Tapete devocional é tradição em Ouro Preto

Em abril, a Casa Fiat de Cultura dá destaque a uma das mais importantes tradições mineiras, realizada em diversas regiões do Estado: os tapetes feitos de serragem e outros materiais, com temáticas de devoção. No Encontros com o Patrimônio “Tapetes Devocionais: tradição e arte pelos caminhos de Ouro Preto”, a historiadora e educadora Ana Carolina Ministério convida o secretário de Turismo de Ouro Preto, Rodrigo Câmara, para uma bate-papo ao vivo, no próximo domingo, das 11h às 12h30. A participação é gratuita com inscrição pela Sympla.
Os tapetes devocionais são produzidos nas ruas com materiais coloridos e conduzem a comunidade e os turistas pelo trajeto da Procissão da Ressurreição em várias cidades mineiras. A historiadora e educadora da Casa Fiat de Cultura Ana Carolina Ministério vai destacar a origem dessa tradição, carregada de beleza e significados, seu caráter histórico e o reconhecimento enquanto Patrimônio Imaterial de Ouro Preto.
Confeccionados a partir de materiais como cal, cipreste, serragem crua e colorida, farinha de trigo, flores e até pó de café, os tapetes envolvem um trabalho coletivo e colaborativo que acontece na noite de Sábado de Aleluia e na madrugada do Domingo de Páscoa. Para Ana Carolina Ministério, a importância dessa celebração ultrapassa o seu valor religioso. “Estamos falando sobre uma tradição histórica e muito antiga, típica do período colonial e da cultura barroca, que remonta ao século XVIII, e que voltou a ganhar força na década de 1960”, explica.
O convidado desta edição, o secretário de Turismo de Ouro Preto, Rodrigo Câmara, vai abordar os tapetes enquanto linguagem e representação, com ênfase nos materiais, processos produtivos e perpetuação cultural da tradição. Para ele, os tapetes devocionais carregam consigo uma grande pluralidade de aplicações e são um agente agregador e de socialização. “Também são responsáveis por manter importantes tradições em cidades históricas, e têm papel imagético no turismo”, ressalta.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Os tapetes são reconhecidos em todo o mundo enquanto importante tradição cultural. Ana Carolina Ministério destaca que, atualmente, além da manifestação religiosa, “os tapetes podem ser usados para uso não devocional, sendo considerados uma intervenção artística urbana”.
Rodrigo Câmara é formado em comunicação social e desenho industrial, especializado em terceiro setor e mestre em Patrimônio Histórico e Cultural. De família ouro-pretana, nascido em Belo Horizonte, é fotógrafo e proprietário do antiquário Casa Câmara.
Ouça a rádio de Minas