Ópera da Orquestra Ouro Preto emociona Praia de Copacabana

Lançado em 1982, o livro do escritor Marcelo Rubens Paiva que retrata a vida do autor, antes e depois do acidente que o deixou tetraplégico, recebeu uma adaptação ousada, que acabou de estrear no Rio de Janeiro e, em agosto, será a vez de Belo Horizonte. Encenada em um palco montado em plena Praia de Copacabana, “Feliz Ano Velho, a ópera”, um projeto da Orquestra Ouro Preto, levou muita emoção e encantamento ao público presente na noite do sábado (28) às areias da praia.
Com música e libreto de Tim Rescala, concepção e direção musical do maestro da Orquestra Ouro Preto, Rodrigo Toffolo, e direção cênica de Julliano Mendes, o espetáculo conta no elenco principal com nomes como Johny França (Marcelo), Jabez Lima (Rubens Paiva) e Marília Vargas (Eunice Paiva). Um dos grandes nomes da vanguarda paulista, Arrigo Barnabé, citado várias vezes no livro, faz uma participação na ópera, interpretando a si mesmo.
A montagem é a terceira incursão da consagrada Orquestra Ouro Preto no formato operístico, que novamente dá destaque para a literatura nacional. A primeira foi “Auto da Compadecida”, em 2023, e a segunda “Hilda Furacão”, em 2024.
O maestro Toffolo explicou que a preparação do espetáculo levou mais de dois anos, desde que pensou em fazer a ópera baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, com quem passou a trocar ideias sobre como seria a montagem. “Foi um trabalho a três partes, porque tem também o Tim Rescala, que é o compositor da ópera. Nós montamos juntos uma sequência que a gente tiraria do livro. O Tim fez o libreto, que é o texto da ópera e, a partir daí, eu enviava para o Marcelo o material, e ele aprovava. Algumas dúvidas, cheguei a tirar com ele, sobre a mãe e sobre o pai e a história dele. Eu ia mandando, ele ia respondendo. Às vezes, ele ligava, e a gente foi construindo junto. Foi um trabalho bem bacana”, relatou.
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No domingo, a Orquestra Ouro Preto retornou à Copacabana para apresentar a energia do samba e dos Beatles em ritmo de Carnaval. Foram dois concertos: um ao lado da cantora Mart’nália e outro com o Bloco do Sargento Pimenta.
As apresentações integram o “Orquestra Ouro Preto Vale Festival”, que celebra os 25 anos da formação mineira em um ano de comemorações especiais, e têm patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.
Em BH
Em terras mineiras, “Feliz Ano Velho, a ópera”, terá sua estreia nos dias 22 e 23 de agosto, em duas récitas no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Os ingressos já estão sendo vendidos pela plataforma Eventim e bilheteria do Palácio das Artes.
Domingos Clássicos
Mas antes desse espetáculo, a Orquestra Ouro Preto sobe ao palco do Sesc Palladium, na Capital, neste domingo (6), para apresentar “O Grande Governador da Ilha dos Lagartos”. O espetáculo integra a série Domingos Clássicos, iniciativa que busca democratizar o acesso à música de concerto, com ingressos a preços populares: R$30 (inteira) e R$15 (meia). Para esse espetáculo, a venda de ingressos é pelo Sympla e bilheteria do teatro.
Escrita no século XVIII pelo dramaturgo luso-brasileiro Antônio José da Silva, a obra é uma sátira cômica que mescla humor, crítica social e elementos fantásticos. Ambientada em uma ilha fictícia, a trama gira em torno de um governador autoritário, que abusa do poder para satisfazer seus caprichos, gerando situações inusitadas e grotescas entre os habitantes. (Com informações da Agência Brasil)
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