“O Adeus do Rei”: Pelé morre aos 82 anos

Não só o futebol, mas o mundo perdeu, nesta quinta-feira, um rei. Após um mês de internação no hospital Albert Einstein, em São Paulo, o eterno Pelé deu, aos 82 anos, o seu Adeus definitivo. Para muitos, quase uma unanimidade, o melhor jogador do mundo. Para alguns poucos outros, o segundo melhor. Mas para todos, consenso: Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente, o Rei do futebol.
Pelé, que já vinha nos últimos anos com a saúde muito frágil, estava internado, desde 29 de novembro, com complicações respiratórias e um agravamento do câncer no cólon, o qual já vinha tratando.
Nascido em 23 de outubro de 1940, na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, Edson desde pequeno tinha o sonho de se tornar, assim como o pai João Ramos do Nascimento – o Dondinho -, um jogador. Mas nem ele sabia que o destino o prometia mais, muito mais. O prometia, literalmente, o mundo.
Com quatro anos de idade, Edson foi para São Paulo acompanhando a família, porque Dondinho, seu pai, passou a atuar no Bauru Atlético Clube (BAC). Seguindo passos do pai, Dico (como Edson era conhecido), começou a brilhar em equipes amadoras da região, como Ameriquinha e Baquinho. Sua intimidade com a bola o fez conquistar títulos de artilheiro e um novo apelido, que em breve seria internacionalmente consagrado: Pelé.
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Quando tinha 11 anos, Pelé foi convidado pelo ex-jogador Waldemar de Brito para fazer parte de uma equipe que estava organizando. Anos depois, o mesmo jogador que o descobriu o levaria para o Santos FC, onde escreveria sua grande história.
Duelo de gigantes
Um dos grandes episódios da carreira de Pelé muito lembrado principalmente pelos mineiros, curiosamente, não foi de final feliz para o Rei. Em 1966, o então imbatível Santos de Pelé e Pepe enfrentou o Cruzeiro de também ninguém menos que Tostão e Dirceu Lopes na decisão da Taça Brasil. O Peixe, campeão das cinco edições anteriores e comandado por Pelé, era favorito. A Raposa, porém, acabou sendo a grande surpresa. Venceu o Santos de Pelé tanto no Mineirão quanto no Pacaembu e ficou com o título.
Seleção brasileira: caminho de ouro
Não há como falar em seleção brasileira sem falar no camisa 10. Em 1958, quando tinha apenas 17 anos, o Rei faria parte do grupo que garantiu a conquista da 1ª Copa do Mundo do País, abrindo a porta para uma trajetória dourada do Brasil.
Seu primeiro gol no Mundial foi diante do País de Gales e classificou o Brasil para a semifinal. Na final da Copa, quando o Brasil goleou a anfitriã da casa por 5 a 2, Pelé não aguentou a emoção de viajar ao exterior pela primeira vez e ainda ser campeão do mundo, desmaiando em campo no fim da partida.
Em 1962, no Chile, Pelé pôde novamente comemorar a consagração de ser campeão do mundo. Feito repetido oito anos depois, em 1970, quando o Brasil passava por uma das fases mais difíceis da sua história, com a ditadura militar, e era dos pés de Pelé que vinha a esperança de milhões de brasileiros do tricampeonato. Com a vitória, o Rei passou a ter o título de único jogador a ser tricampeão do mundo.
*Estagiária sob supervisão da edição.
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