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Retá bulo da matriz de Boa Viagem será restaurado

Retá bulo da matriz de Boa Viagem será restaurado
Crédito: Acervo Iepha

Terá início, nesta segunda-feira (21), a restauração do retábulo do Sagrado Coração de Jesus da antiga matriz da Boa Viagem de Curral de El-Rey, instalado na catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, região Central de Belo Horizonte. O processo licitatório foi concluído pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O valor investido será de R$ 200 mil.

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), o projeto executivo para restauração prevê a imunização contra cupins, a revisão e substituição de peças estruturais ineficientes, recomposição do fundo, forro do camarim e coroamento, limpeza e reintegração da camada pictórica e douramento.

O retábulo é um remanescente da antiga matriz, provavelmente datado de fins do século 18, com características do rococó mineiro, apresentando ornamentação em talha dourada representando rocalhas, folhas de acanto, rosas e outros elementos fitomorfos sobre fundo branco.

E feito de madeira, pintado de branco com douramento. O corpo é composto externamente por duas colunas jônicas, marcadas no seu terço inferior por estrias em diagonal. Duas pilastras com forma de duplo modilhão e dispostas em plano recuado estão localizadas internamente.

No camarim, o trono escalonado recebe uma réplica em madeira da imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem. No coroamento, o arco do camarim é encimado por dossel sustentado por elemento contracurvado inserido em arco superior e arrematado por entablamento retilíneo. As plumadas das colunas externas são arrematadas por fragmentos de cornija. Este retábulo esteve no Museu Abílio Barreto até 1999, quando foi restaurado e transferido para o coro da igreja da Boa Viagem.

Histórico – A história da Catedral da Boa Viagem teve início no século 18, mais precisamente no ano de 1709, quando o português Francisco Homem del Rey, estabelecido com autorização da coroa portuguesa na região onde hoje se encontra Belo Horizonte, ergueu uma simples capelinha, de pau a pique, onde colocou a imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem.

O local virou referência para tropeiros que passavam por ali transportando riquezas. Com o tempo, virou ponto de oração e devoção de fiéis da região. Em seu lugar, foi erguida uma igreja maior para comportar o número crescente de devotos da santa.

Porém, na época da construção da Capital, foi erguido um novo templo, inaugurado em 1923, data em que a cidade de Belo Horizonte foi oficializada como arcebispado.

A partir daí, a Catedral da Boa Viagem, como é conhecida entre os belo-horizontinos, passou por várias construções e demolições. Segundo a Secult, a última intervenção aconteceu em 1931 e foi projetada pelo escritório do arquiteto Luís Signorelli. O tombamento estadual da matriz foi realizado em 1977 e abrange a catedral e a praça que a circunda, os bens que compõem o seu interior como a Imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, o lavatório da sacristia, a pia batismal, a custódia do Congresso Eucarístico Nacional e os três retábulos da antiga matriz e os dois sinos da catedral, remanescentes da antiga Matriz da Boa Viagem.

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