Mostra festeja 70 anos de arte de Yara Tupynambá

Até 20 de maio, o Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB BH), equipamento do Circuito Liberdade, exibe parte do acervo de Yara Tupynambá, uma das grandes representantes das artes plásticas no Brasil, reconhecida internacionalmente. São 74 obras, algumas inéditas, que poderão ser apreciadas por tour virtual ou por visitas presenciais agendadas.
Com quase 90 anos, Yara Tupynambá lança a exposição “Yara Tupynambá – 70 anos de carreira”, de quarta a segunda-feira, das 10 às 22 horas. Diante da pandemia da Covid-19, não há bilheteria e as visitas presenciais devem ser agendadas. O acesso ao prédio do CCBB é mediante retirada de ingresso gratuito no bb.com.br/cultura ou pelo Eventim (site ou app).
Entre outros protocolos, haverá restrição para o número de pessoas e o tempo de visitação nas salas da exposição. Também é obrigatória aferição de temperatura, uso de máscaras e disponibilização de recipientes com álcool em gel durante o percurso da mostra.
“É preciso ter uma vontade muito férrea para continuar. Ao longo desses 70 anos de trabalho, as adversidades no meio da arte e da cultura nunca me tocaram. Pela pintura, me sinto gente com capacidade de ver o mundo, ela me deixa tranquila. A pandemia não alterou em nada para mim. Fico praticamente o dia todo no ateliê. Sempre fui muito organizada e metódica. Quando posso mergulhar fundo eu vou. Em vez de dois quadros sobre Jequitinhonha, faço 30”, diz Yara Tupynambá que completará 89 anos, no dia 2 de abril.
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O secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, ressalta a importância da artista para a arte mineira e brasileira. “Yara Tupynambá é uma artista múltipla, pintora, desenhista e muralista. Uma das maiores da nossa história. A exposição no CCBB é uma grande oportunidade para que todos possam conhecer, virtual ou presencialmente, mais sobre a artista e sua arte. São 70 anos de carreira cuja importância transcende nosso Estado”, afirma Oliveira.
Meio ambiente – A exposição traz obras de diferentes fases da carreira da artista, com temática voltada para o meio ambiente. A mostra conta com quadros e gravuras de alguns de seus mais importantes painéis, além de uma série inédita sobre o Parque Municipal de Belo Horizonte e os jardins da casa da artista, com as plantas e flores por ela cuidadas, assim como sua visão da casa e dos jardins de Claude Monet, em Giverny, na França dos anos 80.
“Meus jardins são meu privado, íntimo e pessoal, é aquilo que sinto. A arte do artista está naquilo que ele vive. É a vivência que faz com que você trabalhe. Tantas cidades, tantos lugares, tantos objetos absolutamente mineiros que posso trabalhar sobre, que posso fazer evocações. Mas não posso trabalhar sobre o Ceará, por exemplo, pois não vivi essa realidade”, explica Yara Tupynambá.
José Theobaldo Júnior, que assina a curadoria da exposição, diz que “o registro dos próprios jardins convida todos a preservarem o meio ambiente e de certa forma também se tornarem artistas, com criações cotidianas no jardim de seus lares.
Já a tela, com releitura dos Jardins de Monet, valoriza a necessidade universal de cuidados com a natureza”. Para o curador, telas e obras da exposição, como um todo, “deixam um alerta de preservação e conservação ambiental”.
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