Olaria Urbana gera renda para artesãos

A impressão do valor histórico e cultural de um determinado lugar em peças de artesanato pode transformar a economia de muitas famílias. E o resgate das origens, dos costumes e da unicidade é a aposta de um grupo de artesãs e artesãos de Santa Bárbara, cidade situada na região Central de Minas, e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) para fomentar a economia local e a renda do grupo.
Com o apoio da entidade e da Cenibra, que partilhou os recursos de viabilização do projeto com o Sebrae Minas, a associação de artesãos especializada em peças de cerâmicas criou um subgrupo: a Olaria Urbana. Após um período de seis meses de capacitações específicas para o trabalho em cerâmicas, o grupo irá lançar, nos próximos dias, um catálogo que tem como marca traços da religiosidade e da arquitetura do município.
Entre as peças, o barro dá vida aos cultivos de plantas, o que releva a relação de uma das artesãs do grupo com a natureza. Pássaros ornamentam peças que podem ser utilizadas para levar arte aos ambientes ou até mesmo para travessas que comportam frutas ou outros objetos e alimentos da cozinha ou da sala.
De acordo com a analista do Sebrae Minas Nayara Araújo, o projeto teve como objetivo despertar, principalmente, as origens das artesãs para a criação artística. “O grupo replicava em suas peças o que era feito no mercado. E a capacitação teve a finalidade de resgatar a identidade de forma individual e coletiva. Santa Bárbara é um município histórico, que tem muitas belezas e riquezas arquitetônicas que agora foram utilizadas como referências nas peças”, afirma a analista.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Junto ao design de peças e o processo criativo, foram trabalhados também os temas de qualificação ou refinamento dos produtos para que sejam comercializados, o desenvolvimento de novas peças, a composição de preços, a análise de insumos, o controle de recursos e estoque de produtos para que o grupo possa ter condições de vendas contínuas diante da necessidade dos visitantes do município.
Com presença na Casa da Cultura, também em Santa Bárbara, a associação já faz exposições e vendas de produtos no local, sendo que somente a Olaria Urbana é formada por 15 artesãs, além de artesãos que fazem parte do processo de produção de peças e da gestão do negócio.
Valor agregado – De acordo com a analista do Sebrae Minas, a Olaria Urbana deve garantir o atendimento a um mercado de consumidores que está cada dia mais exigente e consciente da necessidade de valor agregado nas peças compradas.
“Em Santa Bárbara existe um grande fluxo de pessoas que estão lá por turismo ou porque trabalham em mineradoras. Quando a gente reflete produtos da identidade daquele local, nós abrimos canais de comercialização e caminhos com pessoas que querem peças originais. Além disso, nós damos autonomia para as artesãs criarem e isso é muito importante, porque elas terão confiança para dar continuidade a essa criação de peças únicas e que levam também um pouco da história delas”, avalia Nayara Araújo.
Ouça a rádio de Minas