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Mostra apresenta filmes dirigidos por mulheres

Mostra apresenta filmes dirigidos por mulheres
Crédito: Divulgação

A Fundação Clóvis Salgado (FCS), por meio do Cine Humberto Mauro, apresenta a segunda parte da Mostra Clássicas, a partir de hoje e até 14 de abril, um recorte de filmes dirigidos por relevantes e influentes mulheres da história do cinema que ocupará as telas do CHM, homenageando o Dia Internacional da Mulher.

O público também terá a oportunidade de conferir as tradicionais sessões “Cinema e Psicanálise” e “História Permanente do Cinema”, seguidas de debates presenciais e com transmissão ao vivo on-line. Com entrada gratuita, os ingressos serão distribuídos durante o horário de funcionamento da bilheteria, no dia de cada sessão, com lotação máxima do cinema de 133 lugares, além de quatro espaços reservados para cadeirantes.

Continuação da mostra homônima que ocorreu em fevereiro de 2020, a programação desta edição percorre diversas fases, estilos e linguagens da história da sétima arte, contemplando filmes realizados por diretoras icônicas e, muitas vezes, revolucionárias e progressistas, abordando temas à frente de seus tempos. A curadoria também optou por selecionar obras de diretoras contemporâneas que já se classificam em uma alta prateleira do cinema mundial. Longas e curtas-metragens realizados por nomes como Margarethe von Trotta, Agnès Varda, Ana Carolina, Tereza Trautman, Dorothy Arzner, Lucrecia Martel e Julie Dash marcam a composição da mostra trazendo uma grande variedade temática e conceitual em filmes de terror, comédia, biografias, documentários, ficções científicas e dramas históricos.

A  edição deste ano percorre uma vasta diversidade na programação, trazendo filmes realizados em diferentes épocas, gêneros, países e vertentes cinematográficas. “Assim como a primeira parte da mostra, temos a intenção de trazer um grande panorama da história do cinema e chamar a atenção de filmes dirigidos por mulheres que sempre encontraram extremas dificuldades nessa indústria. A mostra vem para mostrar toda a diversidade do cinema feito por elas, trazendo filmes de cinco continentes. É uma mostra extremamente diversa”, explica Miranda.

Com filmes historicamente significativos para o cenário audiovisual brasileiro, o cinema nacional também está presente na mostra, evidenciando a grandiosidade do trabalho das realizadoras cinematográficas do país. “Temos diretoras brasileiras muito relevantes nessa mostra. Além de Ana Carolina, que dirigiu ‘Mar de Rosas’, um filme clássico com estéticas do Cinema Novo, temos ‘Os Homens Que Eu Tive’, dirigido por Tereza Trautman, que fez parte do recorte do cinema brasileiro da pornochanchada. Também vamos apresentar ‘Mutum’ de Sandra Kogut, um filme mineiro, que é uma adaptação de Guimarães Rosa, além de exibir ‘Carlota Joaquina’ (foto), de Carla Camurati, o filme que marcou a retomada do cinema brasileiro nos anos 1990”, ressaltar Miranda.

Faz parte da programação o reverenciado longa “Os Anos de Chumbo”, da alemã Margarethe von Trotta, que retrata a vida de duas irmãs, filhas de um pastor, que se afastam da religiosidade para lutar pelos direitos feministas. Enquanto uma se torna uma jornalista engajada, a outra integra-se em uma organização terrorista. “É uma sessão bem especial da mostra que iremos exibir em parceria com o Instituto Goethe, uma instituição cultural sem fins lucrativos com o papel de divulgar a cultura alemã no Brasil e em outros países. Margarethe von Trotta é uma cineasta extremamente relevante. Foi uma das líderes do Novo Cinema Alemão, movimento bastante inspirado pela Nouvelle Vague e pelo neorrealismo italiano, que chegou para mudar os moldes do cinema feito na Alemanha, já que nos anos 1950 possuía um teor extremamente comercial e de pouco conteúdo”, relata Miranda.

Sessões comentadas

A mostra também irá contar com duas sessões presenciais do tradicional encontro Cinema e Psicanálise. As psicanalistas Monica Campos e Graciela Bessa comentam os filmes “Inverno da Alma” e “Certas Mulheres”, respectivamente. As sessões acontecem nos dias 11 de março e 8 de abril, presencialmente no Cine Humberto Mauro.

A História Permanente do Cinema vai reunir pesquisadoras convidadas para as duas sessões presenciais, no CHM – “O Pântano” será comentado por Alessandra Brito no dia 1º de abril, e “Os Anos de Chumbo” tem sessão comentada no dia 6 de abril. Os debates também contam com três sessões on-line, transmitidas ao vivo através do Canal da FCS no YouTube, após a exibição do filme no cinema: “Mar de Rosas”, comentado por Carol Almeida no dia 21 de março, “Os Homens Que Eu Tive”, comentado por Rita Vênus no dia 28 de março, e “Filhas do Pó”, com comentários de Lorenna Rocha no dia 4 de abril.

O público também terá a oportunidade de assistir todos os filmes comentados através da plataforma CineHumbertoMauroMAIS, e conferir na sessão “Nota Cinematográfica” críticas e ensaios sobre cada um dos longas comentados.

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