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Orquestra Ouro Preto aposta na versatilidade

Orquestra Ouro Preto aposta na versatilidade
Crédito: Nathalia Torres

 Excelência e versatilidade definem a temporada “Experience” da Orquestra Ouro Preto (OOP). Na agenda, há concertos em homenagem ao grupo norueguês A-Ha e ao músico mineiro Vander Lee, uma parceria inédita com João Bosco, e espetáculos que vão do jazz inconfundível de Duke Ellington ao rock grunge do Nirvana, além do lançamento do álbum inédito Valencianas II, com Alceu Valença, gravado em Portugal. Para 2021, o maestro Rodrigo Toffolo preparou espetáculos que prometem levar experiências inesquecíveis ao público.

Toffolo explica que, desde sua formação em 2000, a OOP sempre trabalhou com os polos excelência e versatilidade. Para ele, a introdução de um repertório popular faz com que o público conheça a música clássica de um outro jeito e se sinta atraído a experimentar o lado erudito. “Uma pessoa inicia seu contato ouvindo A-Ha ou Beatles e acaba indo a concertos para ouvir Vivaldi, Mozart ou Grieg”, explica.

A estratégia da OOP vem dando certo ao longo dos 20 anos de estrada e, a cada ano que passa, o público aumenta mais. “Nossa teoria está comprovada. Conseguimos que a orquestra seja sempre acessível, com concertos de alto nível, seja ele erudito ou popular. Criamos uma conexão com o público independentemente do repertório”, afirma o maestro.

O primeiro concerto do ano será uma viagem ao passado com um espetáculo em homenagem ao grupo de rock norueguês A-Ha, um sucesso dos anos 80. A OOP vai tocar na íntegra o álbum “On Tour Brasil”, lançado pelo grupo em 1989 e que emplacou vários hits nas paradas de sucesso, como “Take On Me” e “Hunting High and Low”. “Essa banda marcou a história de uma geração que curtiu a vida a todo o vapor, sem telefone celular, sem redes sociais, mas com muita música, cores, personalidade e estilo. Queremos tocar a memória afetiva das pessoas, num clamor pelos bons momentos que ficaram para trás”, destaca Toffolo. O concerto terá os sintetizadores que revolucionaram a cena musical dos anos 80, com arranjos de Fred Natalino. 

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Devido à pandemia da Covid-19, as datas dos concertos ainda não foram marcadas. A princípio serão lives, transmitidas pelo canal da Orquestra no YouTube, mas o maestro não descarta a possibilidade de fazer concertos ao ar livre quando as condições sanitárias permitirem. “Temos especialistas na área de infectologia nos ajudando diariamente a entender e pensar novas soluções. Esse é um dos desafios colocados à toda área cultural”, reflete.

“Nevermind” – Saindo dos anos 80 diretamente para os 90, a OOP fará uma homenagem ao grupo de rock grunge Nirvana, um fenômeno mundial que influenciou toda uma geração. A princípio, o concerto está agendado para 24 de setembro, quando o icônico álbum “Nevermind” completará exatos 30 anos, e promete ser um dos grandes momentos do ano. O disco marcou a juventude do maestro Toffolo, que conta que, ao sair da aula de violino, sempre colocava o álbum para tocar no seu discman. “A música deles é muito impactante e esse álbum tem calmaria e também rompantes. Vai ser inesquecível”, afirma.

O jazz também terá sua vez no repertório da temporada. No segundo semestre será apresentado um repertório em homenagem a um dos maiores jazzistas de todos os tempos: Duke Ellington. Junto à orquestra que o acompanhava em suas apresentações, o músico fez imenso sucesso entre 1920 e 1960. O espetáculo, que acontecerá em Belo Horizonte em local a ser definido, será também estético e visual e vai trazer um pouco da história do músico americano.

Um dos grandes destaques do ano é o lançamento do disco e DVD Valencianas II, gravado em Portugal e com novas músicas de Alceu Valença. “Alceu tem tantas e tantas músicas bonitas e muitas ficaram de fora do primeiro concerto. Fazer uma continuação era mais que natural”, explica Toffolo.

A orquestra também fechou uma parceria inédita com o cantor e compositor mineiro João Bosco para um espetáculo baseado em sua obra. Os arranjos serão feitos por Nelson Ayres, considerado um dos melhores do país. Os shows estão programados para o segundo semestre em Belo Horizonte e mais algumas cidades do interior a serem definidas.

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