Quilombo Olaria Bagres resgata tradições musicais em Salinas com apoio da PLS

Uma iniciativa promovida pela mineradora PLS neste mês resultou na entrega de instrumentos musicais à comunidade quilombola Olaria Bagres, localizada na zona rural de Salinas, no Norte de Minas. A ação foi motivada por uma escuta ativa realizada com os moradores da região, que manifestaram o desejo de resgatar a tradição musical quilombola, interrompida há mais de uma década.
Foi nesse processo de diálogo com as comunidades do entorno que, pela primeira vez, surgiu a demanda específica por instrumentos musicais como meio de reativar o batuque tradicional. Segundo a PLS, os itens foram produzidos sob encomenda por um artesão especializado e entregues com a inscrição “Olaria Bagres” gravada nos tambores.
“A música apareceu como uma memória esquecida. Um dos membros lembrou que antes havia rodas de cantoria com cuias e pratos. A partir daí, construímos juntos essa entrega simbólica”, relata a diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da PLS, Marisa Cesar.
A cerimônia de entrega foi marcada por uma roda espontânea de dança e música, reunindo moradores e representantes da empresa. “É como se nossos ancestrais voltassem a falar com a gente”, diz José Antônio, morador da comunidade. A líder comunitária dona Elza também destacou o impacto do gesto. “Agora podemos fazer um batuque aconchegante e alegre. E as crianças vão poder aprender com a gente”, comemora.

Consulta livre
O gesto surgiu após a consulta livre, prévia e informada promovida pela mineradora, mesmo sem obrigatoriedade legal. Embora a comunidade já tenha sido certificada pela Fundação Cultural Palmares como remanescente de quilombo, o território ainda não é reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o que impede a regularização fundiária e a exigência formal de cumprimento da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“A gente decidiu fazer a consulta por iniciativa própria. Sabíamos que juridicamente não era exigido, mas entendemos que dar voz à comunidade é uma forma de respeito. E o resultado foi uma aprovação unânime ao nosso projeto, com 100% de aceitação da comunidade”, afirma Marisa Cesar.
A PLS mantém um plano de desenvolvimento territorial que contempla as seis comunidades do entorno do Projeto Colina. No caso da Olaria Bagres, além dos instrumentos, a empresa está ampliando o espaço da associação para realização de oficinas, reuniões e celebrações culturais. “Queremos apoiar aquilo que tem valor para o território. E a cultura é um dos elementos centrais dessa construção”, reforça a diretora da mineradora.
As ações, segundo Marisa Cesar, integram um planejamento de longo prazo e vão além das exigências previstas nos licenciamentos ambientais. A PLS também realiza capacitações para geração de renda e empregabilidade, incluindo cursos voltados especificamente para mulheres. “Temos iniciativas para formar pintoras, motoristas de caminhão e técnicas em mineração. Nosso compromisso é com o protagonismo local”, conclui.
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