Orquestra Sinfônica faz concerto com Eliane Coelho em BH

No mês dos namorados, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) apresenta o “Concertos da Liberdade – O Amor através dos Tempos”, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG). A regência é da maestra Ligia Amadio, regente titular da OSMG. Os concertos acontecem no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro), hoje, às 12h, com trechos do repertório e entrada gratuita sem retirada de ingressos, e amanhã, às 20h30, com entrada a preços acessíveis.
No programa, obras que abordam famosos casais da literatura, como o trecho da ópera “Dido & Aeneas”, de Henry Purcell, “Orfeo e Euridice”, do alemão Christoph Willibald Gluck, “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner, e a “Sinfonia nº 2 em ré maior op. 73”, de Johannes Brahms. Os ingressos custam a partir de R$ 5.
O concerto tem início com a abertura da ópera “Dido & Aeneas”, do compositor inglês Henry Purcell. A ópera, que teve estreia em 1688, trata do intenso relacionamento amoroso dos personagens que dão título à peça. A obra tem na tragédia sua fruição e culmina na morte de Dido, que não suportou o fato de seu amado ter pensado em deixá-la.
Na sequência do concerto, a OSMG executa a abertura da ópera “Orfeo e Euridice”, do alemão Christoph Willibald Gluck. A peça foi escrita em 1762 e relata a saga de Orfeo, que decide descer até o inferno para resgatar sua amada Euridice, morta por uma picada de serpente.
O prelúdio e morte de amor de Isolda finaliza a primeira parte do concerto. Os trechos são extraídos da ópera “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner, e contempla a abertura e a cena final do trabalho. A execução da obra conta com a participação de Eliane Coelho, uma das mais importantes cantoras brasileiras da atualidade, que interpreta Isolda. O trabalho, concluído em 1859, retrata a magia da comunhão amorosa entre os personagens principais, que bebem um elixir do amor e se apaixonam perdidamente.
A segunda parte do concerto apresenta ao público a “Sinfonia nº 2 em ré maior op. 73”, de Johannes Brahms. A peça é considerada a mais alegre e otimista das quatro sinfonias compostas pelo artista alemão. Escrita em 1877, o trabalho possui uma harmonia cheia de matizes.
Carioca, Eliane Coelho diplomou-se na Alemanha, onde começou sua brilhante carreira. Em 1991 foi contratada para a Ópera de Viena, na qual, em 1998, recebeu o título de Kammersängerin (cantora de câmara). Protagonizou numerosos papeis dos quais se destacam Maria Stuarda, Arabella, Tosca, Butterfly, Lady Macbeth, Aida, Desdemona, Elena (I Vespri Siciliani), Abigaille (Nabucco), Helene (Jerusalem), Elisabeth (Don Carlo), Leonora, (O Trovador). Seu papel-título mais marcante e internacionalmente elogiado é a Salome, de R. Strauss.
Eliane Coelho cantou sob a regência do Sr. Colin Davis, Peter Schneider, Donald Runickels e Zubin Mehta, entre outros. Apresentou-se em teatros como La Scala, Bastille, San Carlo, Nationaltheater München, Semperoper Dresden, em várias cidades, tais como Berlim, São Petersburgo e Tóquio, ao lado de artistas como Bruson, Terkel, Nucci, Domingo, Carreras, Pavarotti, Furlanetto, Samuel Ramey. Nos últimos anos acrescentou com êxito ao seu vasto repertório Gioconda, Lucrezia (I due Foscari), Lady Macbeth de Mtsensk, Isolda e Brunnhilde (A Valquíria e O Crepúsculo dos Deuses). Obteve ainda consagrador sucesso como Sacristana (Kostelnicka) na ópera Jenufa, de Janacek.
Ligia Amadio é uma das mais destacadas regentes brasileiras da atualidade. Notabilizou-se internacionalmente por sua reconhecida exigência artística, seu carisma e suas vibrantes performances. Sua atuação estende-se pela América, Europa e Ásia. Dentre os prêmios que recebeu, podem ser destacados: Concurso Internacional de Tóquio (1997), II Concurso Latino-Americano em Santiago do Chile (1998), APCA (2001), Prêmio Carlos Gomes (2012), Ordem de Rio Branco (2018) e Prêmio Alumni USP (2022).
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