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Musical “Caracol” estreia neste sábado (16) no palco da Funarte MG

O espetáculo faz duas sessões abertas ao público, sempre às 16h
Musical “Caracol” estreia neste sábado (16) no palco da Funarte MG
Espetáculo faz sessão aberta na Funarte, às 16h. Crédito: Lucas Bois

Estreia neste sábado, 16, no palco da Funarte MG, o musical “Caracol”, idealizado pela cantora, instrumentista e compositora Irene Bertachini. Com texto construído coletivamente, o espetáculo narra as aventuras de um caracol que procura sua casa. Neste percurso, encontra duas crianças que tentam ajudá-lo com ideias mirabolantes e brincantes.

Em cena, Irene e os artistas cênicos Sidarta Riani e Lilian Amaral, acompanhados por Cici Floresta (percussão) e André Oliveira (violão), apresentam ao público um espetáculo brincante, poético, com referências e sonoridades afro-brasileiras e latinas. A direção artística é de Eugênio Tadeu (Rodapião e Serepele) e a coordenação musical de Irene Bertachini.

O espetáculo faz duas sessões abertas ao público, sempre às 16h, na Funarte. Neste sábado, o acesso é gratuito. Já no domingo (17), os ingressos custam R$ 30 e R$15 (meia) e estão à venda na bilheteria uma hora antes do espetáculo ou pelo Sympla apenas hoje. O musical possui acessibilidade em libras.

O clipe da música Caracol já foi lançado no canal do Youtube de Irene Bertachini e em todas as plataformas digitais, deixando um gostinho do que o público pode encontrar em cena. O espetáculo e o clipe Caracol integram o projeto de “Circulação caixa dos sonhos” que possui apoio da Funarte MG, patrocínio da MGS e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

“Caracol carrega a própria casa e está seguro por onde quer que ele vá. ‘Caracol-lar’: a capacidade de sentir-se seguro sempre começa com sentir-se em casa, com os próprios corpos e corações”, contextualiza Irene Bertachini. Símbolo de crescimento pessoal e proteção em diversas religiões de matriz africana, budista ou mesmo no espiritismo e catolicismo, o caracol chamou a atenção de Irene.

“Como vive um bichinho que carrega sua própria casa nas costas? Será que nós também temos essa potência, esse poder interior de carregarmos os próprios lares?”, reflete. Segundo a artista, a partir da metáfora do caracol, a proposta é trazer ao público infantil e adulto, uma experiência divertida sobre a descoberta de si mesmo, a relação com a construção da própria identidade e seu desabrochar.

O musical nasce do contato de Irene com a obra infantil do poeta, professor, ficcionista, ensaísta e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileira, Edimilson Pereira. “Quando comecei a esboçar o espetáculo, queria referenciar autores negros e autores que tem uma trajetória na cultura afro-brasileira. Pesquisei vários e já conhecia o Edimilson. Só não sabia da existência de suas obras para criança e me apaixonei”, relata.

Poemas

No texto escrito a muitas mãos pelos intérpretes Irene, Sidarta, Lilian e assinado também por Eugênio Tadeu, há poemas de Edimilson, retirados dos livros infantis “Reizinho do congo” e “Poemas para ler com as mãos”. Irene escolheu e musicou três poesias que tratavam de tradições negras, como a capoeira, o reinado e o batuque. “Com Sidarta e Lilian elencamos outras duas que falavam sobre encontrar o próprio caminho nessa roda que é a vida. E assim fomos tecendo o percurso de formação da identidade do caracol, atravessado por elementos da afro-brasilidade e de outras culturas”, comenta.

O convite para o diretor Eugênio Tadeu – artista cênico, reconhecido na cena mineira por trabalhos que dialogam teatro, brincadeiras e musicalidades de diversos países – foi um processo natural. “Sempre admirei o trabalho do Eugênio com o grupo Rodapião e também o Serelepe. Tinha muita vontade de fazermos algo junto. É um diretor com muita bagagem e alma generosa”, diz.

Em “Caracol”, as canções fazem um passeio pela musicalidade da cultura popular afro-brasileira, da MPB e de outros países da América Latina, com canções de três compositores argentinos – Ruth Maria Hillar e Juan Sebastian (ambos do Cuneo do grupo Canticuénticos), Luis Pescetti e Marta Gomez, além de temas autorais de Irene Bertachini, Sidarta Riani, Raphael Salles e Lilian Amaral, e uma música vinda do além-mar, assinada pela compositora moçambicana Lenna Bahule.

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