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Ópera ‘Matraga’ traz universo de Guimarães Rosa para o palco do Palácio das Artes

Ópera tem grande elenco de solistas e a narração do ator Gilson de Barros
Ópera ‘Matraga’ traz universo de Guimarães Rosa para o palco do Palácio das Artes
Ópera “Matraga” reúne os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado em encenação grandiosa | Foto: Divulgação Paulo Lacerda

Baseada em “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, último conto de “Sagarana”, primeiro livro de Guimarães Rosa, a ópera “Matraga”, como aponta a produção, é um “Faroeste Caboclo” e Guimarães Rosa, um “Dostoiévski do Sertão”. Vida e redenção, crime e castigo, o Bem e o Mal, a hora e a vez, morte e salvação de Augusto Matraga. Daí, o renovado desafio da Fundação Clóvis Salgado (FCS) de levar ao cenário imaginário, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, o épico da literatura brasileira, moldado como ópera – a coleção de todas as artes.

Em três atos, “Matraga” tem libreto e música de Rufo Herrera e a participação dos corpos artísticos da FCS: Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG) e Cia de Dança Palácio das Artes (CDPA). A ópera tem um grande elenco de solistas e a narração do ator Gilson de Barros, conhecido pela intimidade com a obra de Guimarães Rosa.

Em 2023, a produção teve uma pré-estreia emocionante na Gruta do Maquiné, em Cordisburgo – terra do escritor –, e logo depois foi sucesso de público e crítica em Belo Horizonte, reunindo mais de 5 mil espectadores ao longo de quatro récitas no Palácio das Artes.

E está de volta. “Matraga” será apresentada nos dias 17 (sábado), às 19h; 18 (domingo), às 18h, e 19 (segunda-feira) e 20 (terça-feira), às 20h. A direção musical e a regência ficam a cargo da titular da OSMG, Ligia Amadio.

Ator de Opera Matraga
Sertão mineiro é retratado em ópera, que terá quatro récitas | Foto: Divulgação Guto Muniz

Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) e podem ser comprados nas bilheterias do Palácio das Artes e pela plataforma Eventim. A classificação é 10 anos.

Mineiridade

Para o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, “Matraga é um espetáculo ousado, contemporâneo, com características operísticas e sob inspiração de uma dramaturgia tipicamente mineira. Escolhemos o que em Minas é mais universal: a genialidade de João Guimarães Rosa”.

A diretora Rita Clemente fala de mineiridade: “Matraga é ópera em seu sentido mais arquetípico e menos corriqueiro. Temos aqui um modo muito especial de fazer uma ópera. O que oferecemos aqui não é uma nova maneira, é um diferente modo, onde teatralidade e musicalidade estão intimamente ligadas. ‘Matraga’ comemora a mineiridade”.

Para tanto, sob o libreto e paralelo a ele, a diretora cria uma segunda dramaturgia que remete às viagens de Guimarães Rosa pelo sertão. Na ópera, a própria cena instaura musicalidade, assim como a música de Rufo, que se propõe a ser cênica.

Narrado em terceira pessoa, o conto “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” enfatiza duas constantes no sertão: a violência e a crença. E uma inconstante, a redenção do crime, com castigo, penitência, perdão e destino, através do catolicismo popular. (Com informações da FCS)

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