Palácio das Artes celebra cinco décadas de atividades

Os 50 anos do Palácio das Artes, inaugurado em 14 de março de 1971, serão comemorados com a realização de uma série de projetos e eventos inéditos intitulados “50 Anos em 5 Atos”. Junto ao público, que anda de mãos dadas à instituição desde sua construção, passando pela consolidação do espaço como referência cultural mineira, até a reinvenção digital que compreende a realidade atual, o Palácio das Artes comemora sua chegada ao cinquentenário.
De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, o Palácio das Artes representa a síntese das artes mineiras. “Nesse palco passaram grandes artistas da nossa terra, de Belo Horizonte, do interior de Minas, do Brasil e do mundo. É com muito orgulho que nós, nesse momento, louvamos esse grande espaço da arte”, afirma.
Para Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, é importante celebrar essa história e seu impacto na cultura mineira e brasileira, fazer reverência a todos que construíram essa trajetória, junto com o público fiel e afetivo, além de discutir os passos em direção ao futuro.
“É um orgulho poder celebrar 50 anos ininterruptos de atividades de uma instituição cultural. Nascido da visão de JK quando prefeito de Belo Horizonte na década de 40, com encomenda a Niemeyer de um projeto de um centro cultural diverso, no coração da cidade de Belo Horizonte e junto ao Parque Municipal, o Palácio das Artes cresceu ao longo do tempo e criou vínculos profundos com artistas, produtores culturais e o público mineiro. É sempre momento de discutir e reafirmar o papel dos espaços culturais como ponto de encontro, de convivência da diversidade, da nossa identidade cultural, da humanização, para a formação, reflexão, pensamento crítico e autonomia intelectual”, enfatiza Eliane Parreiras.
Vinculado à Fundação Clóvis Salgado, o Palácio das Artes é o maior centro de formação, produção e difusão cultural de Minas Gerais e um dos maiores da América Latina com esse perfil. O espaço ocupa uma área de 18 mil metros quadrado ao lado do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, e é sede da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, do Coral Lírico de Minas Gerais e da Cia. de Dança Palácio das Artes, além de abrigar o Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), com cursos básicos e profissionalizantes de artes visuais, dança, música, teatro e tecnologias da cena.
O complexo cultural dispõe de recursos cênicos e acústicos de elevado padrão técnico para a montagem de óperas, peças teatrais, concertos, espetáculos de dança e shows de música popular, além de galerias de artes visuais, cinema, e salas adequadas para lançamento de livros, palestras, congressos e seminários.
A partir da idealização do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, para a construção de um novo espaço para as artes na capital mineira, o Teatro Municipal de Belo Horizonte, com projeto original de Oscar Niemeyer, as obras foram iniciadas em 1942. Niemeyer projetou o teatro de forma que a fachada ficasse voltada para o Parque Municipal, ligado à avenida Afonso Pena por uma passarela de concreto – no entanto, as obras foram paralisadas em 1945.
Em 1955, o arquiteto Hélio Ferreira Pinto foi convidado para redimensionar o projeto original do Teatro Municipal, transformando-o no Palácio das Artes, com acesso pela avenida Afonso Pena. Em 1966, o governador Israel Pinheiro assumiu o compromisso de concluir a obra e o complexo cultural foi inaugurado oficialmente em 14 de março de 1971, com a abertura do Grande Teatro do Palácio das Artes em um concerto da peça Messias, de Händel, com regência de Isaac Karabtchevsky.
Outros espaços foram criados posteriormente, como o Cine Humberto Mauro (1978), Teatro João Ceschiatti e Galeria Arlinda Corrêa Lima (1984), Sala Juvenal Dias (1993), Galeria Genesco Murta (início da década de 1990) e Galeria Mari’Stella Tristão (2016). Alguns desses espaços foram requalificados ao longo de 2017 e 2018, e outros foram criados, como a PQNA Galeria Pedro Moraleida e a Galeria Aberta Amilcar de Castro.
Incêndio – No dia 7 de abril de 1997, um incêndio atingiu o Grande Teatro, tendo as cadeiras e o teto sido consumidos pelo fogo – não houve mortos nem feridos, pois o teatro estava vazio no momento do acidente. Na reconstrução, que durou um ano, foram incorporadas características que qualificam o teatro como um dos mais modernos e avançados do Brasil.
Pelos palcos do Palácio das Artes, grandes nomes da arte mundial fizeram história, como o Ballet Bolshoi, Cia. Antônio Gades, Grupo Corpo, Cia de Dança Deborah Colker, Balé da Cidade de São Paulo, além de companhias da Inglaterra, Estados Unidos, Japão, Israel, entre outras.
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