Simone celebra 50 anos de carreira com show

Simone, uma das grandes vozes da MPB, indicada ao Prêmio à Excelência Musical, do Grammy Latino 2023, pelo conjunto da obra, faz apresentação da turnê “Tô Voltando”, no Palácio das Artes, na próxima sexta-feira (29), às 21h. O show celebra os 50 anos de carreira da cantora, percorrendo sua imensa trajetória. O roteiro faz um apanhado das grandes canções que a artista lançou nessas cinco décadas: joias escritas por nomes como Milton Nascimento, Ivan Lins, Sueli Costa, João Bosco, Martinho da Vila, Gonzaguinha e Chico Buarque, entre tantos outros, cujas primeiras versões ganharam o Brasil por meio da voz de Simone, conquistando logo nossa memória afetiva e entrando para sempre no cancioneiro nacional. O espetáculo tem direção musical de Pupillo e direção geral de Marcus Preto.
A banda de “Tô Voltando” conta com um time primoroso de jovens músicos que, sob a batuta de Pupillo, atualizaram os arranjos sem que se perdesse as características – solos, introduções – que são tão memoráveis quanto as próprias letras e melodias. Quem acompanha Simone são Frederico Heliodoro (baixo), Filipe Coimbra (guitarra e violão), Chico Lira (teclados), Ronaldo Silva (bateria) e André Siqueira (percussão). Neste show, a cantora inaugura sua parceria com a Nascimento Música, empresa de seu amigo de toda vida, Milton Nascimento, administrada pelo filho dele, Augusto Nascimento.
Dona de um dos mais belos timbres vocais do País, Simone criou em torno de si um universo absolutamente particular na nossa cultura. Sua voz personalíssima soube costurar perfeitamente a tradição e a modernidade, o cool e o popular, fazendo pontes e criando trampolins. Revelou compositores e descortinou clássicos esquecidos. Tratou com igual compreensão estética a melodia mais intrincada de Francis Hime e a balada mais romântica de José Augusto. Esses aspectos banharam sua discografia, construída sobre a pluralidade de ritmos, de estilos e de gêneros que sempre pautou a música do Brasil. Toda essa diversidade estará em cena nas comemorações dos 50 anos em “Tô Voltando”.
O mundo está voltando à rua e à alegria pós-pandemia, período em que Simone fez 37 lives dominicais que tão bem fizeram a ela própria e a quem a assistia. No Brasil, tivemos Carnaval e estamos voltando à ideia de um caminho democrático, do respeito pela ciência, pela educação e pela cultura. Mas, no caso específico de Simone, há mais mais um sentido nessa “volta”. A artista está voltando a si em seu filme pessoal e profissional, rebobinando toda a sua história e celebrando o caminho iniciado em março de 1973, a partir do álbum Simone.
Estarão presentes as memórias mais reluzentes desses 50 anos, materializadas em canções como “O Que Será (À Flor da Terra)”, de Chico Buarque; “Jura Secreta”, de Sueli Costa e Abel Silva); “Começar de Novo”, de Ivan Lins e Vitor Martins; “Encontros e Despedidas”, de Milton Nascimento e Fernando Brant; “De Frente pro Crime”, de João Bosco e Aldir Blanc; e “Tô Voltando”, de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro. Também está no roteiro sua primeira interpretação de Simone para “Divina Comédia Humana”, canção que Belchior escreveu para a cantora lançar em Face a Face (1977), mas que acabou ficando de fora do álbum.
Nascida em Salvador no Natal de 1949, Simone estreou como cantora profissional em 1973. De lá para cá, gravou 31 álbuns de estúdio e seis ao vivo, alguns produzidos especialmente para o mercado internacional. Teve quase 50 canções em trilhas de novelas e incontáveis hits em listas das mais tocadas no País. Em 1979, lançou o excepcional Pedaços, álbum que a colocou definitivamente no panteão das maiores intérpretes da história da música brasileira.
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