Modernos Eternos será aberta hoje

A partir de hoje e até 9 de julho, o Prédio Verde da Praça da Liberdade abriga a mostra Modernos
Eternos, que reúne o trabalho de arquitetos conceituados, restaurante assinado pelo chef Leonardo Paixão e uma intensa agenda de talks culturais gratuitos. O evento leva duas exposições para o MM Gerdau e uma para a Casa Fiat de Cultura, cuja cafeteria receberá uma unidade da Confeitaria Mole Antonelliana durante o período.
Nas futuras instalações do Centro do Patrimônio Cultural Cemig serão 31 ambientes, criados por 38 profissionais, com mais de 90 parceiros, que apresentarão o talento mineiro de grandes nomes da decoração e da arquitetura.
“Minas Paisagem Revelada” é uma das atrações da Modernos EternosM. A curadoria é dos colecionadores Fabiano Lopes de Paula, Ricardo Giannetti e Rodrigo Vivas, e a expografia é de João Caixeta. A exposição reúne obras que revelam uma Minas magnífica, sob a perspectiva de 24 artistas brasileiros, em pinturas que traduzem com primor a paisagem urbana e natural de Minas Gerais.
As obras foram selecionadas dos acervos pessoais dos colecionadores, que tiveram a ideia de rememorar a produção artística do início do século XX, recuperando a trajetória de artistas que tiveram destacada capacidade interpretativa, mas que foram relegados pela historiografia artística.
As peças estão agrupadas pelo tema “Paisagem” e subdivididas em dois grupos, “Cidades e Monumentos Históricos” e “Representação da Natureza”. O conjunto de obras é representado pelos artistas Delio Delpino, Lucílio de Albuquerque, Edgard Parreiras, Godofredo Guedes, Paulo Cláudio Rossi Osir, Aníbal Mattos, Mick Carnicelli, Nazareno Altavilla, Luiz Signorelli, Rodolfo Weigel, C. B. Goes, Aristides Agretti, Frederico Bracher Jr., José Wasth Rodrigues, Edesio Esteves, José Silveira D’Ávilla, Genesco Murta, Renato de Lima, José Marques Campão, Funchal Garcia, Orózio Belém, Belmiro Frieiro e Edgard Walter.
Fabiano, Ricardo e Rodrigo discorrem sobre a exposição e a intenção de exaltar os artistas das obras reunidas. As paisagens mineiras sempre chamaram a atenção de viajantes, artistas e escritores. No primeiro momento, o encanto era proporcionado pela exuberância da natureza, intocada e repleta de mistérios. Inúmeras obras literárias, históricas e artísticas foram produzidas, fixando uma memória da paisagem mineira plena de peculiaridades, capazes de se distinguir dos outros estados brasileiros.
Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a paisagem sofreu transformações tanto do ponto de vista dos recursos naturais como na construção das primeiras vilas, que se transformariam nas cidades que hoje conhecemos.
Apesar da valorização dos capítulos literários ou históricos, a produção em artes visuais a partir do século XX foi aos poucos colocada à prova, sendo chamada pejorativamente de acadêmica, sem originalidade. A partir dos anos 1940, com a chegada de Alberto da Veiga Guignard a Belo Horizonte e Ouro Preto, o artista fluminense passou a ser considerado o que melhor interpretou as paisagens mineiras.
Cabe destacar que muitas das obras de Guignard, tão valorizadas em Minas Gerais e em outros estados, em grande parte destacam aspectos específicos da nossa paisagem, mas representam, também, uma visão universal que poderia ser transportada para outras cidades, outras paisagens, outros modos de sentir.
Artesanato
Peças decorativas e utilitárias em cerâmica e madeira feitas por 30 artesãs e artesãos mineiros serão expostas e comercializadas no espaço “Casa Coleção”, apoiado pelo Sebrae Minas na mostra Modernos Eternos.
A “Casa Coleção” é um projeto criado pelo arquiteto Luis Fábio. O ambiente multifuncional faz referência à residência de um colecionador de arte e também de um espaço de exposição e de venda da originalidade e diversidade do artesanato mineiro. O projeto apresenta uma decoração atemporal, que mescla design moderno com a cultura mineira por meio da arte popular de artistas de várias regiões do Estado.
O apoio aos artesãos durante a Mostra Modernos e Eternos faz parte das ações do Sebrae Minas para promover a geração de negócios e a valorização do artesanato mineiro, criando novas conexões dos artesãos com o mercado e ampliando a visibilidade dos produtos artesanais feitos em Minas Gerais. A iniciativa conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, por meio da Diretoria de Artesanato.
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