Variedades

Mostra virtual reúne faroestes modernos

Mostra virtual reúne faroestes modernos
Crédito: Divulgação

O CineCentro de junho indica uma seleção de obras da nova geração do gênero western, que se utilizam dos temas dessa narrativa cinematográfica para reinterpretá-la refletindo sobre a realidade em diferentes abordagens e novos olhares. Esses filmes se apropriam de mitos e discursos do passado para pensar os problemas do presente.

O denominado “neo-western’’ ou “faroeste moderno” constrói narrativas mais elaboradas que incluem uma série de questionamentos sobre a representação e representatividade dos nativos, negros e imigrantes, assim como do masculino e feminino. Os faroestes modernos conseguem subverter a lógica de representação, que eram recorrentes nos faroestes tradicionais, acrescentando mais complexidade aos personagens e ambientes.

A indústria cinematográfica do gênero modelou vários dos símbolos repetidos à exaustão, como a figura do caubói montado em seu cavalo, diligências, ferrovia, a marcha do progresso, xerife, pistoleiros, a mocinha indefesa, a dançarina de saloon, as paisagens áridas, a conquista do território, etc. Além do mais, trabalhou repetidamente com contraposições: o Leste versus o Oeste, o bem contra o mal, o civilizado e o selvagem, o mocinho e bandido. Em decorrência do desgaste de suas fórmulas e consequente redução da produção, em termos quantitativos, o gênero perde espaço e apenas reascende quando alguns diretores lançam filmes que se tornaram premiados e aclamados pelo público e crítica.

Novas questões alteraram o panorama dos filmes de faroeste contemporâneos. As mulheres, que antes eram retratadas como secundárias aos personagens masculinos, seus salvadores, vêm sendo representadas em personagens mais fortes e atuantes em filmes como “Dívida de honra” e “Amaldiçoada”. A questão da homossexualidade entre caubóis nunca havia sido abordada, até então, e é apresentada de modo sério, sensível e não estereotipado em “O segredo de Brokeback Mountain”. Os personagens negros e a questão do preconceito são centrais nas obras “Django livre’ e “Os oito odiados”, de Quentin Tarantino.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


O cenário de produção dos filmes de “Westerns Modernos” convive tanto com películas mais puristas, em termos de estrutura narrativa, quanto com versões contemporâneas, nas quais os elementos do gênero recebem releituras e atualizações. Apesar de ser um cinema tipicamente norte-americano, os EUA não são os únicos que realizam filmes de qualidade neste estilo. A produção brasileira, inclusive, tem alguns títulos como o premiado “Boi neon”, de Gabriel Mascaro e “A luneta do tempo”, dirigido pelo cantor e compositor Alceu Valença.

Os filmes da mostra podem ser encontrados nas plataformas de streaming Netflix, Amazon Prime Video, YouTube e Globoplay:

A atração de hoje é “A balada de Buster Scruggs” (foto), de 2018, uma mistura de faroeste, comédia, drama e musical dirigida por Ethan Coen e Joel Coen,.Os aclamados irmãos Coen idealizam uma antologia em que o enigmático caubói Buster Scruggs tem sua vida desvendada em seis diferentes histórias. Acompanhando pistoleiros cantores, colonizadores, mineiros, homens condenados à forca, caçadores de recompensa e todo tipo de personalidade do Velho Oeste, esses seis contos vão da mais profunda reflexão até o mais completo absurdo. O filme  está disponível na Netflix.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas