Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa será restaurado

A história vai renascendo aos poucos na região de Ouro Preto. O Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa, no distrito homônimo, vai ser restaurado e se transformará em um espaço de convivência e cultura. Com patrocínio da J. Mendes, a ordem de serviço para dar início às obras de restauração já foi assinada na quarta-feira (2) e conta com a gestão da Holofote Cultural. A previsão é de nove meses de restauração, que teve investimentos de R$ 820 mil da Ferro+ Mineração, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
De acordo o diretor da Holofote e coordenador geral da restauração, Gilson Martins, o projeto de restauro respeita os sistemas construtivos tradicionais remanescentes e também as características arquitetônicas da estação centenária. “No projeto arquitetônico está prevista toda a restauração do prédio, sendo que haverá também uma parte de reconstrução, pois muitas paredes estão danificadas e não há mais a estrutura do telhado”, explica.
O projeto paisagístico abrange todo o entorno da estação, com plantio de grama, arbustos, irrigação automática, a recuperação da fonte original, a recuperação da caixa d´água, que também faz parte do conjunto.
Preservação da memória coletiva
O Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa é um patrimônio cultural que carrega a responsabilidade de manter viva a memória da localidade. A restauração visa preservar tanto a estrutura física quanto a dimensão simbólica do local, promovendo a memória coletiva da região de Ouro Preto.
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O projeto de restauração visa transforma o terminal em um espaço que vai conjugar natureza, meio ambiente, cultura e patrimônio. O local terá áreas dedicadas a eventos, biblioteca, sala de informática e espaços administrativos. Esses ambientes vão proporcionar à comunidade um lugar para cursos, eventos culturais e pesquisas, além de impulsionar o turismo e o desenvolvimento local.
A intenção da restauração é cultivar também as memórias vivas dos moradores do distrito. Emocionado, Murilio Roberto da Silva, compartilhou suas memórias da adolescência, quando praticava telegrafia na estação: “Aos 16 anos, já estava aprendendo telegrafia aqui, seguindo os passos do meu pai, que era ferroviário. Trabalhei por 42 anos na Rede Ferroviária e na MRS. Ver a restauração da estação é uma grande honra para todos nós. É como se um pedaço da nossa história estivesse sendo devolvido”.
Paulo César Rezende Braga, outro morador, relembrou a importância da estação para o desenvolvimento do distrito: “A estação foi inaugurada quando a mineração de ouro já estava em declínio, e com a ferrovia, o povoado cresceu ao redor. Era o ponto de encontro da juventude, onde os trens que cruzavam de Ouro Preto para BH traziam vida à comunidade”.
Parcerias
O projeto de restauração foi possível graças à união de esforços entre o setor privado, o poder público e a comunidade. Mineradora fundada pelo empresário mineiro José Mendes Nogueira em dezembro de 1966, a J. Mendes está celebrando mais de cinco décadas de atuação no mercado. Com uma trajetória marcada por inovação e responsabilidade corporativa, se destaca como uma das empresas mais reconhecidas do País.
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