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Oscar consagra diversidade cultural do cinema mundial

Oscar consagra diversidade cultural do cinema mundial
Crédito: REUTERS / CHRIS PIZZELLO

Los Angeles – “Nomadland”, a história de norte-americanos que moram em vans, recebeu o Oscar de melhor filme e mais dois prêmios em uma noite de triunfos para as mulheres que também testemunhou a volta do glamour de Hollywood após um longo confinamento pandêmico.

A 93ª cerimônia dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ocorreu, na noite do último domingo , na Estação Union Station, em Los Angeles, e no Dolby Theatre, em Hollywood, com restrições devido à pandemia da Covid-19.

“Nomadland – Sobreviver na América” conta a história de uma mulher – Fern, interpretada por Frances McDormand – que viaja pela América como nômade. Vive numa caravana, trabalha em empregos temporários e sobrevive na estrada, na sequência da crise econômica de 2008.

Nascida na China, Chloe Zhao foi premiada como melhor diretora por “Nomadland”, o que a tornou a primeira mulher asiática e a segunda mulher a levar o troféu para casa. Kathryn Bigelow foi a primeira em 2010.

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Frances McDormand, uma das poucas profissionais do filme no qual várias pessoas interpretaram versões de si mesmas, conquistou seu terceiro Oscar e fez um apelo emocionado para que as pessoas voltem aos cinemas em breve.

Ao receber o prêmio, Chloé Zhao dedicou-o “a todos aqueles que tiveram a fé e a coragem de se agarrar à bondade em si próprios e nos outros”. É fabuloso ser uma mulher em 2021», afirmou Chloé Zhao ao comemorar a vitória. “Sou extremamente afortunada por poder fazer o que gosto”, acrescentou a cineasta nos bastidores da cerimônia de entrega do Oscar. “Se esta vitória ajudar mais pessoas como eu a viverem os seus sonhos, sou muito agradecida por isso”, ressaltou..

Embora o filme seja uma ficção, inclui testemunhos reais de norte-americanos que vivem na estrada, sempre em trânsito, numa comunidade nômade mais envelhecida e às margens da sociedade. O filme contou inclusive com nômades da vida real.

“Um dos momentos mais felizes para mim esta noite foi quando a Frances [McDormand] ganhou”, disse Chloé Zhao aos jornalistas. “As pessoas podem não saber tudo o que ela fez, como produtora e como atriz, quão aberta e vulnerável foi e quanto me ajudou a fazer este filme. E como ajudou os nômades a sentirem-se confortáveis nas gravações. Ela é ‘Nomadland’”.

Com esse Oscar, Frances McDormand entrou no pequeno grupo de atrizes com mais de duas estatuetas da academia, juntando-se a Meryl Streep e Ingrid Bergman (três Oscars, cada), e a Katharine Hepburn (quatro). Ela conseguiu ainda vencer a indicação de melhor atriz, depois de Fargo (1996) e de Três Cartazes à Beira da Estrada (2018).

Indicado para sete estatuetas, o filme “Nomadland” completa um percurso de sucesso nos últimos meses, depois de ter ganhado quatro prêmios Spirit, os chamados Oscars do cinema independente: melhor filme, melhor realização, melhor montagem e melhor fotografia.

O britânico Anthony Hopkins, que não esteve presente à cerimônia, conquistou o segundo Oscar de melhor ator, 30 anos após a sua premiação pelo papel em “O Silêncio dos Inocentes”, de Jonathan Demme. Causou muita surpresa o Oscar de melhor ator ir para Hopkins por sua interpretação de um homem com demência em “O Pai” – era grande a expectativa de que a estatueta iria para o falecido Chadwick Boseman por seu último filme, “A Voz Suprema do Blues”.

Protocolos – O distanciamento social forçou uma reformulação da cerimônia, que foi transferida para a estação Union Station do centro de Los Angeles. Os indicados e seus acompanhantes percorreram o tapete vermelho depois de se submeterem a exames de Covid-19 e protocolos de quarentena, a maioria sem máscaras.

A perspectiva de todos os prêmios de atuação irem para pessoas de cor pela primeira vez não se concretizou, mas 15 mulheres conquistaram o recorde de 17 Oscars, segundo a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, entre eles os de som (“O Som do Silêncio”), design de produção (“Mank”), roteiro original (“Bela Vingança”) e documentário (“Professor Polvo”).

O acerto de contas nacional com o racismo sistêmico nos Estados Unidos também foi um tema após a condenação na semana passada de um ex-policial branco pela morte do negro George Floyd.

“Como mãe de um filho negro, conheço o medo com que tantos convivem, e não há fama ou fortuna que mude isso”, disse Regina King, diretora de “Uma Noite em Miami”, que trata de quatro ícones negros do movimento pelos direitos civis norte-americanos nos anos 1960.

Youn Yuh-jung, de 73 anos, foi eleita a melhor atriz coadjuvante por seu papel de avó irritadiça no filme sobre imigrantes “Minari”, a primeira sul-coreana agraciada com um Oscar. O britânico Daniel Kaluuya foi reconhecido como melhor ator coadjuvante pela interpretação do Pantera Negra Fred Hampton em “Judas e o Messias Negro”. (Reuters/ABr)

Melhor Filme: “Nomadland”
Melhor Ator: Anthony Hopkins (“Meu Pai”)
Melhor Atriz: Frances McDormand (“Nomadland”
Melhor Direção: Chloé Zhao (“Nomadland”)
Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro”)
Melhor Atriz Coadjuvante: Yuh-Jung Youn (“Minari”)
Melhor Roteiro Adaptado: Christopher Hampton e Florian Zeller (”Meu Pai”)
Melhor Roteiro Original: Emerald Fennell (“Bela Vingança”)
Melhor Filme Internacional: “Durk” (Dinamarca)
Melhor Fotografia: “Mank”
Melhor Documentário: “My Octopus Teacher”
Melhor Documentário em Curta-Metragem: “Colette”
Melhor Curta-Metragem: “Two Distant Strangers”
Melhor Animação: “Soul”
Melhor Curta de Animação: “If Anything Happens I Love You”
Melhor Canção Original: “Fight For You” (“Judas e o Messias Negro”)
Melhor Trilha Sonora Original: “Soul”
Melhor Edição: “O Som do Silêncio”
Melhor Figurino: “A Voz Suprema do Blues”
Melhor Cabelo e Maquiagem: “A Voz Suprema do Blues”
Melhor Edição de Som: “O Som do Silêncio”
Melhor Design de Produção: “Mank”
Melhores Efeitos Visuais: “Tenet”

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