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Mostra reúne quatro filmes estrelados por Belmondo

Mostra reúne quatro filmes estrelados por Belmondo
Crédito: Divulgação

 “O senhor Belmondo nunca terá sucesso com sua cara de desordeiro”, disse um certo professor de atuação francês em meados dos anos 1950, referindo-se a um garoto parisiense, que respondeu com um gesto obsceno. Anos depois, as mesmas atitudes excêntricas, além da célebre “cara de desordeiro”, ficariam para sempre marcadas na história do cinema, que resolveu julgá-lo com outros olhos.

Jean-Paul Belmondo, um dos atores mais relevantes de todos os tempos e símbolo de toda uma geração, é homenageado pela Fundação Clóvis Salgado, por meio Cine Humberto Mauro, para a mostra inédita “Belmondo, o Magnífico”, que exibe,até o próximo domingo, quatro filmes da trajetória do icônico astro da Nouvelle Vague, falecido no dia 6 de setembro, aos 88 anos de idade.

A programação conta com os longas “Léon Morin – O Padre (1961)”, “Técnica de um Delator” (1962), “O Demônio das Onze Horas” (1965) e “O Homem do Rio” (1964). Todos os eventos do Cine Humberto Mauro possuem entrada gratuita, e os ingressos serão distribuídos durante o horário de funcionamento da bilheteria, no dia de cada sessão, com lotação máxima do cinema de 30 lugares (25% da ocupação), garantindo o distanciamento do público.

Belmondo deixou uma marca que poucos foram capazes de alcançar no mundo do cinema, perpetuando diversas lembranças nos apaixonados pela sétima arte. “Esses quatro filmes são uma homenagem singela, mas permitirão ao público conhecer bem o poder que ele tinha. Depois que ele faleceu, os canais de TV franceses fizeram especiais sobre os filmes, e tiveram uma audiência absurda. Ele ainda é uma figura que possui muita relevância e está no imaginário de vários cinéfilos”, afirma Vítor Miranda, da Gerência do Cine Humberto Mauro.

Reconhecido como um dos grandes atores de sua época, o francês rodou cerca de 80 filmes, eternizando na memória dos apaixonados pela sétima arte suas interpretações, principalmente, de anti-heróis carismáticos. Belmondo realizou diversas parcerias durante a Nouvelle Vague – um dos movimentos mais significativos e inovadores da história do cinema – com o diretor francês Jean-Luc Godard, em filmes como Acossado (1960) e O Demônio das Onze Horas (1965), marcando uma era de um modelo cinematográfico nunca visto antes.

Belmondo trouxe características expressivas na esfera da atuação, em uma época que o cinema europeu começaria a andar com as próprias pernas, fugindo do habitual modelo hollywoodiano clássico. Segundo Vítor Miranda, o ator criou a sua própria imagem emblemática: “Ele pegava todo o charme dos grandes ídolos de Hollywood e trazia uma nova roupagem francesa única. Basicamente, todos os homens queriam ser como ele e todas as mulheres o viam como um símbolo sexual. Ele provocava uma identificação muito forte com o público, além de trabalhar com diretores muito inteligentes que sabiam explorar essa iconografia”, explica Miranda.

Hoje, serão realizadas sessões de “O Homem do Rio”, de Philippe de Broca, às 16h, e “O Demônio das Onze Horas”, de Jean-Luc Godard, às 19h.  Amanhã, a mostra conta com três exibições: às 15h, “Técnica de um Delator”, às 17h30, “Léon Morin – O Padre”, e às 20h, “O Homem do Rio. Finalizando a homenagem a um dos atores que mais marcaram a memória do público cinematográfico, a mostra encerra-se no domingo, com a exibição de “O Demônio das Onze Horas”, às 18h.

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