MIS abre mostra sobre cinejornais

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, inaugura hoje uma nova exposição no Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte (MIS BH): “Cinejornais em Belo Horizonte”. A mostra aborda sob diversos aspectos os cinejornais – noticiários audiovisuais que eram exibidos nos cinemas entre as décadas de 1920 e 1980, antes do filme principal, oferecendo ao público um panorama da história da cidade a partir destas produções. A exposição pode ser visitada de quarta a sábado, das 11h às 18h. A entrada é gratuita, mediante agendamento pelo Portal da PBH – pbh.gov.br/reaberturamuseus. O MIS BH fica na avenida Álvares Cabral, 560. Lourdes.
A exposição dá visibilidade a itens do acervo do MIS BH, que conta com 605 cinejornais, sendo a maioria deles de Belo Horizonte e feitos principalmente sobre a perspectiva da administração pública da cidade. A Secretária Municipal de Cultura e presidenta interina da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, destaca a importância da preservação do acervo fílmico. “Os cinejornais são uma fonte rica de acesso à história da cidade, e servem para nos dar pistas sobre os caminhos que nos trouxeram até aqui. A exposição contribui para possibilidades de diálogo entre a sociedade e essas produções audiovisuais, evidenciando conexões das obras com o presente e o futuro”, ressalta.
Com o objetivo de repassar ao público as informações tidas como relevantes no momento, os cinejornais eram produzidos por companhias privadas ou pelo próprio Estado. Além do caráter informativo, sobre a cidade e suas agendas, as produções também serviam muitas vezes como forma de propaganda. Entre os assuntos comuns nas produções, estão inaugurações de obras, pontos turísticos, festas populares e outros eventos, à época, tidos como importantes para a cidade.
A mostra abordará diferentes aspectos dos cinejornais, desde o surgimento à decadência, do processo de produção à conservação das películas, o uso da linguagem cinematográfica, e também como essas produções foram utilizadas enquanto ferramentas de discursos por autoridades ao longo da história. Para isso, a exposição cria ambientes que reúnem equipamentos de produção dos cinejornais, como câmera de filmagem em películas, microfones, projetores e enroladeira, itens utilizados na montagem de filmes e no processo de conservação/restauração, além de textos, imagens e vídeos produzidos pela equipe do MIS BH abordando a temática dos cinejornais.
Panorama – A partir de três eixos temáticos – o Carnaval, os rios urbanos, e as ausências -, a mostra pretende apresentar um panorama sobre as práticas discursivas ao redor desses temas, promovendo também um diálogo entre o passado e o presente. Para isso, serão apresentados cinejornais sobre os temas citados, contrastados com imagens e manchetes de jornais atuais (2015-2020). O visitante poderá vislumbrar, por exemplo, como era a festa momesca em Belo Horizonte, nos anos 1960 e 1970, a sucessão de obras que eliminaram os rios urbanos da paisagem no processo de urbanização e no planejamento da cidade, ou como os cinejornais tinham como foco uma classe muito específica de pessoas, geralmente homens de famílias “tradicionais” e ligados à vida política do Estado.
Um terço da produção brasileira do século XX era composta por cinejornais, sendo, muitas vezes, o único registro audiovisual de eventos históricos e culturais do período. O MIS BH tem como missão preservar, organizar e disseminar os registros audiovisuais ligados à história de Belo Horizonte. Dessa forma, a exposição também aborda o trabalho de pesquisa e técnicas de conservação desse tipo de material, e o desafio que é para o Museu e outros órgãos que desempenham funções semelhantes pelo Brasil e pelo mundo.
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