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Rafael Mattos apresenta a sua arte

Na série fotográfica “Intervenções Rurais: Uma exposição agrícola”, Rafael Mattos cria desenhos por meio do corte (necessário) da vegetação
Rafael Mattos apresenta a sua arte
Rafael Mattos desenvolve uma série de trabalhos que têm no “museu” o seu motivo e material | Crédito: Museu da Mutuca/Divulgação

Com pinturas, instalações, esculturas, fotografias, arte-objetos, intervenções rurais e desenhos, a exposição “Cosmogonia Inventada” traz um apanhado da produção artística dos últimos 13 anos do artista mineiro Rafael Mattos. A mostra apresenta suas criações que buscam pelo ritual, a celebração da vida e da natureza por meio da arte, com diferentes técnicas e linguagens artísticas. Nascido no Vale do Rio Doce, no pé do pico do Ibituruna, e criado ao pé da serra de Ouro Branco, Alto do Vale do Paraopeba, na Serra do Espinhaço, Rafael Mattos é radicado no Vale da Mutuca, em Altamira, no município de Nova União. A exposição “Cosmogonia Inventada” pode ser vista no Museu da Mutuca e espaços expositivos nos arredores, em Nova União, até outubro. A entrada é gratuita.

Rafael Mattos explica que desenvolve sua produção como quem procura a si próprio e aos seus. “Busco colocar meu trabalho no mundo, assumir meu posicionamento em arte e, a partir deste lugar, me pronunciar. Na construção deste espaço em que me situo, construí um mundo particular, no qual a arte assume um papel de destaque indissociado da vida que escolhi cultivar”, destaca o artista sobre sua criação. A mostra conta com produção e curadoria do próprio artista e assistência de curadoria de Marci Silva.

Para além de um espaço expositivo, o Museu da Mutuca, que sofreu pequenas intervenções de Rafael Mattos, é um trabalho de arte, onde se busca, de forma irônica, dialogar com o conceito de espaço museal que conhecemos. O equipamento cultural é composto de uma série de espaços que são tratados como objetos pelo artista, sendo eles: a Mata do Museu, a Biblioteca do Museu e o Anexo do Museu. A partir deste conjunto de espaços,  Rafael Mattos desenvolve uma série de trabalhos que têm no “museu” o seu motivo e material. Entre eles estão as obras “Museu também é arte”, em que o artista envolveu a construção com um plástico bolha para poder conservá-la na memória de todos que puderam presenciar esta ação, para lhe dar o devido valor.

Outra obra que se mistura ao museu é a “CosmoOca”, feita a partir de uma intervenção na construção pré-existente. Foram retiradas todas as paredes internas, que foram substituídas por 11 peças de madeira instaladas para sustentação e como objeto da instalação dentro do vão, além de intervenções com diferenças de níveis no chão que receberam desenhos e cores variadas. Este espaço, como o nome sugere, faz uma homenagem ao artista plástico brasileiro Hélio Oiticica, autor da obra “Cosmococa”.

Na série fotográfica “Intervenções Rurais: Uma exposição agrícola”, Rafael Mattos cria desenhos por meio do corte (necessário) da vegetação no processo de cultivo no terreno ou por meio de desenhos criados com sementes. A partir da observação de que a decomposição das samambaias cortadas ou com plantação de sementes, como o milho, dos contrastes de cores e das formas na paisagem, o artista desenvolve composições conscientes e experimentais em um processo de ocupação de um terreno rural, registrando em fotografias os resultados e processos. Outra série exposta é a “Bananas”, com desenhos da fruta em pastel sobre papel, em seus diversos estágios.

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