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Orquestra e Coral Lírico celebram obra de Rossini no Palácio das Artes

Esta edição da série “Concertos da Liberdade” será também uma homenagem a Tibiriiçá
Orquestra e Coral Lírico celebram obra de Rossini no Palácio das Artes
Crédito: Paulo Lacerda / Fundação Clóvis Salgado

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e o Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG) interpretam um dos grandes exemplares da música litúrgica, a “Petite Messe Solennelle”, de Rossini. Esta obra-prima coral-sinfônica destaca-se pela fusão de elementos sacros e operísticos, representando uma síntese do talento do compositor. Os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado (FCS) serão regidos pelo maestro Roberto Tibiriçá. Participam também os solistas Lorena Pires (soprano), Edineia de Oliveira (mezzosoprano), Daniel Umbelino (tenor) e Sávio Sperandio (baixo-barítono). A apresentação, que integra a série “Concertos da Liberdade” e o projeto “Minas Santa”, acontece no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, nesta terça, às 12h, com entrada gratuita, e amanhã, às 20h, com ingressos por R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim.

Para além de celebrar o talento da OSMG, do CLMG, dos solistas convidados e do próprio autor da “Petite Messe Solennelle”, esta edição da série “Concertos da Liberdade” será também uma homenagem a Tibiriçá, que comemora, não só seus 70 anos de vida, mas também 50 de carreira. Um dos principais regentes do País, com diversos prêmios e passagens por orquestras importantes no Brasil e no exterior, Roberto Tibiriçá já foi regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais entre 2010 e 2013. É justamente conduzindo este grupo que o maestro e sua trajetória serão exaltados, no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com o anúncio da diretoria de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que entregará o Diploma de Doutor por Notório Saber ao regente em outubro deste ano.

“Petite Messe Solennelle” é a monumental última obra de Rossini, escrita 34 anos após a anterior ópera do compositor, “Guillaume Tell” (1829). Criada sob encomenda para um nobre em 1863, a missa é notável por sua combinação única de grandiosidade e intimidade, revelando uma faceta mais reflexiva e espiritual do compositor, que já era famoso por suas óperas leves e cômicas. A riqueza harmônica e as modulações inesperadas acrescentam um caráter de expressividade que, combinados ao texto da missa, colaboram para uma ambientação dramática e contrastante, como em suas óperas.

Musicalmente, a obra tem uma linha melódica de muito lirismo e elegância, e o ritmo é também um personagem importantíssimo durante toda a missa. “A ‘Petite Messe Solennelle’ é uma obra incrível. O coro tem uma participação muito grande e inspirada. Ela foi originalmente composta para coro misto, dois pianos e harmônio, que é um órgão antigo acionado por pedaleira com fole. Nós temos quatro solistas, e a versão que vamos fazer é a versão orquestral, que Rossini fez alguns tempos após a estreia da versão original”, explica Tibiriçá.

Complexidade

Rossini chamou a obra de “Petite Messe Solennelle”, apesar de seu caráter imponente, possivelmente ironizando a extensão e a riqueza da composição. A “Pequena Missa Solene” é dividida em várias partes, seguindo a estrutura tradicional de uma missa, incluindo o “Kyrie”, “Gloria”, “Credo”, “Sanctus”, “Benedictus” e “Agnus Dei”. Destacam-se, na obra, a beleza das melodias e harmonias inesperadas do “Kyrie” e a vivacidade alegre e explosiva do “Cum Sancto Spiritu”, que fecha o “Gloria”. O tenor Daniel Umbelino, que cantará pela primeira vez no Palácio das Artes, ressalta a complexidade da “Petite Messe Solennelle”. “É uma missa que engana pelo nome, seguindo a estrutura tradicional, mas com muito mais texto. É uma obra que traz a experiência da escrita operística do Rossini para a música sacra, caso das árias, que se assemelham muito às árias de óperas”, aponta Umbelino.

Rossini engrandece a obra com sua maestria melódica característica, expressando uma ampla gama de emoções, desde a solenidade litúrgica até momentos de lirismo. A soprano Lorena Pires, que estreia em Belo Horizonte como solista, promete ao público “um concerto emocionante e de altíssima qualidade artístico-musical”. “A Orquestra Sinfônica e o Coro Lírico são grandes patrimônios culturais de Minas Gerais, amplamente reconhecidos em caráter nacional por seu alto nível. É uma honra fazer música no prestigiado Palácio das Artes e ao lado de artistas incríveis, cujas carreiras tanto admiro”, reforça a soprano. “É uma missa muito linda, com uma riqueza de melodias extraordinária. Tem a influência das óperas de Rossini, mas o caráter é extremamente religioso. Tenho certeza que o público vai gostar muito”, adianta Tibiriçá.

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