Orquestra Ouro Preto apresenta ópera buffa
 
                            Uma das mais emblemáticas obras de Ariano Suassuna ganha as cores da Orquestra Ouro Preto. “Auto da Compadecida, a Ópera” é mais um passo decisivo da formação mineira que sempre prima pela excelência e versatilidade na proposição de novos repertórios. A história de Chicó e João Grilo recebe uma versão sem precedentes e reúne em palco uma verdadeira constelação para apresentar “uma ópera buffa brasileira em dois atos”. A música é original e traz a assinatura de Tim Rescala. O compositor assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular da orquestra e responsável pela concepção e direção musical do espetáculo.
A ópera será apresentada na sexta-feira (9) e sábado (10), às 21h, no Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Os ingressos estão à venda no site Eventim e na bilheteria do teatro.
Essa é a terceira incursão da orquestra no universo operístico e pode ser considerada um marco na maturidade da formação mineira que agora, com 22 anos de trajetória, propõe um projeto ainda mais ousado rumo a uma linguagem brasileira e popular.
“A ópera é uma arte máxima em que música, teatro, figurino, cenário e iluminação se encontram. Era um sonho antigo da orquestra começar a realizar produções de óperas. Já fizemos duas, ambas em português, ‘O Basculho de Chaminé’ e ‘O Grande Governador da Ilha dos Lagartos’, projetos pioneiros que nos deram sustentação para caminhar para um desafio ainda mais inovador, mais audacioso e de grande fôlego”, avalia Toffolo.
“Quando se pensa na ópera brasileira, em libretos, em histórias, ‘O Auto da Compadecida’ tem um gosto todo especial, não só pela escrita de Suassuna, não só pelo sucesso que a peça e o filme fizeram com o público brasileiro, mas pelos ingredientes que essa obra prima da literatura brasileira inspira para uma grande ópera. Estamos felizes por tentar algo novo, com DNA brasileiro. São quase dois anos de pré-projeto para trazer uma proposta para a linguagem da música de concerto”, ressalta o maestro.
O diálogo direto com o público, um dos pilares da produção da orquestra, está garantido nessa ópera buffa que traz a comédia como elemento principal de sua linguagem. Para cumprir essa missão, formou-se um grande elenco em cena e nos bastidores da montagem. A direção de cena é assinada por Chico Pelúcio. No palco, grandes nomes do canto lírico brasileiro – Fernando Portari, Marília Vargas, Marcelo Coutinho, Carla Rizzi, Jabez Lima e Rafael Siano, além de um trio de atores escolhidos para dar voz e corpo ao clássico da literatura brasileira – Glicério do Rosário, Claudio Dias e Maurício Tizumba.
O espetáculo conta com figurinos desenhados por Manuel Dantas Suassuna, artista plástico de renome e filho do escritor. Essa parceria traz ainda um maior enraizamento à montagem, agregando o olhar e a criação de quem nasceu, viveu, conhece e reconhece este universo como poucos.
Em sua terceira parceria com a Orquestra Ouro Preto, Tim Rescala, que assina a música original, ressalta dois desafios: o primeiro seria se manter fiel ao eixo principal da obra, seu esqueleto, sua estrutura básica, sem corrompê-la. O segundo seria, ao mesmo tempo, gerar algo novo. Na avaliação do compositor, “a melhor forma de se reverenciar um clássico não é sendo conservador, mas sim sendo livre, transformando aquilo que foi criado em uma outra coisa”.
Ouça a rádio de Minas
 
 
       
             
             
             
             
             
             
             
             
            