa e Estado de Minas, entre outros, Fernando deixa um importante legado ao jornalismo brasileiro. Minhas sinceras condolências a familiares e amigos.”
Agostinho Patrus, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
“O jornalista Fernando Lana foi o responsável por chefiar e formar uma geração de jovens repórteres na redação do Diário do Comércio. Com a firmeza de quem sempre perseguiu o bom jornalismo e seu jeito prático e direto soube conduzir, com lealdade e honestidade, a necessidade de se produzir boas reportagens com a produção de pautas, digamos, ‘de interesse da casa’. Recordo-me, com imensa gratidão, de um aprendizado simples com ele. Nos dias de maior ansiedade, por não conseguir ouvir as fontes e fechar a pauta, ele sempre dizia (coçando a ponta do bigode e com a voz um pouco presa): ‘Marcílio, Marcílio! Jornal não sai com página em branco’. Fernando Lana foi fundamental para que o Diário do Comércio cumprisse seu papel de ser um jornal de economia de relevância no debate e desenvolvimento econômico de Minas Gerais.”
Marcílio de Moraes, editor-assistente de Economia do jornal Estado de Minas
“Trabalhei com o Fernando Lana no início da minha carreira como jornalista, no Diário do Comércio. Ali me tornei repórter e profissional de comunicação. Aprendi muito com o Lana chefe de redação, com suas orientações precisas e sabedor do que era a notícia, e me diverti muito também com o Lana, cheio de ironias finas e piadas com meios sorrisos. Guardo na memória o aprendizado e nossos momentos divertidos, como uma vez que dei carona a ele em um fusquinha bem velho que tinha e passei em um cruzamento a toda! Só via o Lana segurando no ‘puta m.’ e falando Edilene, Edilene, rsss. Daí pra frente, sempre que oferecia uma carona, ela era gentilmente recusada, rs. Siga em paz Lana e obrigada por tudo”.
Edilene Viana, jornalista, assessora-chefe de Comunicação da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais
“Fernando Lana foi meu editor no Diário do Comércio, quando eu comecei na profissão e, assim como eu, ajudou a formar uma geração de jornalistas. Fora da redação nos encontramos em inúmeras oportunidades quando ele foi assessor de imprensa e eu repórter. Na minha memória vão ficar marcadas para sempre a sua presença de espírito, a capacidade de enxergar a notícia nos temas mais corriqueiros e uma generosidade que certamente farão muita falta. E, certamente, esse aprendizado vai permanecer na vida daqueles que tiveram o privilégio de conviver com ele. Muito obrigada, Lana!”
Raquel Massote, assessora de imprensa
“O jornalista Fernando Lana teve uma passagem vitoriosa e importante no Diário do Comércio. Foi editor de economia, editor de opinião e chefe de redação num período difícil que o DC enfrentava. E superou com muita competência e dignidade as adversidades.” Muitas vezes era muito durão e sério, porém muito correto e obstinado. Gostava também de contar umas piadinhas, para deleite dos colegas, como sempre coçando uma pontinha do bigode. Aprendi muito com ele. Que Deus o tenha.
Clério Fernandes, editor do DC
“Na minha carreira no jornalismo tive professores muito generosos. O Fernando Lana foi um deles. Ele era editor geral do Diário do Comércio, quando cheguei recém saída da faculdade. Era cabeça dura, ranzinza. Um coração enorme e um humor muito único. Me ensinou a ver onde está a notícia e a escrever. Era um jornalista dos bons, alma de repórter que nunca deixou de ter. A partida do Lana me trouxe memórias adoráveis do Diário do Comércio, que sempre será a minha casa”.
Bianca Giannini, assessora de Imprensa no governo do Estado de Minas
“Fernando Lana é inesquecível. Foi fundamental para o meu aprendizado no jornalismo. Quando entrei no Diário do Comércio, ele era o editor-chefe e eu apenas uma profissional recém-formada. Foi um grande professor e exemplo de jornalista. Sempre ético, correto, atualizado e um líder. Infelizmente, a Covid nos faz perder mais uma pessoa que era muito estimada. Só tenho a agradecer pela oportunidade de ter convivido com esse grande profissional.”
Cristina Fonseca, ex-repórter do Diário do Comércio e diretora da Maio Comunicação.
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