Stock Car: intervenções ainda geram transtornos à UFMG; entenda

Os acessos ao Centro de Treinamento Esportivo (CTE), Centro Esportivo Universitário (CEU) e Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ainda seguem prejudicados, mesmo depois de quase três semanas da realização do evento da Stock Car na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
A comunidade da UFMG continua enfrentando os transtornos provocados pelas intervenções para a realização da prova da Stock Car nas avenidas Alfredo Camarate e Coronel Oscar Paschoal, que dão acesso a certas áreas da universidade. Os usuários das unidades seguem prejudicados e sem perspectivas de que a situação seja normalizada.
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O professor e diretor do CEU, Luciano Pereira da Silva, informou que, mesmo antes do início das provas automobilísticas, realizadas de 15 a 18 de agosto, o acesso das pessoas às instalações do centro esportivo já havia se tornado inviável.
“Nós, que transitamos na região todos os dias, só vemos a carreta e o trator que eles utilizam para retirar as estruturas de vez em quando, em ritmo lento. É totalmente desrespeitoso com todas as pessoas que frequentam os nossos espaços”, protestou.
Para o professor, o poder público não cumpriu o que foi estabelecido no Documento Operacional de Trânsito (DOT) para a semana do evento. E agora, em setembro, segundo ele, ainda não há previsão para a solução dos problemas.

Na explicação do diretor, para o usuário normal do CEU – estudantes da UFMG e outros filiados –, o problema das intervenções para a Stock Car está na limitação das vagas para carros nas imediações da entrada. Com os bloquetes de concreto fechando as margens das pistas, a avenida fica sem locais de parada para os veículos e, para os funcionários, o problema é ainda maior.
Outro ponto destacado pelo diretor é que o portão reservado para a administração do CEU, por onde também entram os caminhões de lixo, de compostagem e de descarregamento de produtos de cantina e manutenção, está inutilizável para tais fins, por conta dos bloqueios.
Segundo Silva, a entrada não comporta um caminhão, o que tem comprometido, nos últimos dois meses, o fluxo de coleta de lixo e entrega de mercadorias.
UFMG espera volta à rotina normal pós Stock Car
Mesmo não tendo o tráfego em suas portarias diretamente afetado, o Centro de Treinamento Esportivo (CTE) segue com o fluxo de pessoas afetado pelas intervenções nas proximidades.
“Ainda não pudemos ver todo o trânsito liberado ao redor do CTE. E isso é de fundamental importância, pois vários usuários precisam se locomover na região, seja a pé, seja usando transporte público ou privado”, apontou o professor e diretor do complexo esportivo, Maicon Rodrigues Albuquerque.
Ele também ressaltou que o CTE não recebeu nenhum comunicado sobre como seriam as modificações no trânsito ou sobre quando as intervenções seriam finalizadas. O Centro de Treinamento Esportivo da UFMG é referência nacional na preparação de atletas, sobretudo de paratletas de alta performance.
Na 27ª edição dos Jogos Paralímpicos, que está sendo realizada em Paris, participam três paratletas que treinam nas instalações do CTE: Izabela Campos, Arthur Xavier Ribeiro, que conquistou a medalha de bronze nos 4×100m livre S14 (atletas com deficiência intelectual) na natação, e Ana Carolina Silva de Moura, ganhadora da medalha de ouro no parataekwondo, na categoria até 65 kg. Já a atleta Ana Caroline da Silva, do arremesso de peso, competiu nos Jogos Olímpicos.

Pedestres continuam em risco mesmo com fim da Stock Car
Ao longo do trajeto alterado, o cenário tem se mostrado desafiador para os usuários das calçadas públicas. Conforme divulgado pela UFMG, no CEU e no CTE, o uso das faixas de pedestres continua inviabilizado pela presença dos blocos de concreto, o que aumenta o caminho a ser percorrido até as entradas e, consequentemente, estimula as pessoas a atravessarem em locais inadequados e arriscados.
A professora e vice-diretora da Escola de Veterinária, Eliane Gonçalves de Melo, ressaltou que a entrada da avenida Presidente Carlos Luz é mais uma que continua com blocos de concreto na pista, gerando problemas de segurança e transtornos para os pedestres.
“A visibilidade é péssima, quase nenhuma. Os pontos de ônibus continuam com bloqueios, por isso as pessoas que usam o serviço de transporte público precisam ficar no meio da rua. É uma situação muito perigosa”, alertou a vice-diretora.
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