Peça “Love, Love, Love” estreia nesta sexta-feira em BH

O projeto Teatro em Movimento, no ano em que completa 21 anos, abre a programação presencial de 2022 com o premiado espetáculo “Love, Love, Love”, do Grupo 3 de Teatro, com direção de Eric Lenate, e texto de Mike Bartlett, inédito no Brasil. As atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes, fundadoras do Grupo 3 de Teatro, junto com Gabriel Fontes Paiva (que assina a luz), dividem o palco com Alexandre Cioletti, Ary França e Mateus Monteiro.
Na trama, uma família conta a história de sua geração entre 1967 e 2014, abordando, de maneira crítica, o contexto político e social de sua época, e demonstra como somos modificados pelo tempo em que vivemos. Essa será a primeira vez que a montagem é encenada em Belo Horizonte e as apresentações acontecem sexta-feira (18) e sábado (19), às 20h, e no domingo, às 18h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (rua da Bahia, 2.244, Lourdes).
“Love, Love, Love” recebeu 15 indicações a prêmios na temporada carioca e Yara de Novaes foi agraciada com prêmio Shell e Questão de Crítica por sua atuação na peça. Este é o segundo texto de Mike Bartlett que o Grupo 3 de Teatro leva para o teatro, sendo que o primeiro “Contrações” também acumula importantes premiações como APCA, APTR, Questão de Crítica e Aplauso Brasil.
“O primeiro texto que lemos de Mike Bartlett foi “Love, Love, Love”. Depois de uma imersão de dois anos de leitura de autores contemporâneos, nos conectamos especialmente com esse autor. Ele é contundente com o momento em que vivemos, é profundo e provocador ao mesmo tempo que tem uma escrita clara e objetiva. Para o Grupo 3, o teatro é lugar de revisitar a história e pensar a questão do tempo político e social. E mesmo Mike escrevendo em Londres, cabe muito bem na pesquisa do grupo”, relata Gabriel Fontes Paiva.
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Os três (Gabriel, Yara e Débora) ficaram bem impressionados com o tema político revelador de como uma geração é definidora da próxima. Mas, na época, a companhia acabou por decidir montar “Contrações”. “Era perfeito para o momento do grupo, tratamos o tema de dominação em todas as montagens anteriores. Além disso, “Contrações” foi a peça de maior interlocução direta com o público e decidimos repetir Bartlett porque percebemos como era importante avançar nesse movimento”, conta Débora Falabella.
A escolha foi certa. A peça rendeu sete prêmios ao grupo que, três anos depois, pode montar “Love, Love, Love”. “O texto conta a história de uma família bem peculiar, mas está tratando do conflito geracional mais atual que poderia ser. É um texto político e também psicológico. É tudo junto como costumam ser as grandes obras”, reflete Yara de Novaes.
Trata-se de uma obra que, além de descrever uma família com todas as suas idiossincrasias e personalidades, também demonstra como somos modificados pelo tempo em que vivemos. A ação começa em 1967, na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite, em que os Beatles cantaram “All You Need Is Love”. Sandra, bonita e sedutora, recém-ingressada na universidade, marcou um encontro com Henry. Mas ela se interessa por seu irmão mais novo, Kenneth, também de 19 anos e calouro universitário.
Em 1990, eles estão confortavelmente em outra realidade – são da classe média, curiosamente negligentes com os dois filhos, em um casamento prestes a ruir. Mas o grande momento é o último ato, em 2011, em uma reunião de família, quando a filha do casal, Rose, que foi uma violinista promissora, agora com 37 anos e muito decepcionada, arremessa sobre eles e sua geração de paz e amor a responsabilidade pelo fracasso da geração dela afirmando: “Você não alterou o mundo, você o comprou”.
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