Queijo e cachaça ganham protagonismo em festival no Campo das Vertentes

Coronel Xavier Chaves, cidade mineira localizada na região Central do Estado, com 3,5 mil habitantes, se prepara para realizar o 3º Festival do Queijo e da Cachaça das Vertentes. Com uma programação extensa prevista para acontecer de 1º a 4 de maio, o evento busca celebrar a cultura agropecuária regional, que é a principal atividade econômica do município.
Os visitantes terão a oportunidade de conferir estandes, realizar workshops, degustar e adquirir uma variedade de queijos e produtos lácteos, além de cachaças exclusivas, que contribuem para o reconhecimento de Minas Gerais como um dos principais produtores do País.
Entre os destaques, o Queijo Bonanza, de Coronel Xavier Chaves, recentemente premiado no Mundial do Queijo do Brasil 2024 com a medalha de ouro para o Queijo Minas Padrão Bonanza e medalha de prata para o Queijo Meia Cura Bonanza farão parte da exposição.
A premiação, aliás, ocorreu no mesmo ano em que os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foram reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Para o técnico em laticínio, Geraldo Donato, o título, inédito para a cultura alimentar no Brasil, valoriza não apenas o produto, mas fortalece eventos do setor, que são responsáveis por toda uma cadeia de tradições, histórias e modos de vida de dezenas de famílias que dependem da produção artesanal do queijo. Delas, 22 famílias produtoras de Queijo Minas Artesanal devem participar do festival.

“Nós temos uma tradição muito forte em Minas Gerais, seja pelo aspecto histórico ou cultural da produção conhecida como Queijo Minas Artesanal. Essa região do Campo das Vertentes tem uma característica própria de produção, que se diferencia de outras regiões mineiras devido à climatologia, à alimentação dos animais e ao manejo dessa massa, o que traz uma concepção própria para o alimento. Isso traz toda a questão da riqueza gastronômica que nós temos. Além disso, é uma combinação perfeita para uma boa cachaça”, diz o especialista.
Aguardente
E por falar em cachaça, a bebida destilada também garante o seu brilho no festival, seja nas versões branca ou amarela, opções para uma experiência sensorial de harmonização é que não vai faltar, garante o secretário de Agricultura e Meio Ambiente da Prefeitura de Coronel Xavier Chaves, Guilherme Melo Resende.
Segundo ele, assim como ocorre com os produtores de queijo, a prefeitura da cidade realiza um processo seletivo por meio de edital para selecionar 10 produtores de cachaça que vão compor a infraestrutura do evento.
“Para os produtores de queijo artesanal, os critérios de seleção é que eles sejam do Campo das Vertentes, que tenham produtos registrados e cuja produção seja menor que 500 litros. Já a cachaça, não há problemas em ter produção em maior escala, mas é preciso que seja uma cachaça também registrada e produzida aqui em nossa região”, detalha.

Segundo o secretário, os espaços que serão destinados gratuitamente para que as empresas possam expor seus produtos é uma estratégia de fomento à produtividade regional. “É um evento que tem um impacto positivo na economia local e, certamente, uma forma de valorização de todo o processo de qualidade dos queijos e das cachaças produzidos no Campo das Vertentes”, conclui.
É a produção do Campo das Verdes somada à produção de outras regiões mineiras, que o Estado se destaca como líder nacional na produção de cachaça de alambique, atingindo um volume estimado de 13,5 milhões de litros anuais.
Reconhecida como patrimônio cultural do estado desde 2007, através da Lei Estadual nº 16.688, a fabricação tradicional em alambique é uma prática transmitida através das gerações. Esta atividade representa uma importante fonte de emprego e renda para agricultores familiares em Minas Gerais.
Expositor vê festival como vitrine de oportunidades
A destilaria Divina d’Minas é uma das participantes da nova edição do festival, sendo a única devidamente registrada junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no município de Barbacena. A destilaria que tem cinco anos de fundação vai oferecer sete tipos de cachaças, tanto em garrafas tradicionais, quanto em kits de com tamanhos menores.
Segundo o proprietário, Emerson Caldeira, esta é a terceira vez que participará do evento, considerando uma boa oportunidade de visibilidade e de reconhecimento, “Participamos desde o 1º festival e estamos muito honrados por essa história, ainda mais por acompanharmos a evolução desse festival muito bonito e que valoriza o que é da nossa terra”, considera.

Segundo o produtor, o evento garante uma chance de evidenciar os produtos para um público apreciador de diferentes localidades. “Vemos como uma oportunidade boa de divulgar nossos produtos, assim como falar do nosso trabalho em torno da cachaça de qualidade. Uma divulgação que ocorre não só para os visitantes locais, mas para aqueles de vários outros estados que percorrem a nossa região, que tem muitos atrativos turísticos ao estilo mineiro. Dessa forma, alcançamos pessoas de longe que podem levar nosso produto e acabam fazendo a divulgação boca a boca”, conclui.
Ouça a rádio de Minas